Um passeio pela Alberto Braune, na década de 1940 (Parte I)

19/10/2016 20:31:10
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Prezados leitores, hoje, farei uma viagem pelo túnel do tempo. O meu objetivo é estacionar na década de 1940 e fazer uma caminhada, pela nossa artéria principal, a Alberto Braune. Vou começar pelo lado direito, lado par da numeração. Você quer vir comigo?

No número 2, o sobrado pertencente ao Sr. José Monteiro Fernandes, o “Juca da Chevrolet”( assim conhecido, por ser o revendedor dos carros da referida marca), cujo térreo era alugado ao proprietário do “Bar Edoardo” ( hoje, “Sapataria Barral”), muito frequentado pelos alemães e que, mais tarde, se mudaria para uma loja do prédio do “ Cinema Eldorado”.

A seguir, no número 4 ( imóvel de propriedade de José Rathar Lopes, meu tio), a “Sapataria Vassallo” do italiano Domingos Vassallo casado com D. Dorfilha Eyer Vassallo, tendo filhos: Ruben, Felício, Mário, Acyrema, Margarida e Fernando. Alguns o auxiliavam no comércio e moravam no sobrado. Tempos depois, quando os Vassallo já não residiam no local, o sobrado foi alugado ao Prof. João Baptista de Moraes, que ali instalou a “Escola Pratt de Datilografia”, atualmente, no térreo do edifício, a“ Bullock Calçados”.

Mais à frente, o “ Bar Coelho “(que mais tarde se chamaria “ Bar e Restaurante Chelite”) e, ao lado, no número 10, a “ Farmácia Brasil”, de propriedade do seu fundador, o farmacêutico Alberto Vieira que residia no sobrado, com a sua família, a esposa D. Neném e os filhos George, Léa, Déa e Néa.

Prosseguindo, a entrada de serviço do “Hotel Engert”, e a parte mais moderna do mesmo, um longo sobrado, em cujo térreo havia algumas lojas, como uma garagem de bicicletas, e a “Casa Sobral” do Sr. Epaminondas Moraes (auxiliado pelos filhos Paulo César, o “Pauloca” e Wilma), com artigos fotográficos, máquinas de escrever, somar e calcular da marca Remington, e com a “Ótica Friburgo”.
A entrada do “Hotel Engert” era no número 26, e o seu prédio antigo ia até a Rua Augusto Cardoso, onde se estendia ao longo de um vasto terreno. Nos fundos, um exuberante bosque para deleitar os hóspedes, com brinquedos para as crianças.

Na outra esquina, no número 44, a “Sapataria Predileta”, de Mário Vassallo, hoje, “Bruno ’s Calçados”. Continuando, no 46, a “Papelaria e Livraria Simões”, do Sr. Simões, seu fundador, posteriormente, de Manoel Alves de Souza (depois de 1953, se mudaria para o outro lado da rua, para o nº 55).

Prosseguindo, a firma Antônio Yunes & Elias Jabour, especializada em eletrodomésticos, rádios, eletrolas, ventiladores, fogões; “A Sombrinha Friburguense” dotada de alarme contra ladrão; a residência de nº 58, que se estendia para os fundos do terreno, moradia do Sr. Eduardo Castro, conhecido por “Sete Ciências” e família e do Sr. Antônio Longo e família, ambos genros do proprietário do imóvel, Sr. Otaviano Dutra.

Mais alguns passos, e se alcançava o nº 60, o “Espelho Friburguense” fundado pelo Sr. Jerônimo Mário de Azevedo, especializado em espelhos, molduras, vidros, artigos religiosos, imagens, cartões- postais. Com o passar do tempo, a direção do negócio ficou sob a responsabilidade do seu filho Antônio Mário de Azevedo.

A seguir, a “Casa Carioca”, atualmente, prédio do’ Hotel Sanjaya”, especializada em tecidos, propriedade do libanês Jorge Aucar( pai de Antônio, Linda, Angel e José), ficava na esquina da Avenida Quaresma (hoje, Rua Nossa Senhora de Fátima).

Na outra esquina – onde nos dias de hoje, se encontra a “Itapuã Calçados”- os sócios Francisco Madeira e Garrido estavam estabelecidos com o renomado “Armazém Gaúcho” de secos e molhados, especializado em queijos, conservas e bebidas finas. Depois, no nº 68, a residência do advogado Dr. Luís Gonzaga Caputo, o “Zaga”, sua esposa D. Justina e a filha Maria Stella, com mais umas duas moradias atrás. O prédio era baixo, geminado com a loja dos libaneses Carmelo e Faride Adipe, o “Armarinho Mimoso” de nº 70, nos fundos, residindo o casal.

Continuando, respectivamente, os casarões das famílias Elias Caputo e Alberto Braune, circundados por amplos terrenos, com palmeiras na frente, junto ao gradil de ferro. No presente, nessas duas grandes áreas, a Av. Ariosto Bento de Mello e a Galeria São José.

A “Casa Bizzotto- Rainha dos Presentes Bonitos”, 94 – 96, com discos, rádios, louças, bijuterias, material elétrico, ferragens em geral. O nº 98, o belo sobrado do Sr. Prudêncio Cardoso (hoje, o restaurante “Sobradinho”), sua residência e de sua família e, no térreo, o seu depósito de bebidas. Algum tempo depois, alugado a João Batista Pimentel, que instalou uma sapataria, a “Casa Pimentel”, no futuro, a Farmácia Mundial.

Dando continuidade ao passeio, o nº 100 da rua, o sortido armarinho “A Linda Fluminense” de Jorge David de Oliveira que residia, no sobrado, com a sua família: a esposa D. Ondina e os filhos Laura e Jorginho. Futuramente, o citado imóvel seria adquirido por Amil Abinasser, onde se estabeleceria. Alguns passos mais, uma agência bancária e o “Bazar das Noivas”, (no presente, “Beto Calçados”) casa de móveis de Domingos Miranda, na esquina da Rua da Campesina (Fernando Bizzotto), por onde se prolongava, tendo nos fundos uma pequena indústria de colchões de crina (um capim apropriado para tal finalidade).

Atravessando a rua, o armazém do “Seu” Magalhães (no local, a Sapataria Rex”) e, nos fundos, a oficina do “Seu” Ferreirinha . Após, mais uma quitanda e um bar, a “Fábrica de Bebidas Iris”, no nº 124 (no tempo presente, uma parte das “Lojas Americanas”), fundada por Salomão Salles que residia com a família, no sobrado. Depois de sua morte, a viúva D. Helena e os filhos Saleque, Lâmia, Enoque, Ália, Elias (o Ralph), por algum tempo, permaneceram em nossa cidade, mas depois se ausentaram de Friburgo. Com a mudança, veio de Macaé um primo de D. Helena para dirigir a indústria, Esperidião Mussi, que morou no local, por alguns anos, com sua família, a esposa D. Mariana e os filhos William, Walson e Wilse. Com o retorno de D. Helena e seus filhos, “Seu” Esperidião se estabeleceu na Praça XV de Novembro, 212 (Getúlio Vargas), vindo a surgir a “Fábrica de Bebidas Adônis”.

A seguir, a residência de duas janelas e entrada lateral, beirando a rua, de propriedade do Sr. Correia, da conhecida firma comercial Vaz & Correia (anos depois, no local, “Sidônio Alfaiate”). Ao lado, o “Palácio das Meias” do libanês Salim Miled, pai de Tuffy Miled. 

Numa área muito grande, até dobrar a esquina da Oliveira Botelho, e se prolongar por um bom trecho da mesma, um prédio baixo, composto por uma parte comercial, o grande armazém de cereais em grosso e torrefação do “Café Moraes”, da firma Folly &Cia.; e por outra parte residencial, moradia do sócio Moraes, da esposa D. Ignez e familiares, hoje, Edifício Folly, nº 136.

Na esquina, em frente, a “Sapataria Bota Preta”, fundada pelo Sr. João Caputo. Ele, a esposa D. Nair e os filhos, residiam na parte dos fundos que dava para a Rua Oliveira Botelho. A citada sapataria foi vendida ao comerciante Elias Salomão, em 1946. 

Prosseguindo, de nº 148, um prédio residencial de dois pavimentos, com um pequeno jardim, murado por um gradil de ferro, de propriedade dos libaneses José El-Jaick e D. Raquel El- Jaick. O casal tinha uma prole numerosa:Tuffy, Jamil, Humberto, Jorge, Hilda, Américo, Galdino, Vitória. Os solteiros residiam no citado imóvel, nos fundos do qual, havia uma indústria de camisas que abastecia a “Camisaria El-Jaick”( na esquina da Rua Farinha Filho, hoje “Edifício Mary`s”). A citada propriedade foi adquirida pelo Sr. José El-Jaick, por compra do antigo dono, o português José Pedro de Abrantes (no local, hoje, o “Hotel Fabris”). 

Nossa rua principal tinha um templo religioso, uma igrejinha com uma torre central, com uma cúpula prateada, e de paredes na tonalidade azul clara. Era a Igreja Presbiteriana, um primor de construção. A “Joalheria Mazzey”, nº154, de José Mazzey, tinha nos fundos, algumas casas, a “Vila Mazzey” (que permanece até hoje, apesar do edifício na frente). Ao lado, a “Casa das Rendas” de Haciba Mussi Daher (irmã de Wady e do advogado Assef MussiDaher) sempre em companhia de sua mãe, a Sra. Amélia e da irmã de criação, Madalena, tempos depois, no local, “Zé Engraxate”, em seguida, a “Pensão dos Operários” restaurante e bar de preço popular. 

Alcançando a esquina da Rua Duque de Caxias, a suntuosa residência de D. Elisa Sertã, a “Dona Santinha”, com um porão muito alto, com a frente beirando a rua, ladeada por dois amplos jardins, guarnecidos por gradis de ferro (nos dias atuais, no local, o “Extra -Hiperpermercado ”). A referida senhora era mãe do benfeitor Raul Sertã e do médico Dr. Mário Sertã.

Continua…

Parte II: https://www.novafriburgoemfoco.com.br/post/alberto-braune-decada-de-1940-parte-ii 

Parte III: https://www.novafriburgoemfoco.com.br/post/concluindo-o-passeio-pela-alberto-braune-1940-part

 

 

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