Pesquisa comportamental no Facebook: somos todos cobaias e aprendizes

01/09/2014 17:01:45
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Essa nem é uma notícia tão nova, apesar de provavelmente muita gente não ter ficado sabendo. O Facebook usou aproximadamente 700 mil usuários como cobaias de um experimento comportamental.

O experimento consistiu em filtrar os posts recebidos por esses usuários, dividindo o grupo em duas partes. Para uma parte, o Face deixava passar mais posts que tivessem astral positivo, e para a outra parte, mais posts negativos.

O resultado mostrou que pessoas que receberam postagens mais positivas, tenderam a também publicar mensagens mais positivas, e o inverso também ocorreu, com as pessoas do outro grupo inconscientemente postando mensagens mais negativas.

Isso é algo preocupante por diversos fatores. No mínimo, questiono a ética em realizar um estudo assim, feito sem nenhum tipo de aviso. Soube que consta no contrato de uso (que ninguém lê) que seria permitido esse tipo de teste. Mesmo assim, foi algo feito a revelia dos usuários, que provavelmente ajudou a aumentar o grau de depressão em algumas pessoas. Talvez seja um exagero meu, mas depressão mata.

Além do problema que citei no parágrafo anterior, existe outro, que mostra claramente o quanto podemos ser manipulados pela mídia. Isso sempre aconteceu, porém essa nova mídia, a Internet, tomou proporções e oferece serviços que nenhuma outra chegou nem perto.

Como o que vale hoje no mundo virtual é quantidade de usuários, os sites, principalmente de redes sociais, trabalham para atrair cada vez mais assinantes. Quando não conseguem mais atrair, compram outros sites.

Essa grande concentração de pessoas em algumas empresas, como no próprio Facebook que diz ter mais de 1 bilhão de usuários, causa fenômenos que nunca foram possíveis na história da humanidade. Manipulando o que se passa pela rede da mesma forma que foi feito na pesquisa, pode-se derrubar governos, alavancar candidatos, causar intrigas entre países, e muito mais. Além disso, as próprias pessoas se encarregam de criar e/ou repassar notícias e boatos, sem verificar a veracidade da informação. Muitas vezes até se sabe que não é verdade, mas por conveniência, se passa adiante.

Já aconteceu linchamento no Guarujá e até quebra-quebra em agências da Caixa Econômica, só para citar alguns casos provenientes de notícias falsas circulando nas redes sociais. Existe até um termo para esses boatos falsos: Hoax.

Boatos falsos também sempre existiram, mas a Internet potencializou o problema, por atingir muito mais gente, em uma velocidade muito maior.

O que acho é que estamos em pleno aprendizado de como conviver com essas novas tecnologias. Até nos acostumarmos com a velocidade e facilidade com que nós humanos estamos interagindo uns com os outros, passaremos por alguns momentos difíceis. Mesmo assim, sou otimista. Acho que os benefícios são muito maiores do que os malefícios, e o planeta ainda tirará muito proveito dessa agilidade na comunicação, proporcionada pela Internet.

Até ficarmos maduros o suficiente para usarmos a grande rede apenas de forma positiva, provavelmente ainda seremos por diversas vezes verdadeiros ratos de laboratório.

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