Apesar do avanço do pensamento e da ampliação considerável das fontes de informação, muitas pessoas ainda não compreendem a necessidade da psicoterapia como processo de cura. Crenças sociais arraigadas acerca do direcionamento desse tipo de tratamento aos “loucos e alucinados”, associadas ao fato de que a ciência médica moderna, voltada comumente ao aspecto funcional do corpo humano, nos levou ao hábito de associar ausência de sintomas com cura, são fatores que têm sustentado um entendimento distorcido acerca deste tipo de tratamento, e da própria dimensão que a palavra “cura” pode abraçar.
A função da terapia holística é ajudar as pessoas em seu processo natural de desenvolvimento como ser humano, possibilitando a descoberta, a cura e a reintegração destes “eus” separados que nos compõem. Ela não auxilia apenas no autoconhecimento, mas também na alquimia interna necessária à nossa reformulação e aprimoramento como indivíduo.
Porém, levar este entendimento ao público comum é um desafio. Quebrar preconceitos e interpretações errôneas acerca da validade da psicoterapia como fundamento do processo de cura profunda, e não como um paliativo para os estados de angústia, ansiedade, vazio, desespero, insônia, depressão ou inadequação, ainda é algo a ser conquistado através de muito esforço.
Somado a isto, temos o fato de que a maioria das pessoas dispõe de muito pouco tempo para se dedicarem a si mesmas, já que fomos educados para não nos levarmos muito a sério ou darmos importância às nossas reais necessidades. Temos medo de nos encarar e reconhecer os equívocos e ilusões que criamos a respeito de nós mesmos, assumindo nossa responsabilidade diante das dificuldades, frustrações e infelicidades que criamos em nossa vida. Assim vamos arrastando as situações, criando desculpas, camuflando os problemas com falsas soluções, tornando-nos cada vez mais ineficientes para obter soluções que sejam favoráveis ao nosso bem-estar e felicidade, ingredientes essenciais para que possamos nos envolver numa busca profunda em direção à nossa própria totalidade e divindade.
O trabalho psicoterapêutico auxilia o desenvolvimento e a elevação da consciência de forma acelerada, amenizando os sofrimentos e as dores, que em geral são os mestres se encarregarão de nos ensinar durante esta jornada, pelo menos enquanto nos mantivermos atrelados à hipnose coletiva dos valores e verdades pré-estabelecidos, dentro da teia sistêmica à qual pertencemos, da qual originamos, e para a qual devemos contribuir na maturação energética e consciencial, em direção ao amor maduro. O que não significa que os desafios e problemas não irão mais nos atingir, mas que poderemos desenvolver um novo olhar e entendimento a respeito de nós mesmos, da vida e de seus objetivos mais amplos. Dessa forma, novas soluções, mais centradas e coerentes com nossa verdade, proporcionarão uma nova maneira de lidar com estas situações, de forma a obter maior satisfação, autonomia, aceitação e gratidão para com tudo.
