No final do mês de maio de 1945, foi realizado, em Nova Friburgo, o Congresso Eucarístico Diocesano.
Foi uma festividade religiosa, muito concorrida, que congregou católicos de várias paróquias e dioceses, assim como autoridades civis e eclesiásticas. Dentre as últimas, o Bispo da Diocese de Niterói, a qual pertencia a nossa Paróquia de São João Batista, uma vez que Nova Friburgo, ainda, não era Sede de Bispado ( o que ocorreria, somente, em agosto de 1960).
O Pároco de nossa Matriz, hoje Catedral, era o piedoso e devotado Padre José Antônio Teixeira, o benquisto Padre José (ainda não havia recebido o título de Monsenhor) que, em suas atividades pastorais, era auxiliado pelos dedicados Padres Coadjutores Antônio Vaz e Júlio Billot (este último francês, que gostava de colocar rapé no nariz das crianças).
Em nossa praça principal, onde hoje se encontra a rodoviária urbana, foi erguido um majestoso e artístico palanque e, em seu centro, colocado um altar para as celebrações eucarísticas, sendo o local, naqueles dias, chamado de “Praça do Congresso”.
As Missas, em latim, eram celebradas, pela manhã, porque naquele tempo, não havia a permissão para a celebração de Missas vespertinas, sendo exigido das mulheres, o uso do véu: branco, para as solteiras e, para as casadas e viúvas, o preto. Todas as cerimônias do Congresso contavam com a presença de um grupo de jovens trajados de pajens, lembrando a Guarda Suíça do Papa, o que contribuía para acentuar o aspecto solene dos atos.
Para o evento foi composto o “Hino Oficial do Congresso” (lamentando, desconhecer a sua autoria), muito cantado, durante toda a sua realização e, ainda, o seria nas procissões religiosas, por muitos anos. Inesquecível, o seu estribilho: “ Nossa linda cidade estremece/ Ao soar dum clarim triunfal:/ -Atenção! É Jesus que aparece/Na custódia, seu trono imortal.”Muito inspirado, também, o seu primeiro verso: “Reverente Friburgo se inclina/ A teus pés, Rei dos Reis, Luz da Luz!/ Vem Jesus, Hóstia Santa e ilumina/ Nosso céu adornado da Cruz.”
O Congresso foi encerrado com uma longa e grandiosa “Procissão do Santíssimo Sacramento”, que percorreu as principais ruas do centro de nossa cidade. Saindo da Matriz, contornou toda a praça pelo seu lado direito, passando pela Rua do Riachuelo (Francisco Miele), alcançando a Av. Rui Barbosa (atual Galdino do Valle) e a Rua Duque de Caxias. Sem pressa, pois o trânsito de veículos motorizados era mínimo, o cortejo chegou à Alberto Braune para retornar à Matriz.
A procissão foi abrilhantada por grupos de crianças vestidas de anjos e das que tinham feito a “Primeira Comunhão”, naquele ano. Contou com os integrantes das várias irmandades religiosas como: as“ Filhas de Maria”, as “Mães Cristãs”, o “Apostolado da Oração”, o “Coração Eucarístico de Jesus”, o “Santíssimo Sacramento”, a “ Associação Católica da Juventude Friburguense”, a “Irmandade de Santo Antônio”, a “Cruzada Eucarística” (composta só por crianças). Os seminaristas da ordem dos jesuítas do Colégio Anchieta, as Irmãs Doroteias e Irmãs Vicentinas também, compareceram.
Enfim, muito concorrida, contou com a presença da totalidade dos católicos friburguenses, que tiveram a oportunidade e a graça de revigorar a sua fé, durante o período da realização do, sempre lembrado, Congresso Eucarístico Diocesano.
