O Centenário do Colégio Modelo

16/03/2019 18:09:21
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No dia 19 de março, o nosso amado e popular Colégio Modelo completa mais um ano de sua fundação, sendo coroado com o pomposo título de centenário, se igualando aos tradicionais Anchieta e Nossa Senhora das Dores.   

Ele foi fundado pelo casal Carlos Cortes e Zélia dos Santos Cortes, no dia consagrado a São José, 19 de março do ano de 1919, em Cordeiro (na época, distrito de Cantagalo), onde funcionou até 1926, quando foi transferido para Nova Friburgo. Em nossa cidade, ocupou o imóvel do antigo Hotel Leuenroth, na rua que, até hoje, conserva o mesmo nome.

Nesta época, quem trabalhava na tesouraria, fazendo a contabilidade do colégio, era o contador, Manoel Afonso Cunha (filho do renomado escritor Euclides da Cunha) casado com D. Albertina dos Santos Cunha, irmã de D. Zélia dos Santos Cortes e do futuro professor Walter Santos, o “Prof. Waltinho”.

Um corpo docente dos mais antigos, foi o composto pelos professores Carlos Velloso, Humberto Bizzotto, Júlio Ferreira – o Caboclo, Miguel Silva, Jonas Sampaio de Faria, Omar Freitas de Almeida e por meu pai Salim Lopes, médico recém-formado, que lecionava Ciências Físicas e Naturais (atividade que exerceria até 1944, quando foi fazer o Curso de Médico Sanitarista, no Rio de Janeiro, no Instituto Oswaldo Cruz, hoje, Fundação).

Por se tratar de um colégio misto, naquele tempo, era considerado inovador, pois geralmente, eles eram masculinos, como o Colégio Anchieta, ou femininos, como o Colégio Nossa. Sra. das Dores.

Por volta de 1934/35, novo endereço. O Modelo mudou-se para a Praça do Suspiro, esquina da Rua General Osório, se instalando no prédio do antigo Hotel Rio Branco, sucessor do Hotel Internacional.

Pela metade da década de 1940 e mais outra da década de 1950, adaptou um internato, nas acomodações do antigo Hotel Suspiro, hoje, Hotel Domingues Plaza.

Mesmo com o falecimento dos fundadores Zélia e Carlos Cortes, o estabelecimento de ensino continuou sob a administração de membros da família: das filhas Conceição e Elza e de seus respectivos maridos, Messias de Moraes Teixeira e Murilo Cúrio.

Dr. Messias, advogado e professor – um dos fundadores da Academia Friburguense de Letras, em 1947 – chegou a ser diretor do colégio, por muitos anos, nele lecionando, assim como outros fundadores da citada Academia, os professores José Cortes Coutinho e Luís Gonzaga Malheiros.

Muitos eram os cursos oferecidos aos alunos: Primário, Ginasial, Científico, Normal e de Contabilidade, contando com considerável frequência.     

Nos desfiles cívicos de 16 de maio e de 7 de setembro, faziam muito sucesso a sua bateria e a ala das bicicletas, decoradas por flores e bandeirolas.

Os bailes das festas juninas – com as “quadrilhas” marcadas pelo Sr. José Barroso – eram memoráveis e aguardados, com ansiedade, pela juventude.

Em meados de 1968, o Modelo foi transferido para a Rua General Osório nº 20, (atual) prédio onde funcionou, por muitos anos, o Pronto-Socorro e que foi construído, no final do Século XIX, pelo Conde ou Barão de Matosinhos, tendo sido, também, residência da família de Otelina Tomás, destaque na sociedade, pela sua beleza.

Por ocasião do desastre climático, ocorrido em janeiro de 2011, quando a Capela de Sto. Antônio foi parcialmente destruída, em suas dependências, por uns dois anos, foram celebradas as missas, até que a igrejinha fosse reconstruída.          

As gerações dos fundadores se sucederam, e os netos João Carlos, Elizabeth, Zelinha, Renato, Judith e a atual diretora Regina (filhos do casal Conceição-Messias), ao longo do tempo, continuaram a cuidar da árvore do saber plantada, em 1919.

Ela continua viçosa, produzido muitos frutos do saber que, por décadas, alimentam aves sequiosas de conhecimentos. Elas se multiplicaram e se diversificaram em bandos de comerciantes, artistas, escritores, contadores, professores, advogados, dentistas, médicos, engenheiros, voando vitoriosas pela amplidão do firmamento.

(Como ex-aluna, a minha singela e afetuosa homenagem)

A colunista no Desfile Cívico de 1955

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