Lições do Mar

08/05/2018 12:49:00
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Caminhar com o vento no rosto, sentir o barulho do mar dentro do coração, relaxar o corpo na areia. Parar um pouco o ritmo frenético  da vida e sintonizar-se com a natureza. Nos primeiros dias passados na praia, a mente fica entorpecida. É como se nos tornássemos a própria areia, amortecidos pelo mar. Expostos, abertos ,vazios como a praia, deixamos que as marés apaguem nossas manchas do passado. Até que, de repente, a mente desperta. Nunca se sabe que tesouros essas ondas inconscientes  vão lançar á areia branca e suave do consciente. Talvez uma pedra redonda de formato perfeito ou uma concha rara do fundo do mar…., e as conchas ensinam muitas lições para reencontrar a essência perdida na correria de nosso cotidiano.

As conchas tem um q feminino, com suas saídas estreitas e protegidas, seu interior misterioso, sede de vida, fonte de segredos. Variam de maquiagem, se colorem com graça e assumem diferentes formas.

É bom ter sempre por perto, como um amuleto ou um lembrete do que precisamos buscar no íntimo de nosso ser: simplicidade. Os moluscos que habitam as conchas, diferentemente dos seres humanos, sabem exatamente a casa que devem ter para morar com segurança. E a constroem – com os sais de cálcio que tiram dos alimentos – no tamanho que precisam para viver.

As ostras vivem nas pedras, na faixa entre as marés alta e baixa, justamente a região mais castigada pelas ondas, por isso cimentam bem suas conchas, para que vivam tranquilas, apesar do ambiente agitado. E mesmo quando a casa está vazia, caída na praia, com seu fundo madrepérola brilhando ao sol, a lição continua ali, presente, mostrando que não adianta querer mudar  o que está fora de nós. O grande tesouro fica do lado de dentro, em nossa essência. É para lá que as conchas convidam a olhar, enquanto nos enfeitiçam com tantas texturas e formatos.

Aviso aos Navegantes – elas encantam crianças e adultos com sua beleza, e é difícil resistir ao desejo de. Não há nada de mal levar alguns exemplares para se lembrar dos dias na praia, no entanto, não se deve nunca retirar conchas do fundo do mar ou perturbar as que ainda estão vivas.

Também não é ecologicamente correto carregar muitas delas para casa. Afinal, para que tantas?

O instinto de posse é incompatível com a capacidade de apreciar o belo.

A beleza só floresce quando há espaço para se desenvolver.

Só há uma lua no céu. Por isso, vamos selecionar e não acumular. Essa é mais uma lição de amor.

 

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