HÁ 60 ANOS – UMA FESTA VENEZIANA

15/05/2016 20:37:08
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As comemorações, pela fundação de Nova Friburgo, na década de 1950, duravam quase todo o mês de maio, com várias atividades: exposições de pintura e fotografias, de flores e frutos; corridas a pé, de bicicleta e motocicleta, de saco e ovo na colher, pelas ruas principais da cidade; gincana automobilística; disputa do “pau de sebo”; concurso da “Rainha da Lavoura”; escolha da “Musa dos Jogos Florais”; o solene “Baile de Aniversário” na SEF; apresentação de orquestras e de cantores populares da “Era do Rádio”, na Praça do Suspiro, quando eram servidos, aos presentes, pedaços do majestoso “Bolo de Aniversário”.

O ponto alto dos festejos se dava, como até hoje, no dia 16, com o desfile cívico dos estudantes dos vários colégios, dos reservistas do “Tiro de Guerra”, militares do Sanatório Naval, das Bandas Musicais Euterpe e Campesina, representantes dos operários das inúmeras fábricas. O desfile era antecedido por uma solene Missa em Ação de Graças celebrada, no final da Praça Getúlio Vargas (atual Rodoviária Urbana), com a presença de autoridades civis e religiosas, um número expressivo de seminaristas jesuítas do Colégio Anchieta e de religiosas doroteias do Colégio Nossa Senhora das Dores. Os excursionistas escalavam o Pico da Caledônia, as Catarinas, o Morro da Cruz e, em hora aprazada, soltavam fogos de artifício, foguetes e rojões.

No ano se 1956, sendo Prefeito Municipal de Nova Friburgo, o Dr. Feliciano Costa, que estava em seu primeiro mandato (de 1959 a 1963), realizou a memorável “Festa Veneziana”, quando o Rio Bengalas foi represado à altura da Ponte do Suspiro, junto à margem do terreno do Colégio Modelo (não havia a Av. Rui Barbosa).Circundou as margens do rio, cobertas de relva, no trecho entre a Delegacia de Polícia (atual Edifício Itália) e a Ponte do Suspiro, com lanternas coloridas, cujas luzes refletidas n’água, criavam um belo espetáculo, à noite. Foram colocados barquinhos no rio, para que os mais sonhadores se sentissem como se estivessem em românticas gôndolas, flutuando por canais de Veneza.

Ao que consta, de acordo com o jornalista Eloir Perdigão, certa vez, estavam reunidos, numa conversa animada José Aucar, Teté Bertão, Dr. Feliciano e outros amigos, quando Teté fez a sugestão de tal festividade ao prefeito, que logo aceitou. Durante o período da realização da “Festa Veneziana”, todo o passeio dos fins de semana da Praça Getúlio Vargas, o tradicional “footing” (quando os enamorados tinham a oportunidade de trocar olhares apaixonados, o flerte), se transferiu para as margens do Rio Bengalas, atraído pelas cores e romantismo do local.

Segundo o saudoso e conceituado jornalista Nelson Kemp, uma “Festa Veneziana” foi realizada, anteriormente, em 1918, por ocasião do “Centenário de Nova Friburgo.

Infelizmente, a de 1956, não durou o tempo previsto. Antes que o mês de maio chegasse ao fim, desfizeram o represamento das águas do rio que, por receber o esgoto da cidade, estava exalando mau cheiro.

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