Filmes da semana de 26/11 até 02/12

28/11/2020 13:37:51
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Segunda semana após a reabertura dos cinemas, depois de nove meses fechados em Nova Friburgo, dois novos filmes estreiam sendo que um é direcionado para o público infantil. Importante ressaltar que os cuidados com o distanciamento, a necessidade de higienização das mão e uso de máscaras devem ser respeitados, principalmente em relação as crianças.

A primeira estreia desta semana é Trolls 2. Animação altamente colorida, ela repete a fórmula do primeiro filme esbanjando fofura, música e boas lições para as crianças. A ideia desta vez foi construir um universo maior em que as diferenças colidem, e os trolls vão precisar enfrentar grandes desafios até perceberem que existem diferenças e isso não é ruim. O enredo se utiliza dos diferentes gêneros musicais criando verdadeiras tribos de trolls com pop, country, o erudito, o funk e o rock, este último como o vilão que quer impor seu estilo ao mundo troll. O interessante desta proposta é o passeio musical que a animação oferece, isso cativa o público e cria identificação imediata. Outro ponto forte é a qualidade do trabalho visual que não se resume a cores e brilhos, mas apresenta texturas, camadas e nuances bem definidos entre os diferentes estilos. A grande estrela mesmo é a música que tenta abraçar inclusive os adultos com “clássicos” dos anos 80 e 90, em versões variadas e bem repaginadas. É um ótima e bem-vinda animação que se utiliza de um tema tão importante e atual. As diferenças fazem parte da beleza da vida e cabe a todos respeitar e construir uma sociedade múltipla e tolerante, capaz de aprenderem uns com os outros e somar forças para o bem de todos. O roteiro se utiliza de piadinhas fáceis e soluções óbvias, mas isso não tem como fugir, é uma animação infantil divertida e cativante. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.

A outra estreia desta semana é Invasão Zumbi 2 – Península. Em 2016 uma produção da Coréia do Sul ganhou as telas dos cinemas em diversas partes do mundo. Dirigida por Sang-ho Yeon, foi um grande sucesso e é claro que uma continuação viria por uma questão simples de “business”. O resultado foi bem diferente e inusitado, mantendo as características sentimentalistas e a correria pela sobrevivência. Nessa versão de “mundo zumbi”, os transformados não são lentos, ao contrário, demonstram muito vigor e força. Isso não é exatamente uma ideia original. O que tornou o primeiro filme realmente interessante é que tudo ocorre em um trem. Um ambiente fechado, claustrofóbico. Nessa continuação, quando a Coréia e tomada e as pessoas embarcam em grandes navios, tudo remetia a mesma fórmula, mas aos poucos a dinâmica muda e o filme se transforma em uma mistura de Mad Max com Velozes e Furiosos, ou seja, desordem e perseguições alucinantes. O problema foi que muitas cenas são totalmente construídas em CGI, por isso são bem rápidas, com cortes rápidos e muito escuras, mas não passam despercebidas. Em alguns momentos, parece que estamos assistindo a alguma introdução de um jogo de videogame moderno. Isso não é um grande problema, mas exige que o público compre essa ideia, o que não é muito fácil. Problema também com o roteiro que não apresenta muito, assim como os personagens são genéricos, quase tão sem vida quanto os zumbis. O filme acaba sendo um terror que pretende ser mais que consegue entregar, e se resume a um entretenimento esquecível que se aproveitou da onda do primeiro. Ainda assim, vale o ingresso por conta de ser uma dramaturgia culturalmente tão diferente, mesmo que imitando os norte-americanos, mas com seus detalhes e características próprias. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

A dica desta semana vai para uma série que surpreendeu e que permanece há semanas na lista dos 10 mais vistos da Netflix no Brasil, O Gambito da Rainha. Série que estreou a pouco mais de um mês, ela é uma adaptação do romance de Walter Travis e já foi vista por mais de 62 milhões de assinantes da plataforma. O enredo é sobre uma menina jovem que descobre aptidões extraordinárias para o xadrez em um orfanato onde morava, e passa a disputar torneios tendo que enfrentar desconfiança e preconceitos. O sucesso da série pode ser explicado por alguns elementos que humanizam a personagem e nos conecta a ela, assim como por uma produção de arte impecável. A menina tem vícios, perde esporadicamente a cabeça, é diferente, tem sonhos, frustrações e dificuldade para reconhecer erros. Isto é, um pouquinho de todos nós. 

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