Filmes da semana de 15/08 até 21/08

17/08/2019 12:58:30
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Era Uma Vez em … Hollywood. Esse é provavelmente o filme mais maduro da carreira do cineasta Quentin Tarantino. Isso não significa que é o melhor, pelo contrário, ele pode até decepcionar alguns fãs, mas para os mais atentos e apreciadores do bom cinema, essa é uma obra bela, culturalmente rica, engraçada e com grandes sacadas. Leonardo DiCaprio é o protagonista e faz um ator em decadência que tenta de tudo para se manter no topo. São diversas cenas que impressionam com sequências inteligentes e diversos movimentos de câmera, como a no Saloon em que DiCaprio se embola nas falas e toda a construção cênica fica exposta. A direção de arte faz um trabalho primoroso. O filme se passa no final dos anos sessenta e não existe efeitos de CGI, é tudo com cenários e figurino. Tarantino constrói personagens complexos, muitas vezes violentos e faz muito bem, como sempre, o jogo dúbio que deixa o público sem saber o que esperar. O elenco conta também com Brad Pitt, que rouba a cena, assim como a bela Margot Robbie. Tem ainda uma participação impressionante da jovem Julia Butters, que constrói um momento impagável com DiCaprio, assim como ótimas atuações de Emile Hirsch e uma ponta marcante de Al Pacino. O filme tem alguns problemas de ritmo, principalmente nos primeiros trinta minutos e pode parecer longo para a maioria do público com duas horas e quarenta e um minutos, mas nada é gratuito. Destaque para a cena nos bastidores da série O Besouro Verde em que Bruce Lee, interpretado por Mike Moh, se envolve em uma briga com Cliff Booth (Brad Pitt). Mais um ponto na carreira vitoriosa de Tarantino e que vai agradar os fãs e apreciadores de cinema e cultura em geral. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A outra estreia desta semana é Nada Perder – Parte 2. Essa é uma obra audiovisual encomendada e direcionada exclusivamente para um público e com o propósito de fidelizar os seguidores de Edir Macedo. Na verdade, pode-se dizer que o filme atende a outro objetivo também que é a megalomania de um homem que se vende como um perseguido e escolhido por Deus. Nessa continuação o autoproclamado Bispo Macedo, já possui um império que vai se tornar alvo de calúnias e mentiras com o objetivo de destruir sua obra e seu legado. O problema maior do filme é tentar ter uma linguagem documentarista, o que o torna presunçoso. O público que vai assistir a esse tipo de obra, já sabe o que esperar e consome o direcionamento narrativo de herói sem questionar, Não necessita da tentativa de pontuar e documentar da forma como foi feito. O elenco tem experiência e conta com nomes consagrados como o de Beth Goulart, mas não há muito o que fazer principalmente devido aos diálogos com cunho explicativo e o didatismo. Vale lembrar que o primeiro filme teve o maior público de todos os tempos de um filme nacional nos cinemas, mas o que realmente ocorreu foi que a igreja comprou e distribuiu os ingressos e o que se viu, foram salas vazias que não tinham mais ingressos para vender. Pode-se dizer que foi a maior venda de ingressos, mas certamente não foi o maior público. Será que vão tentar essa abordagem novamente? Resumindo, esse é um filme sem relevância como obra artística e que tem um propósito específico e deve ser tratado como tal. A indicação etária é para maiores de 12 anos

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana vai para Poderosa Afrodite. Essa é uma das melhores comédias do cineasta Woody Allen que, certamente merece ser vista e revista. Além de Woody Allen o filme conta com Mira Sorvino e Helena Bonham Carter, e levou dois Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante e Roteiro Original.

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