Apesar da reabertura dos cinemas nesta semana, com a bandeira vermelha que vai entrar em vigor a partir do dia 15 de março e vai até o dia 21, os cinemas voltarão a fechar. Esse é mais um capítulo de uma série de reviravoltas que o momento de pandemia nos impõe a uma realidade de incertezas e desafios. O importante é respeitar e seguir as medidas de segurança para prevenir o contágio, mantendo o distanciamento e utilizando máscaras ao sair de casa.
A primeira estreia em Nova Friburgo desta semana é Raya e o Último Dragão. A nova animação da Disney chega aos cinemas e ao streaming ao mesmo tempo. Já é possível assistir desde o dia 5 de março a animação na plataforma Disney + pagando R$ 69,90, além da assinatura. Esse é possivelmente o melhor projeto da Disney desde Frozen e os motivos são muito simples de enumerar. Começando pelo obvio, a qualidade visual da animação é impecável, isso já é esperado, mas esta animação conseguiu dar um passo além. Os cuidados com os detalhes, a qualidade técnica e o trabalho de pesquisa geraram um resultado acima do que até então conhecíamos. A reprodução do sudeste asiático é ótima, fugindo até dos estereótipos comumente encontrados nas produções ocidentais. Tudo é belo, bem dirigido e até as lutas tem uma personalidade própria. A música do James Newton Howard é excelente e narrativamente relevante, e a mensagem que o filme passa é poderosa e atual. O mais interessante é a força da personagem que desafia tudo e a todos para reestabelecer a ordem em um reino dividido e devastado. O roteiro é intenso com uma introdução criativa utilizando diferentes técnicas visuais, o que ocorre também em outros momentos da animação, ressaltando as ações ou traçando uma linha de tempo junto ao narrador. Alguns personagens coadjuvantes são deslocados narrativamente, parecendo que não deveriam estar lá, como é o caso do bebê translocado, mas isso não compromete, na verdade serve como alívio cômico. É a jornada da guerreira que consegue ir além das suas habilidades para restaurar o equilíbrio. Crianças vão adorar e adultos se emocionar. Uma pérola da Disney que não poderia vir em um momento melhor, quando precisamos tanto de união, tolerância e manter a mente aberta para que possamos evoluir como sociedade. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos, algo raro nas animações que costumam ser livres para todas as idades.
A outra estreia da semana é A Viúva das Sombras. Tem sido uma sequência de filmes russos de terror que chegaram aos cinemas brasileiros como A Maltição do Espelho, A Sereia: Lago dos Mortos, A Noiva, Pesadelo e agora uma versão de Bruxas de Blair dirigida pelo desconhecido Ivan Minin. O enredo nos leva a uma floresta em São Petersburgo onde um grupo de resgatistas tenta encontrar um menino perdido. Não demora para que as lendas sejam reveladas e as coisas comecem a sair do controle. Encontramos nesta produção todos os elementos do terror clichê com pessoas perdidas e desesperadas em uma floresta durante a noite. O diretor surpreende ao utilizar bem os planos tradicionais, intercalando com a GoPro para enfatizar o suspense, o que funcionou muito bem. Infelizmente o filme tem muitos problemas a começar pelos personagens que não criam qualquer conexão com o público e irritam mais do que causam empatia. A ação narrativa também não ajuda e força a barra para criar suspense, o que causa muita estranheza. Simplesmente não fazem sentido boa parte das ações dos personagens e nitidamente eles agem de uma determinada forma só para criar o problema. Isso vai incomodando, até porque, ver socorristas que não sabem ler mapas entre muitas outras situações estranhas, cria uma sensação cômica, o que não deveria acontecer. É um bom entretenimento e vai agradar aos fãs do gênero, mas poderia ser bem melhor desenvolvido. Parece que alguém teve uma boa ideia, mas não soube desenvolver um bom conteúdo para aplicá-la. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Esta semana a dica vai para uma iniciativa friburguense com pessoas muito talentosas que seguem fazendo arte para nos presentear com um belo espetáculo. É a peça online Cinquentânias. É um formato híbrido que vem crescendo com a pandemia e é estrelado pelas queridas Cil Corrêa, Cyomara de Paula e a Tânia Noguchi. Escrito por Rebecca Noguchi, a produção é dirigida por Bernardo Dugin e pode ser assistida nas segundas e quintas de março às 21hs pelo Youtube e com entrada franca. O enredo nos convida a uma reflexão sobre o peso do tempo e a essência da vida. Vale muito a assistir e parabéns a todos os envolvidos na produção. Visite o site para saber mais: http://cinquentanias.com/
