Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio. Essa é certamente a franquia mais desencontrada da história do cinema, mas que ainda assim, conta com um público numeroso e fiel. Por isso mesmo, a ideia de reunir Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e Edward Furlog que atuaram nos primeiros filmes, e o diretor e idealizador do original, James Cameron que deu uma contribuição ao roteiro. O filme entrega o que promete e isso é o que importa, principalmente para os fãs. Trás novamente o debate sobre a humanidade que temos ou perdemos através de uma guerra em que máquinas tentam exterminar os humanos. As cenas de ação são bem desenvolvidas e algumas conseguem impressionar pela composição, como a luta no avião em queda simulando a gravidade zero. Uma questão que incomoda, é a necessidade de seguir a tendência em exaltar heroínas. Praticamente os únicos homens se resumem ao T-800 e a nova versão do exterminador. Não existe muito espaço para o desenvolvimento de personagens complexos e o elenco faz o que pode mas sem destaques. Natalia Reyes e Mackenzir Davis interpretam a dupla que vão tentar de tudo para derrotar a máquina assassina que veio do futuro para mudar a história. O novo filme do Exterminador, mas nunca o último, tem valor como obra fílmica de ficção científica e ação, tenta resgatar um pouco da atmosfera dos dois primeiros, mas não apresente nada de novo, tem um roteiro limitado e com diálogos pouco elaborados. Ainda assim, vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
A outra estreia desta semana é A Família Addams. Essa é uma animação que busca claramente apresentar a criação do cartunista Charles Addams, da família estranha aos olhos da sociedade padronizada, a uma nova geração, resgatando as origens e fazendo uma bela homenagem ao legado que teve início na década de trinta na revista The New Yorker. O enredo é sobre a família que tem uma vida tranquila, até que uma comunidade aos poucos se forma próximo a mansão dos Addams. Um conflito se inicia com o atrito entre as distintas realidades que incomodam a ambos e não demora até que uma batalha seja deflagrada. A qualidade da animação é boa, mas peca nos detalhes, possivelmente devido a limitações no orçamento. O design de produção fez seu dever de casa e consegue extrair muito das personagens visualmente, é uma proposta que usa referências e muita criatividade. Outro ponto positivo é a própria família Addams que está mais atual do que nunca ao debater que não existe um modelo correto ou ideal a ser seguido, e que os valores devem sempre estar direcionados para o bem estar, com respeito e visão de coletividade. O problema é que a animação se apresenta de forma muito infantil, os debates são superficiais e a vilã é fraca. Claro que o melhor mesmo é a famosa e inconfundível música que embala essa turma há muitas décadas. É uma bela homenagem, parece se tratar de um filme antes do filme, uma peça para dar início a algo maior que está por vir, mas vai divertir. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.
Sugestão: A dica para assistir em casa nesta semana vai para This Is Us. Essa é uma série dramática que conta o dia a dia de uma família amorosa e que enfrenta as dificuldades da vida reunindo vitórias e derrotas. Além do ótimo elenco e roteiro, que são muito bons, o grande destaque fica por conta da forma narrativa multitemporal que se entrelaça e adiciona forte peso dramático. Mesmo sendo representada em uma sociedade distante da realidade brasileira, pessoas são pessoas e compartilhamos as mesmas incertezas, medos e desejos. É uma daquelas séries para maratonar e emocionar.
