Filmes da semana 31/03 até 06/04

31/03/2017 20:20:26
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Estreia nos cinemas esta semana A Vigilante do Amanhã. Essa é uma ficção científica baseada em uma animação japonesa de 1995 (O fantasma do Futuro) que nasceu em 1989 em um mangá criado e ilustrado por Masamune Shirow. Esse “universo” narrativo dos quadrinhos japoneses possuem uma linguagem muito particular e cumprem como poucos uma das maiores premissas do subgênero ficção científica que é debater os grande temas filosóficos da humanidade. O problema é que a linguagem fílmica é muito diferente e precisa abranger o maior público possível. Isso pode decepcionar os fãs da franquia mas essa é uma adaptação muito complicada e, mesmo que sejam mantidas as origens e o contexto, a coisa toda fica focada nas personas e não nos questionamentos. O primeiro pulo que os fãs deram foi escolha da Scarlett Johansson para viver a heroína cibernética. Por mais que possam não ter gostado, ela é perfeita na visão de Hollywood e do público também. O enredo é sobre uma mulher que teve o cérebro transportado para um corpo cibernético. Major, é um híbrido que faz parte de uma força policial no Japão do futuro e que luta contra um grupo extremista que quer sabotar o avanço deste tipo de tecnologia. Só por isso, já dá para prever boa parte do filme. Na verdade, esse é o ponto fraco desta produção. É tudo muito explicado e previsível. Os pontos fortes estão nas sequências de ação e no visual. A produção de arte é caprichada e não tem como não nos remeter ao aguardado Blade Runner 2049. O elenco também foi um bom acerto e conta com, além da Scarlett que está muito bem, com o ótimo Takashi Kitano e a sempre boa presença da Juliette Binoche. Resumindo, é um bom filme, com ambientações belas e criativas, mas um roteiro feito para agradar e pouco ousado que parece ter bebido na fonte do estilo das ficções científicas dos anos 80. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A outra estreia desta semana é O Poderoso Chefinho. Essa é uma animação que carrega o selo de qualidade da Dreamworks Animation, algo que se traduz em qualidade e criatividade. Nesses aspectos o filme é impecável, pena que o roteiro erra o tom dramático para o exagero criando um certo distanciamento do protagonista com o público. O enredo é sobre Tim, um menino de 7 anos que tem sua visão de vida perfeita abalada com a chegada do seu irmão. O interessante é que tudo é visto e narrado através da visão do menino que aplica sua imaginação o tempo todo fantasiando dinossauros, viajando pelo espaço ou conversando com seu despertador. Isso deixa tudo muito aberto e mesmo que as pistas sejam aos poucos reveladas, fica difícil de saber o que está realmente acontecendo, afinal, o bebê descem chegado é um mafioso no melhor estilo Don Corleone. Essa linguagem que retrata um universo totalmente imaginativo permite todos os tipos de referências e cria um ambiente fértil para boas piadas. Esses, junto com a qualidade irretocável da animação, são os pontos fortes. O problema, porém, está no roteiro que exagera forçando a barra para criar momentos dramáticos. Como Tim é um menino aparentemente mimado, ele fica chato e sofrendo por “nada”. Isso sem falar que bebês são fofos e sempre chamam muita atenção, mesmo de terno e gravata e com uma maleta suspeita. Independente disso, a animação é muito divertida e cheia de boas referências e com sacadas inteligentes como a parte em 2D em um filme 3D. Vale sim o ingresso e as crianças vão gostar. A indicação etária é livre.

SUGESTÇÂO:
A dica para assistir em casa esta semana vai para Gomorra. Indicado pela Itália para o melhor filme estrangeiro de 2009, o filme retrata as atividades da máfia Camorra, de forma dura e realista. Só para dar uma ideia do vespeiro, Roberto Saviano, autor do livro e corroteirista do filme, hoje precisa viver sob proteção policial.

 

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