Filmes da semana 30/05 até 05/06

02/06/2019 20:19:08
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A principal estreia desta semana é Rocketman. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas e o diretor Dexter Flecher tenta honrosamente fugir dos clichês narrativos que pontuam acontecimentos com canções em cortes temporais, contando o drama de um artista que busca em meio a todas as cores e extravagâncias, o amor e a aceitação. Elton John é um dos maiores nomes do showbiz com uma carreira consolidada entre as décadas de 70 e 80, uma época em que as experimentações e o conservadorismo transitavam em polos opostos colidindo, deixando marcas e vítimas. Reginald Kenneth Dwight, nome de nascimento de Elton John, foi um tiro com bala de canhão, uma explosão de talento que mesclava criatividade e performances como nunca havíamos visto antes, pelo menos não na cena pop. Dexter Flecher se aproveitou de tudo que tinha de melhor no artista e conseguiu narrar os acontecimentos mas dramáticos, como as drogas e os relacionamentos vazios de forma inteligente e, de certa forma até suave. Importante ressaltar que é um musical. Não é um filme que mostra somente a inspiração, a construção e o resultado com uma canção. São diversas cenas em que todos cantam e seguem coreografias, entregando os melhores momentos do filme. A escolha de Targon Egerton para interpretar Elton John não poderia ter sido mais acertada. A performance do ator impressiona tanto gestualmente como vocalmente, mostrando tratar-se de um dos atores mais versáteis da atualidade. O Próprio Elton John, que visitou as filmagens para o desespero de Egerton, afirmou que em muitos momentos achou que estava vendo a si próprio. Bons atores como a bela Bryce Dallas Howard, também compõe o elenco, mas todos com papeis superficiais ou estereotipados. Esse é um dos pontos fracos do filme, que ainda tem problemas com as frases de efeito e os clichês sociais. Rocketman é colorido, belo e faz o que promete com louvor, conseguindo decifrar o artista e homem que só queria ser amado pelas pessoas mais próximas a ele. A melhor cinebiografia dos últimos 10 anos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A outra estreia nos cinemas em Nova Friburgo é Godzilla II: Rei dos Monstros. Esse é um universo próprio, uma fantasia sobre monstros ou Titãs, como desejarmos, que alguns gostam e outros não prestam qualquer atenção e os motivos são bem óbvios, monstros lutando e humanos assistindo como meros narradores de uma batalha que pode levar ao fim de tudo e todos. Digo isso porque se você for um apreciador desse tipo de filme, certamente vai gostar muito. O que mais impressiona nesta produção são as lutas entre os seres gigantes, principalmente a do Godzilla contra o King Ghidorah, um dragão com três cabeças. O CGI é muito bem feito e interage perfeitamente com os cenários e humanos. As batalhas são cheias de detalhes mesmo no escuro ou debaixo de chuva, graças a ótima iluminação. Destaque também para a sonoplastia que reforça e consegue dar camadas para o espetáculo visual. O problema é que o filme praticamente se resume a isso, o roteiro é muito ruim e os humanos são robotizados, servindo apenas para explicar o que está acontecendo. O elenco conta com nomes de peso, mas apenas Kyle Chandler consegue desenvolver um pouco melhor seu personagem. Vera Farmiga, mesmo tendo bastante tempo em cena, fica amarrado com as limitações do roteiro assim como Ken Watanabe ou Charles Dance. Millie Bobby Brown, que ficou muito conhecida com Stranger Things parece ter a motivação errada e provavelmente só está no filme para atrair os olhares. Existem diversos contextos e questões que envolvem esse tipo de produção, até mesmo o embate entre King Kong e Godzilla, com data para maio de 2020, mas em termos de dramaturgia, a limitação é grande e o público fica muito limitado buscando o entretenimento simples e descompromissado. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Todos Dizem Eu Te Amo. Um musical com a assinatura de Woody Allen que, através da música e suas paixões pessoais, passeia pelas camadas desse sentimento tão humano e desejado. Vale conferir Woody Allen e Julia Roberts contracenando, assim como Drew Barrymore, Edward Norton entre outros e as belas músicas de Dick Hyman.

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