Filmes da semana 30/01 até 05/02

01/02/2020 12:38:15
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo 1917. Esse é o filme do momento e vai arrebatar boa parte dos prêmios da temporada, inclusive com grandes chances de levar o Oscar de Melhor Filme e Diretor de 2020. A trama é relativamente simples, dois jovens são enviados em uma missão e devem passar por locais ocupados pelos inimigos para levar uma mensagem que pode evitar a morte de um pelotão inteiro prestes a cair em uma cilada. O ponto forte é que a narrativa se utiliza do plano-sequência do início ao fim do filme. Não é uma sequência única, existem cortes sutis, mas minha dica é que você não tente procurar por eles. O trabalho do diretor Sam Mendes é primoroso e grandioso. Esse filme tem indiscutivelmente a melhor direção desta temporada. As sequências são longas e com alta dificuldade de execução. Além disso filme demorou muito na pós-produção e tudo isso se justifica quando começamos a assistir. Existem cuidados que nunca antes foram vistos nos cinemas como a sequência da correria durante a noite. A luz nessa sequência parece uma obra de arte em movimento. Difícil até imaginar como tudo aquilo foi feito. O elenco conta com nomes como George MacKay, Dean-Charles, Mark Strong, Colin Firth e Benedict Cumberbatch, só para citar alguns e as atuações estão a altura da produção. O ideal é que seja visto nos cinemas e com a máxima imersão possível. O filme é uma grande experiência sensorial e vai impressionar a todos. Outro destaque é a trilha sonora do experiente Thomas Newman que mesmo com alguns exageros, desempenha muito bem a função. Muitas críticas surgiram pelo motivo da produção e a direção serem maiores do que o enredo, o que é uma bobagem. Pode não ser um filme perfeito, mas vai ficar impresso na mente de todos por muito tempo. Interessante que, apesar de ser um filme de guerra de trincheira, não existem batalhas, na verdade, a opção foi mais em mostrar o resultado de destruição que um evento dessa magnitude deixa nas pessoas. Grandioso, extremamente bem cuidado e com um efeito poderoso, esse é o melhor filme em cartaz. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outra estreia desta semana é Bad Boys para Sempre. O ano era 1995 e o diretor estreante era Michael Bay quando a franquia estrelada por Will Smith e Martin Lawrence chegou aos cinemas. Uma continuação foi lançada em 2003 e agora dezessete anos depois temos o retorno dos policiais bem humorados que mais uma vez vão precisar enfrentar criminosos e provar que ainda são os donos do pedaço. Os diretores belgas Adil El Arbi e Bilall Fallah se mostraram as escolhas acertadas e conseguiram extrair o melhor da franquia sem apelar para visuais deslumbrantes e locações gigantescas. O roteiro optou por contar um momento específico, se aproveitando do amadurecimento dos policiais e da essência que eles representam. A dupla vai se unir mais uma vez para resolver um problema do passado que ameaça inclusive suas vidas. O ponto forte do filme estão na química entre os atores, as cenas de ação e o timing para boas piadas. Claro que não é um primor de roteiro e também não apresenta qualquer novidade em termos narrativos, até mesmo para a franquia, mas o importante é que o filme entrega exatamente o que o espectador espera e até surpreende com uma trama bem construída e um final digno dos bons filmes de ação. Além de Will Smith e Martin Lawrence o elenco ainda conta com as participações de Vanessa Hudgens e Alexander Ludwig, conhecido por interpretar Bjorn na série Vikings. Bad Boys para Sempre é uma ótima surpresa e agrada principalmente para quem gostou e riu com os filmes anteriores. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A última estreia desta semana é Os Órfãos. Nova adaptação do livro A Volta do Parafuso, de Henry James chega aos cinemas. Diferente do filme de 1961 que buscava a essência da obra escrita, essa versão é confusa, pouco inspirada e até preguiçosa ao se utilizar de soluções simplistas e clichês que resultaram em um filme sem personalidade e distante do livro. Esse é um projeto que passou pelas mãos de Steven Spielberg, teve três versões roteirizadas e optou por um final completamente desconexo com o arco dramático do filme. A diretora Flora Sigismondi tem méritos e conseguiu construir uma boa atmosfera em torno da casa que aos poucos se revela como um labirinto repleta de caminhos proibidos e segredos macabros. A montagem consegue sustentar a tensão necessária com certa competência para o gênero, mesmo com um orçamento muito limitado. Os pontos fracos estão mesmo no roteiro e nas escolhas que parecem terem sido feitas para disfarçar os problemas e não para conduzir uma boa sequência dramática. Mackenzie Davis interpreta a babá e Finn Wolfhard e Brooklynn Prince fazem os jovens órfãos. Apesar de bons atores, o papel não permite um aprofundamento e a ausência de vida pregressa deixa tudo unidimensional. Para piorar, optaram por um final sem sentido, diferente de um final aberto, ele tem o simples objetivo de surpreender, de tentar ser maior do que pode. Enquanto terror é pretensioso e simplista, a adaptação é desrespeitosa e problemática. Com tantos problemas e abandonos, foi meio o que deu para fazer e o resultado não podia ter sido outro. A sensação que fica após a sessão é, de de certa forma, de indignação. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para História de um Casamento. Drama com Adan Driver e Scarlett Johansson retratando o dia a dia de um casal e os seu desafios. Uma crônica com ótimas atuações sem buscar o romance raso. Disponível no catálogo da Netflix.

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