Filmes da semana 29/07 até 04/08

29/07/2016 17:20:46
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Estreia esta semana O Bom Gigante Amigo. Esse é um daqueles filmes que não tem como dar errado. Steven Spielberg dirigindo uma fantasia adaptada do livro do Roald Dahl, estrelado por Mark Rylance e com trilha sonora de John Williams. Só gente muito boa, mas algo aconteceu de errado. Esse é um bom exemplo de que todos temos momentos bons e outros nem tanto. O filme parece um apanhado de bons trabalhos dessa turma do passado, tipo revival encaixados na fantasia infantil de Dahl. A adaptação é razoavelmente fiel ao livro e conta a história de Sophie, interpretada por Ruby Barnhill, uma orfã que é levada para a terra dos gigantes. Rylance, que recentemente recebeu um Oscar, dá vida ao gigante bom que, assim como Sophie, também está deslocado. Na verdade tudo é meio desencaixado, seja a Londres no sense, o tempo que transita entre passado e presente ou as personagens perdidas e de bom coração. Na verdade, esse é um tema recorrente nos filmes do Spielberg. O filme usa muito CGI, isto é, imagens geradas por computador e, o que no início parece bom e até surpreende logo cansa, mesmo com a grande riqueza de detalhes. Existem problemas também no roteiro, tanto em relação ao enredo como com a narrativa que imprime um ritmo confuso e irregular. Outro problema é a trilha sonora que usa muita flauta e pontuações lembrando em muitos momentos os arranjos do Score dos filmes do Harry Potter. Outra questão que incomoda é como as coisas se desenvolvem principalmente em relação ao poder do império britânico e a submissão dos desiguais. Apesar de estar tudo tecnicamente muito bem feito, o filme é longo e cansativo. As personagens não criam empatia e a mensagem transmitida é fraca! O pior mesmo é sentir um nítido comodismo que impacta diretamente no resultado final. Não sei se é o pior filme da carreira de Spielberg, mas certamente é um forte candidato. Vale o ingresso pelo show visual, mas até as crianças vão perder o interesse durante a exibição. A indicação etária é livre. 

A outra estreia desta semana é Jason Bourne. Personagem criado por Robert Ludlum na década de 80, Bourne se tornou referência como personagem em filmes de ação desde 2002 com A Identidade Bourne. Tirando O Legado Bourne, de 2012, todos os outros são muito bons. A fórmula se baseia em cenas de ação realistas e sequencias que impressionam. Isso tudo com uma trilha sonora bem atual e funcional. Claro que o carisma de Matt Damon ajuda muito, assim como o enredo sobre do “bom menino” que foi usado em esquemas de conspiração e espionagem. Importante lembrar que existem algumas premissas que temos que acreditar, como a questão da manipulação psicológica e tudo mais que está fora do “mundo real”. Mas a pergunta importante a ser feita é: Jason Bourne está em forma? A resposta é boa principalmente para os fãs. Sim, e muito boa. O filme cumpre bem a cartilha e é Jason Bourne na essência, fazendo o que sabe melhor. Desta vez rapaz está quieto na Grécia mas é encontrado por Nick Parsons, um tipo de aliada, que diz ter informações sobre seu passado. Novamente Bourne encara a CIA que não sabe como lidar com um eminente vazamento de informações, afinal, Jason sabe demais. O elenco, além de Matt Damon, ainda tem nomes como Tommy Lee Jones, Julia Stiles, Vicent Cassel e Alicia Vikater, esta última como um todo é a grande novidade e a ponte para possíveis continuações. No mais não tem erro! É Jason Bourne puro e em plena forma. Para quem gosta de um bom filme de ação e para quem viu os anteriores é imperdível. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Whisky. Um dos melhores filmes do cinema uruguaio dos últimos tempos,é uma aula de narração dramática tanto pela ação como pela ausência dela. Quem somos e o que nos tornamos? E essa tal de felicidade? Vale muito a reflexão.

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