Estreia esta semana em Nova Friburgo um dos filmes mais aguardados de 2016, Capitão América – Guerra Civil. Mais um filme de heróis com muita badalação e coisa e tal. Tudo indicando que seria mais um momento água com açúcar desse universo de fantasiados fazendo suas peripécias. A boa notícia é que o filme é um dos melhores da Marvel dos últimos tempos. Três são os motivos para isso. As cenas de ação que estão melhores e mais realistas, a introdução de novos heróis de forma consistente e sem tirar o foco do plot principal e, principalmente, pela forma inteligente e madura ao abordar as mesmas questões de sempre. Dessa vez o Capitão América cria um racha nos Vingadores ao tentar ajudar um amigo perseguido por crimes e assassinatos. Tudo isso tendo como pano de fundo o tradicional questionamento sobre as fronteiras legais e morais, e as consequências dos atos de seres superpoderosos na sociedade. As cenas de luta impressionam pela qualidade das coreografias, efeitos e pela direção. O Homem Aranha, muito aguardado e já muito explorado nos cinemas é introduzido com simplicidade e sem comprometer suas características, criando bons momentos cómicos e de ação. Quem debuta, já de olho no filme solo em 2018, é o misterioso pantera negra. Chadwick Bozeman faz um bom trabalho e demonstra ter futuro com a roupa do herói felino criando boas expectativas. E por falar em atores, o elenco é um dos pontos fortes. De Chris Evans à “Stan Lee”, está todo mundo fazendo um bom feijão com arroz. O que fica claro nisso tudo é que a Marvel, já na fase 3, está bem estruturada e evoluindo enquanto a DC tenta achar o rumo do seu carro desgovernado. Para os mais atentos, fica a dica de que algumas cenas se passam no Brasil. E não é na luta do início em áreas que lembram muito a periferia do Rio de Janeiro, mas sim, as Cataratas do Iguaçu. Por fim, méritos também para os roteiristas que estão conseguindo amarrar bem os diversos personagens de formas coesa e contínua. Vale muito o ingresso principalmente para quem viu os anteriores e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
Para ver em casa curtindo o frio que chegou a dica é para Camille Claudel, 1915. Juliette Binoche interpreta a talentosa escultora em momentos difíceis de sua internação por esquizofrenia. É um filme sensível e comovente da luta silenciosa que travamos dentro de cada um de nós.
