Estreia esta semana em Nova Friburgo Turma da Mônica – Laços. Confesso que não sou um fã mas mesmo assim fiquei preocupado quando os primeiros relatos sobre filme vieram a público. Mesmo com uma capacidade incrível em se adaptar aos mais diversos meios e formas narrativas, sei da responsabilidade em não decepcionar gerações que cresceram amando universo criado por Mauricio de Souza. Daniel Rezende, conhecido pelo trabalho como montador de Cidade de Deus, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, ainda não tinha estreado na direção quando foi escalado, mas foi sem qualquer dúvida, uma escolha acertada. Depois do filme Bingo: O Rei das Manhãs, Daniel Rezende se firmou com uma grande aposta e renovação no cinema nacional. O filme é baseado nos quadrinhos que mostra a Mônica e sua turma de forma mais humanizada, desenvolvido pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O enredo é simples e vai levar a turma a uma aventura para resgatar o Floquinho que se perdeu. A direção de arte e a produção são incrivelmente competentes e conseguiram criar com o vasto material existente. O bairro do Limoeiro e todo o imaginário que cerca as histórias foi ricamente aproveitado se utilizando de ícones e easter-eggs que vão agradar em cheio aos fãs. Os atores mirins foram muito bem escolhidos e caracterizados, com destaque para Giulia Benite que interpreta a Mônica. Os adultos e mais experientes atores também se destacam como Rodrigo Santoro fazendo o Louco e a Fafá Rennó como Dona Cebola. Destaque também para a trilha sonora e boas sacadas de Fabio Goes. Existem pequenos problemas como o ritmo lento quando a turma vai para floresta, que pode incomodar aos mais jovens acostumados a correria, mas isso em nada atrapalha. Mais um acerto na brilhante carreira de Mauricio de Souza que faz uma rápida aparição, e um filme bonito, emocionante e bem conduzido, que vem surpreendendo a todos pelo resultado frente ao desafio. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Outra estreia desta semana é Annabelle 3: De Volta Para Casa. Sem dúvida a Annabelle é a “entidade” mais assustadora da franquia Invocação do Mal e seus diversos braços. Nesse terceiro filme, mesmo não apresentando nada novo, o diretor Gary Dauberman consegue utilizar o que o universo tem de melhor. O roteiro buscou desenvolver caminhos sem o tradicional lugar fácil que persegue os sustos e o conhecido emaranhado a ser explicado no final. O enredo adiciona uma nova personagem, uma menina que também tem uma sensibilidade paranormal, filha do conhecido casal interpretado por Patrick Wilson e Vera Farmiga, que fica em casa com uma Babá, e a macabra Annabelle se aproveita para aterrorizar a casa que possui um verdadeiro museu de artefatos do mal. A pequena e talentosa Mckenna Grace, que interpreta a Judy Warren, é o grande acerto desta produção tanto pelo carisma e performance, como pela forma como ela se encaixou nesta franquia. Não é como uma muleta ou algo a ser adicionado somente para fazer a ação seguir. A personagem foi bem construída e acrescenta ao formar um trio de investigadores paranormais. Na verdade, ela se apresenta com a mais corajosa e intuitiva, um frescor para a franquia. O diretor Gary Dauberman também merece destaque pelas sequências bem conduzidas e até inusitadas, assim como pelo crescente que segura a tensão até o final. Esse é um filme que entrega o que se propõe e vai agradar em cheio aos fãs. Interessante assistir com os jovens que riem mesmo nos momentos mais assustadores. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
A última estreia da semana em Nova Friburgo é Pets: A Vida Secreta dos Bichos 2. A Illumination Entertainmen vem tentando emplacar outro sucesso desde o Meu Malvado Favorito e os adorados Minions e, busca em Pets, um tipo de Toy Story com animais “domesticados”. A abordagem é a mesma que marca as produções do estúdio, sequências e piadas rápidas, aproveitando bem as personagens para criar afinidade praticamente instantânea com o público. Assim como no original, os humanos são referenciados mas em posições secundárias e mais de um plot é desenvolvido visando serem entrelaçados ao final. Na verdade são três plots diferentes e isso é bem complicado narrativamente. Tudo começa quando Max e Duke precisam lidar com a chegada de uma criança que vai por conquistar a todos. Aventura inicia quando a família decide passar uns dias em uma fazenda. O roteiro busca explorar as reações dos animais segundo suas perspectivas, como já fazia no original, assim como abordar o embate entre a cidade e o campo, algo batido mas que ainda funciona. O trunfo desta produção está na qualidade visual e no timing, principalmente o cômico. Os animais são cativantes e a técnica de animação impressiona. O problema está na balança dos três plots, principalmente no do Bola de Neve que fica bem abaixo dos outros e que pode sugerir um rompimento com a premissa estabelecida ao transformar o coelho fofo em um tipo de super-herói. Pets 3 é uma boa animação que vai divertir as crianças, mas que será esquecido na volta para casa após a sessão. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a nova temporada de Big Little Lies. Resolvido o mistério da morte que serviu de base para a primeira temporada, as atrizes Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley e Laura Dren ganham a companhia de ninguém menos que Meryl Streep que chega para tentar desvendar o que realmente aconteceu. Muita gente boa e com uma direção primorosa que busca provocar o sensorial além dos diálogos e acontecimentos.
