Filmes da Semana 27/02 até 04/03

29/02/2020 13:35:38
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A única estreia desta semana em Nova Friburgo é O Homem Invisível. Novo remake da Universal Studios, desta vez a obra escolhida é um clássico da literatura britânica escrita por H.G. Wells, lançado em 1897 e adaptado para os cinemas em 1933. Veja que fiz questão de citar as datas e vou explicar melhor um pouco mais adiante. A boa notícia é que este é um ótimo filme de suspense e terror, que se encontra em um nível acima da maioria das outras produções do gênero. Isso ocorre principalmente por conta de dois nomes: a atriz Elisabeth Moss, muito conhecida pela série The Handmaid´s Tale, e o diretor australiano Leigh Whannell que também assina o roteiro. O enredo é sobre uma mulher que tenta de tudo para sair de um relacionamento abusivo e se depara com uma situação aterrorizante ao perceber que seu maior pesadelo está agora invisível. Apesar da curta carreira como diretor, Whannel não teve medo de botar a mão na massa e buscar saídas inteligentes mesmo se utilizando de clichês e jump scares. São muitos os posicionamentos de câmera que fazem mais do que simplesmente mostrar algo. Desde uma câmera subjetiva que faz um jogo de modificação de cenário, dando a sensação de que algo mudou ao virar o rosto e olhar novamente, até os planos posicionados fora do ambiente dando o olhar do observador. O outro ponto forte é a ótima Elisabeth Moss que consegue carregar um peso dramático impressionante. Ela nos faz acreditar e vivenciar todo o desespero da personagem. O filme se baseia em uma obra escrita a mais de 120 anos e trata de algo que sempre existiu e que precisamos combater com todo empenho. É isso que torna esse filme tão relevante, os relacionamentos abusivos e tóxicos e que em muitos casos se transformam em tragédias. A boa metáfora fica por conta da descrença, afinal, a mulher é louca e o rapaz é querido pela comunidade. No caso do filme, ele está invisível, o que torna tudo mais difícil ainda. Um ponto que pode desagradar, principalmente aos puristas do suspense psicológico, é que o segundo ato se transforma em um filme mais voltado para ação, mas isso deve ser visto como algo absolutamente normal. Na verdade é um desafio para o diretor se aventurar entre gêneros em um mesmo filme. A maioria das boas produções de terror e suspense nos últimos anos fizeram dessa forma, um bom exemplo são os filmes de Jordan Peele. Relevante, bem estruturado e inquietante, o novo “Monstro da Universal” faz história mesmo com um orçamento baixo e mais uma vez deixa claro que talento, dedicação e liberdade criativa podem dar ótimos resultados. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Hunters. Nova série da Amazon Prime e muito aguardada, tem Al Pacino como principal estrela do elenco. O enredo é sobre um grupo que caça nazistas em pleno território norte-americano. Bela trilha sonora e com ambientação perfeita nos anos setenta, vale pelo conjunto da obra e pelo Pacino, claro.

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