Estreia esta semana em Nova Friburgo Maze Runner: A Cura Mortal. Terceiro e último filme da trilogia adaptada dos livros de James Dashner, a franquia conseguiu mostrar força e regularidade mesmo passado o bom momento para os filmes direcionados para adolescentes. O ponto forte da franquia está na dualidade dos grupos que lutam, de certa forma, com o mesmo objetivo. Isso permite uma trama mais madura e interessante. Mesmo tendo a vilã clássica, ela é bem intencionada mas com ações duvidosas. Desta vez os jovens vão precisar retornar ao labirinto do primeiro filme para enfrentar a C.R.U.E.L e salvar Minho. Importante ressaltar que a marca principal, a correria doida, continua forte e capaz de deixar até o público que assiste sentado ofegante. O diretor Wes Ball, pouco conhecido, mais uma vez consegue entregar boas cenas de ação e belas imagens. Os problemas maiores do filme são em relação ao tempo. São 2 horas e 22 minutos desnecessários. Bons filmes conseguem dizer muito em pouco tempo e sabem o momento certo para encerrar. Ainda em relação ao tempo, foram 3 anos de espera, o que pode exigir uma releitura nos anteriores, principalmente com tantos filmes semelhantes adaptados de livros para adolescentes nos últimos anos. Todo o elenco se manteve e demonstra o mesmo vigor e química dos anteriores. Maze Runner entrega um final digno que não decepcionar os fãs e encerra bem uma fase prospera de filmes heroicos para adolescentes, mesmo não sendo o queridinho do público. Vale muito o ingresso, principalmente para quem viu os anteriores, as sessões são em 3D e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é The Post – A Guerra Secreta. Existe um motivo simples para The Post estar nas salas de cinema, na verdade, ele tem um nome e é conhecido por atacar a imprensa, Donald Trump. Steven Spielberg abraçou e correu com o projeto do filme que é um presente e uma lição para todos, principalmente para os jornalistas. O enredo mostra os bastidores do Washington Post em um momento difícil e decisivo. Mais do que isso, aborda a luta pela noticia como uma pequena guerra pela audiência em um jogo de cartas marcadas, dúbias e ainda insere uma mulher para assumir e tomar as decisões. Para um roteirista, esse é um campo fértil, para a construção de personagens interessantes e elaborados, assim como desenvolver uma narrativa rumo ao clímax. E assim foi feito. Liz Hannah e Josh Singer escreveram um roteiro praticamente impecável, com diálogos inteligentes e sequências sempre buscando o crescimento narrativo. O dois protagonistas conduzem o filme brilhantemente, Meryl Streep e Tom Hanks estão afiados e o elenco ainda conta com nomes como Sarah Paulson, Bob Odenlirk e Bruce Greenwood. Claro que Streep, recordista de indicações ao Oscar, faz tudo parecer fácil, verossímil e dramático. O filme tem, porém, alguns problemas, provavelmente devido a correria. Exageros e buracos na edição não atrapalham, mas abafam as palmas ao final. Destaque ainda para a direção de arte e a trilha sonora composta por John Willians. Spielberg não poupou esforços e reuniu um time experiente e com qualidade indiscutível. É um Filme certinho, muito bem feito e necessário para o momento. É a arte fazendo o seu papel mais nobre ao criticar e debater. Uma homenagem para os jornalistas, uma profissão difícil e pouco reconhecida, e necessário, que fala de todos nós. Não acredito em Oscar, mas terá os seus momentos de fama. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
A dica para assistir em casa desta semana vai para Mr. Vingança. Filme coreano do diretor Park Chan-wook, que aborda os sentimentos mais primitivos e viscerais. Esse é o primeiro filme da trilogia da vingança que conta com o conhecido Oldboy. O último, Lady Vingança, também é muito bom, mas o ideal é ver pela ordem.
