Filmes da semana 25/05 até 31/05

26/05/2018 13:41:57
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Estreia esta semana nos cinemas Han Solo: Uma História Star Wars. Um dos personagens mais queridos da franquia Star Wars, Han Solo ganhou um episódio para chamar de seu e que se baseia em desenvolver explicações e mostrar a evolução do pirata espacial. Os Estudios Disney não perdem tempo e estão tentando tirar o máximo da franquia desde que compraram a LucasFilm, e criar um braço cômico e despojado usando um dos queridinhos, o que foi de fato uma ideia interessante, mas problemas na produção tornaram tudo muito genérico e desinteressante. O diretor Ron Howard, que pegou o carro andando entrando no meio da produção, ficou com o automático ligado e não conseguiu desenvolver uma narrativa empolgante. Na verdade, esse é o episódio mais sem personalidade de toda a saga. Atores talentosos como Wood Harrelson, Paul Bethany e Donald Glover parecem estar em uma série de televisão. Mérito para Alden Ehrenreich que consegue desenvolver um Han Solo com personalidade própria, enfatizando o charme e o código moral do personagem. Visualmente o filme é impecável quanto a direção de arte, como os efeitos visuais. Quanto mais evoluídos eles ficam, melhores são as composições de cenários e personagens. Tudo isso sem deixar de usar um toque retro. Composições inteligentes e referenciadas no roteiro também proporcionam bons momentos, como o encontro do Han Solo com seu fiel parceiro Chewbacca. Ainda vale elogiar o atual posicionamento da Disney quanto as mulheres, que ganharam de vez o protagonismo das suas ações, deixando de lado a moça frágil a espera do seu salvador. Engraçado, bonito e com muita ação, é uma obra com pouca relevância em relação a franquia mas que vai agradar os fãs que esperam todo ano por mais e mais. Vale sim o ingresso e a indicação é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Antes que eu me Esqueça. O estreante diretor em obra de ficção, Tiago Arakilian, consegue fazer o que muitos já tentaram e fracassaram. Conta uma bela história sobre pais e filhos de forma delicada, bela e dramaticamente forte. Esse é o típico exemplo de uma obra que vai além das expectativas. O enredo é sobre um juiz aposentado e viúvo que, após algumas ações estranhas e, principalmente, por se tornar sócio de uma boate de strip-tease em Copacabana, a filha decide tentar judicialmente interditá-lo. O problema é que se faz necessária a assinatura também do filho que não concorda com a ação e o juiz que cuida do caso, tenta reaproximar a família para tentar construir uma solução. O diretor consegue desenvolver boas cenas e demonstra a competência típica de profissionais de cinema que já trabalhou nas diversas áreas da produção audiovisual. O roteiro de Luísa Parnes, apesar de alguns clichês e problemas na narrativa, consegue amarrar bem a trama e desenvolver bons arcos dramáticos. O trunfo mesmo do filme está no elenco. José de Abreu faz o doce carrancudo, Danton Mello até desenvolve algumas cenas de drama, Guta Stresser é o alívio cômico e Mariana Lima tem uma personagem interessante que se transforma aos poucos. Vale ainda citar as atuações de Aisha Jambo, Augusto Madeira e do Dedé Santana. Essa é uma produção bem cuidada, relevante e que desenvolve um assunto que a sociedade, por algum motivo, insiste em varrer para debaixo do tapete. Você certamente vai rir e se emocionar. Vale muito o ingresso e a indicação é para maiores de 14 anos.

A última estreia desta semana é O Processo. Primeiramente é importante fazer algumas ponderações. Maria Augusta Ramos é uma excelente documentarista e com grande experiência em assuntos como justiça e minorias. Todo documentário, filme, peça jornalística ou qualquer obra audiovisual é parcial, e isso ocorre, mesmo que involuntariamente, durante o processo de edição. Por fim, não cabe a mim, qualquer posicionamento que vai além da peça fílmica. Dito isso, o documentário retrata um pouco do período que o Brasil passou recentemente que resultou no impeachment da chefe do executivo, Dilma Rousseff. Acertadamente, o foco foi feito para mostrar os lados e os desdobramentos, focando nas personagens secundarias e que impulsionaram as ações durante todo o processo. Como tratam-se de eventos conhecidos pela maioria das pessoas, a diretora não se preocupou em explicar demasiadamente, o que pode causar algumas lacunas, principalmente por se tratar de termos de pouco uso no cotidiano. Isso na verdade é algo positivo e pode despertar um interesse ainda maior em saber mais sobre os ocorridos e, principalmente, de que precisamos estar atentos e conhecer melhor os processos e os poderes. Toda a condução da narrativa foi desenvolvida para demonstrar que ocorreu um golpe contra a democracia e usa de certos artifícios para fortalecer essa versão. Em alguns momentos chega a tentar ridicularizar alguns em detrimento de outros. O correto, é que nada foi inventado e que essa é uma vertente válida e digna de avaliação. Claro que se trata de um filme que polariza opiniões, alguns vão adorar e outros não vão conseguir ver até ao final devido a convicções próprias ou não. Como documentário, é muito relevante, bem construído e necessário, mas é uma defesa declarada ao PT e a forma de destituição do partido do poder. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Lilyhammer. Ótima serie sobre um mafioso que se muda para uma pequena cidade na Noruega para fugir do seu passado e sacode a pequena e gelada cidade. A típica comédia de costumes e culturas colidindo. Essa foi a primeira serie produzida exclusivamente para a canais virtuais.

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