Filmes da semana 24/11 até 30/11

24/11/2017 17:40:29
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Estreia esta semana Não Devore Meu Coração. É muito bom termo em Nova Friburgo, a possibilidade de assistir uma produção nacional com essa riqueza de informação e que passa longe da zona de conforto da narrativa mais comum. Felipe Bragança aceitou um desafio complicado e perigoso ao encarar a adaptação dos contos de Joca Reiners. O enredo é sobre a dualidade humana, representada de forma lúdica e dramática, referenciando mitos, esteriótipos e o maior conflito armado entre países da história na América do Sul, a guerra do Paraguai. O enredo transita por mais de um gênero e é pontuado por um amor impossível e um complicado e eminente conflito na fronteira com do Brasil como o Paraguai. É uma metáfora que mescla diferentes conflitos e releituras. Reineirs optou por uma imagem crua, lavada, que traduz força e honestidade. É um turbilhão de referências que retratam os heróis vazios, os rebeldes sem causa ou luta desigual dos índios contra a submissão. Cauã Reymond impressiona na tela pela desenvoltura, Ney Matogrosso faz mais uma ótima participação especial e o par romântico esbanja carisma com os estreantes Eduardo Macedo e Adeli Gonzales. Não vai agradar a todos por não ter uma narrativa explicadinha e linear do ponto de vista das personagens. Essa dualidade que não aponta direções incomoda, mas a vida é assim, a arte é assim, e precisamos abrir a cabeça. Esse é um filme corajoso e ambicioso que mantém acesa a chama do bom cinema chegando às telas, talvez pelos motivos errados, como a repercussão internacional ou a participação do Cauã. A verdade é que você pode até não gostar, mas é impossível ficar indiferente. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos. 

A outra estreia nos cinemas é Pai em Dose Dupla 2. Natal chegando, época perfeita para lançar uma comédia familiar tendo como pano de fundo o tradicional feriado. O diretor e roteirista Sean Anders, experiente no gênero, faz novamente um bom trabalho ao conseguir desenvolver os pontos fortes de um bom elenco focando em suas personas e estereótipos, com ritmo e cadência. O filme ainda conta com um roteiro bem construído e inteligente. Esse são os elementos mais fortes e difíceis de trabalhar em uma comédia. O enredo inicia logo após o final do primeiro filme e, quem não viu o anterior, vai ficar perdido. As relações entre as personagens são complexas e incomuns o que vai dificultar o entendimento mas não vai afastar o divertimento. Após terem se acertado no primeiro filme, as personagens de Will Ferrell e Mark Wahlberg tentam fazer um natal perfeito para as crianças reunindo as famílias. Ferrell faz o papel de sempre, o adulto infantilizado, mas Wahlberg perdeu muito do protagonismo original. O problema vai ficar, desta vez, com os pais dos rapazes que vão reacender velhos ciúmes e renovar as brigas e disputas. John Lithgow faz uma ótima atuação, Mel Gibson é sempre o mesmo, com direito a um momento de desconforto, e as crianças, dão liga e alma para o filme. Pena que a brasileira Alessandra Ambrósio ainda não consiga desenvolver um papel com mais qualidade e participação, mas estamos na torcida. Um ponto muito forte e digno de parabéns, é a forma como as relações são tratadas livremente sem serem desconfortáveis até mesmo para os tradicionalistas de plantão. É uma ótima diversão para toda família e um pontapé inicial para começarmos a entrar no clima do natal. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Melinda e Melinda. Uma comédia de relacionamento bem construída, moderna e sedutora. Woody Allen mais uma vez tira o melhor dos atores e debate a sociedade com ironia e inteligência.

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