Estreia esta semana nos cinemas de Nova Friburgo Power Rangers. Série da televisão nos anos 90 para o público infantojuvenil ganha a telona com alguma dignidade e sem perder as referências que consagraram os coloridos heróis. Inspirada na série japonesa Super Sentai, os Power Rangers possuem um vasto catálogo de publicações, filmes, programas para televisão e jogos eletrônicos. A novidade deste filme está na modernizada geral que vai desde os efeitos, os trejeitos menos orientais até o figurino que fugiu, ainda bem, daquele layout de motociclista com collant colorido. O visual é um dos pontos fortes dessa produção. A franquia entra definitivamente para o clube de filmes de heróis “mais sérios” e vai certamente render muitas continuações. O enredo é sobre 5 jovens “desajustados” de uma mesma escola que descobrem pedras coloridas em uma mina e adquirem superpoderes. É tudo bem simples e pouco aprofundado e os dramas pessoais das personagens passam sem qualquer debate, mas é assim mesmo. É a luta do bem contra o mal com todos os clichês possíveis, mas que funciona bem e tem um público certo. Os jovens atores que interpretam os Ranges possuem uma ótima sintonia e estão muito bem nos seus papeis. Elizabeth Banks que faz a vilã Rita Repulsa, está exagerada e estereotipada, mas é assim mesmo. O filme tem alguns bons momentos cómicos e as referências nostálgicas são mais fortes nas batalhas finais, com direito a musica tema da série e tudo mais. Os pontos fortes estão na qualidade do CGI (efeitos digitais) e no visual novo e mais descolado. É um bom filme de heróis, direcionado para o público infantojuvenil, que pode parecer meio sem pé e sem cabeça mas a garotada gosta e, como eu tenho dito, é assim mesmo. Afinal, estamos falando dos Power Rangers, um formato com uma linguagem única e que mistura monstros, heróis, transformers e lutas marciais com as referências mais diversas possíveis como contos de fada e até mesmo os atuais sucessos adolescentes. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A outra estreia desta semana é Fragmentado. Não tenho como iniciar sem falar do diretor, produtor e roteirista M. Night Shyamalan. Na verdade é um clichê que os críticos, em sua ampla maioria usarão, afinal se tem uma coisa que nós críticos sabemos, é que por mais repetitivo que possa ser, o clichê sempre funciona. Quem não lembra de A Vila, Corpo Fechado ou O Sexto Sentido? Todos obras do Shyamalan que se especializou em conduzir uma narrativa induzindo o espectador a um lugar comum para fazer uma grande revelação no final. Apesar de tudo indicar que nesse novo filme teríamos essa mesma fórmula, Fragmentado não busca esse padrão e se revela como um suspense psicológico que usa a fantasia para debater as transformações físicas induzidas pela mente. O enredo é sobre um homem com múltiplas personalidades que sequestra 3 jovens meninas como parte de um plano devido a uma suposta “nova” personalidade que está para aflorar. É o típico filme que os bons atores gostam de fazer, e James McAvoy não desperdiçou a oportunidade. Ele interpreta gêneros, idades e conflitos diferentes em cada persona. A qualidade da sua interpretação é clara quando reconhecemos quem está no controle só olhando para as expressões. As meninas também fazem um bom trabalho e Betty Buckley funciona como um narrador na figura da psicóloga. Se Shyamalan não faz uma grande reviravolta no enredo, a qualidade das imagens e da produção chamam a atenção criando um peso dramático claustrofóbico e intimidador. A forma de construção da psiquê da menina Casey Cooke, interpretada por Ania Taylor-Joy em flashbacks, é um demonstração de que o diretor sabe bem como fazer uma boa narrativa de suspense. Não é o top da carreira do aclamado diretor, mas é um filme bem conduzido e que tenta debater algo sobre a complexidade humana. Vai certamente virar referência para alguns nichos narrativos. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a série Designated Survivor. Com uma pegada semelhante ao 24 Horas, Kiefer Sutherland comanda um suspense político rápido que consegue prender a atenção. Ainda na primeira temporada, está no episódio 11 e certamente vai render muitas temporadas se os roteiristas conseguirem segura a tensão.
