Filmes da semana 24/01 até 30/01

26/01/2019 15:07:20
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Creed II. Rocky Balboa mais uma vez retorna para nos trazer a boa e eterna lição sobre o que é ser humano, como superar seus obstáculos e, principalmente que, por trás de socos e ofensas, quando toca o gongo, são pessoas com frustrações, medos e que deram o melhor de si e isso, é o que realmente importa. Esta é uma sequencia orgânica do primeiro Creed e uma releitura do Rocky 4 com remembrance times do Rock 3. Desta vez Adonis Creed vai enfrentar o filho de Ivan Drago que matou o seu pai no ringue. O filme não tem nada de novo, nem tenta alguma surpresa e se baseia em uma linguagem moderninha para mais do mesmo. A questão aqui é que ainda assim, é muito bom. Temos os elementos esquemáticos que formam uma boa história e mesmo com a pouco inspirada direção de Steven Caple Jr., o filme flui dramaticamente bem, principalmente por conta de algumas personagens que ganham peso. Michael B. Jordan convence, Tessa Thompson carrega frescor e vai além da esposa assustada que aconselha o marido antes da luta, Dolph Lundgren é mal aproveitado e fica estrangulado pelo roteiro e Sylvester Stallone consegue mais uma vez esbanjar seu carisma de bom moço. O ponto fraco do filme fica por conta dos diálogos pouco inspirados que vão perdendo uma oportunidade após a outra de fazer algo impactante ou minimamente interessante. No final, é mais do mesmo, com boas lutas, boas lições, treinamentos exaustivos que transformam o lutador, e boas sequências musicadas. Vale destacar a presença rápida mas icônica da Bridgitte Nielsen. Nada mais do que Stallone reescrevendo o que sabe e interpretando seu melhor personagem. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é Green Book – O Guia. Esse é o melhor filme em cartaz nos cinemas em Nova Friburgo nesta semana e motivo é simples e direto: atuações magníficas e um roteiro bem escrito e relevante. Na verdade, não me agrada muito o viés Hollywood que o roteiro tem de buscar agradar mais do que apertar a ferida, mas isso pouco importa e esse é um forte candidato ao Oscar 2019. Baseado em fatos reais, o filme conta a história de amizade que é construída entre dois homens durante uma turnê em 1962 no sul dos Estados Unidos. Um pianista negro elegante e com um talento extraordinário contrata um segurança com descendência italiana para ser seu motorista em apresentações por uma região assombrada pelo preconceito. A direção de Peter Farrely é simplista e busca valorizar as personas e suas atuações. O figurino está impecável, assim como a produção de arte reproduzindo os anos 60. A música também chama a atenção, afinal, a história é sobre um pianista, e o roteiro, consegue construir diversos arcos dramáticos buscando sempre trabalhar a transformação das personagens. Mahershala Ali, que levou o Oscar por ator coadjuvante em 2017, reafirma o seu bom momento com uma atuação impecável. Ele carrega toda a revolta, a frustração e os medos, mas com coragem e determinação para lutar. Sua presença em cena é sempre marcante. Viggo Mortensen, apesar de um começo mediano, vai ganhando força e também entrega uma grande atuação a medida que a dupla evolui. Esse é o típico road movie que aborda um assunto importante e atual, exalta boas qualidades e apesar do final arrumadinho e do didatismo que fica insinuando com pequenos clichês as ações, é tudo muito bem encaixado e as atuações são dignas de palmas ao final da seção. Só para informar, Green Book era um livro que informava o que os negros podiam ou não fazer, assim como lugares a serem frequentados e como se comportar.  Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

A última estreia desta semana é Eu Sou Mais Eu! Dos youtubers que ganharam as telas dos cinemas nos últimos anos, Kéfera Buchmann é sem dúvidas a maior promessa e vem apostando alto nisso. Dirigido por Pedro Amorim, o filme faz um high school movie típico de subúrbio norte americano com o tradicional e já cansado duelo entre “ser ou aparecer”. A eterna disputa entre os populares desmiolados e os que cultivam amizades sinceras. O enredo é sobre uma jornada em que a protagonista, uma mulher com sucesso na mídia mas fútil e amargurada, volta ao passado para 2004 quando era uma adolescente mal-ajambrada que sofria bullying e passava maus momentos nas mãos dos populares. Existem alguns acertos da produção que conseguiu desenvolver um trabalho acima da média das comédias nacionais, porém, isso não resolve os problemas no roteiro que trilha por caminhos fáceis e soluções pouco convincentes. Algumas referências também são interessantes a filmes e a cultura pop da época, mas a sensação que fica,é uma desconexão com o filme, suas personagens e até mesmo o enredo com seus momentos de twilight zone. Kéfera se esforça, não convence como adolescente, mas nota-se uma evolução, João Côrtes, ao contrário, faz bem seu período mais jovem. Os dois melhores em cena, Arthur Kohl e Flavia Garrafa são pouco aproveitados mas equilibram bem o besteirol com alguns poucos momentos na tela. Vale o destaque para as canções, principalmente Ragatanga da banda Rouge que, se você ainda não sabe, anunciou dia no 25 de janeiro mais uma pausa. Essa é uma comédia nacional que vai ter dificuldades em encontrar um público pois fala uma linguagem atual, referencia quinze anos atrás mas tem uma narrativa para adolescentes. Somente mesmo para os fãs da Kéfera e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão: 
Para assistir em casa a dica desta semana vai para O Metodo Kominsky. Criado por ninguém menos que Chuck Lorre, a série conta o dia a dia de um ator fracassado e um agente de sucesso abordando as desventuras da chamada terceira idade. Michel Douglas e alan Arkin fazem uma dupla com diálogos afiados e inteligentes que vão briga após briga, reafirmando uma amizade de décadas. Destaque para participações de Danny DeVito, Sarah Baker, Susan Sullivan entre muitos outros. Disponível no catálogo da Netflix.

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