Estreia nesta semana Goosebumps – Monstros e Arrepios. Sucesso nas bilheterias Norte Americanas é a típica fantasia com viés cômico protagonizada por Jack Black. Na verdade é difícil imaginar alguém melhor do que Black para o papel. O enredo é sobre um escritor que precisa manter seus livros trancados, pois uma vez abertos, os monstros de suas histórias ganham vida. Dessa premissa acontece tudo o que se pode imaginar. Não demora muito para que os livros sejam encontrados e abertos. Tudo isso com os tradicionais apoios narrativos. Nada é muito aprofundado, os dramas pessoais são rasos, as personagens são exteriorizadas e um pouco exageradas e as soluções pouco desafiadoras. Os próprios monstros não assustam, nem mesmo o boneco de ventríloquo com crise existencial. Mas esse é o objetivo, ser água com açúcar. É um filme direcionado para o público infantil e adolescente, com questões inerentes à esse universo. Tem muitos efeitos especiais, nem sempre convincentes, e boas cenas de ação. Pelo menos não tenta ser mais do que é e cumpre o prometido. É um filme para ver com a família e relaxar sem esquecer a pipoca. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para 10 anos.
Outra estreia é Pontes dos Espiões. É notável acompanhar a evolução de um ícone do cinema mundial, Steven Spielberg que a cada produção afina ainda mais o olhar sem perder suas raízes. Tom Hanks, mais uma vez, é o protagonista e bem acompanhado por Mark Ryance. Ambos com interpretações seguras e sem exageros ou estereótipos. O enredo é baseado em fatos reais e se passa em plena guerra fria. Um espião soviético é capturado pelos Estados Unidos e o mesmo acontece do outro lado, um Espião Norte Americano é capturado pelos Soviéticos. Ambas as nações querem seu espiões de volta que possuem informações importantes e começa aí uma batalha que expõe a fragilidade moral e corrupta da sociedade. Mas não se engane, não é um filme de espionagem ou de ação. É um drama que debate a condição humana. Esse é o grande acerto do roteiro, que deixou a já cansada abordagem do herói cowboy, do país justo que luta pela liberdade e se debruçou sobre a hipocrisia e intolerância da sociedade Norte Americana. Além disso, outro grande mérito do roteiro, contribuição dos irmãos Coen, é a qualidade dos diálogos e o humor inteligente. A fotografia, as tomadas e cenas em “câmera lenta” são belas e repletas de melancolia. Desta vez, Spielberg chamou Thomas Newman para a trilha sonora, o que parece ter sido uma boa opção. Resumindo é um filme maduro, muito bem conduzido, com ritmo e drama na medida certa. Pode-se ver nas telas muita experiência e muita dedicação de todos envolvidos com o projeto. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
S.O.S. Mulheres ao Mar é o representando do cinema nacional que estreia esta semana. É a tradicional comédia, nesse caso uma continuação, que você não sabe o motivo de ter ido ver, nem eles o de terem feito o filme. Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini estão juntos e se metem em confusões quando ele vai para um cruzeiro à trabalho e ela decide ir atrás depois que descobre que a ex-noiva do companheiro vai estar presente. Para ser o mesmo de sempre, ainda leva duas amigas, a deslumbrada perdida e a comediante, Fabiula Nascimento e Thalita Carauta. O problema, além do roteiro que é uma colcha de retalhos, é que você vai ter que se esforçar para dar uma única risada. É uma comédia arrastada, com situações sem sentido como por exemplo a aparição de FBI que investiga tráfico de drogas do nada e, pior, não é engraçada. Para piorar, o merchandising está por toda parte e de forma forçada. Tem momentos que mais parecem com aqueles programas bregas de turismo para TV. Fica clara a sensação de que algo era mais importante para a produção do que o filme em si. Para quem viu o primeiro, vai ver praticamente o mesmo filme e para quem não viu e gosta muito de comédias, pode até arriscar. Indicação etária é para maiores de 14 anos.
Por último temos a estreia de Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma. Para quem gosta de cinema ou é mais antenado certamente já ouviu falar dessa franquia. Esse é o quinto filme, fora as incontáveis cópias e paródias feitas. Como são filmes de baixo orçamento e com público fiel, uma ideia com alguma originalidade emplaca um primeiro filme que rende inúmeras sequências. Como sempre tem uma casa com um passado macabro a ser descoberto. Dessa vez uma câmera registra imagens além da percepção humana o que faz uma ponte para as revelações que virão. Mais do que terror, é um filme que acredita que o susto é o objetivo na narrativa. Eu realmente não entendo o motivo de alguém ir ao cinema para levar susto o tempo todo. E tudo isso em 3D. Algumas boas cenas se salvam e algumas referencias aos filmes anteriores são sempre bem vindas mas é o mesmo do mesmo com gosto de “eu já sabia”. Para quem gosta do gênero é sim uma boa opção, mas sem esperar muito. A indicação etária é para 14 anos.
Sugestão:
Para ver em casa a dica vai para Ida. Um belo filme polonês que tem na fotografia seu ponto forte. É uma jornada de descobertas e decepções de uma jovem noviça prestes de prestar seus votos. Mais do que belo, é um filme especial.
