Filmes da semana 23/03 até 29/03

23/03/2018 20:10:10
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Com Amor, Simon. Adaptação do livro de Becky Albertalli, Simon Vs. A Agenda Homo Sapiens, referência e crítica social já no titulo, o filme aborda um tema atual e polêmico de forma suave e inteligente. O enredo é sobre o menino Simon, um adolescente com todos os problemas comuns dessa fase e que descobre ser homossexual. Diferente da abordagem mais comum de atacar o preconceito promovendo conflitos para chegar a um ponto de tolerância com uma mensagem edificante, o roteiro não trata exatamente da aceitação dos outros, mas da forma complexa que é lidar com as descobertas e como enfrentar os próprios medos. Para fazer um jogo, um mistério é apresentado através de uma personagem secreta de nome Blue, e tudo isso compõe uma narrativa que, se não acerta sempre, consegue comunicar muito bem e levantar a bandeira mais importante que é o amor. O elenco divide uma química excelente com Nick Robinson, Jennifer Garner, Josh Duhamel e Keiynan Lonsdale, só para citar alguns. O filme é divertido e muito relevante. Não chega a ter uma proposta como Moonlight: Sob a Luz do Luar, e nem quer ter. O que vemos é uma abordagem que certamente vai comunicar muito, emocionar e dar a todos momentos e pontos para reflexão. Essa é uma grata surpresa do chamado cinema de gênero e que ganha força com produções como essa. É o cinema fazendo sua parte social. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é Círculo de Fogo: A Revolta. Esse é um bom representante do cinema catástrofe e que, depois de cinco anos desde o primeiro filme, chega aos cinemas uma continuação perdida e acusando nitidamente, a ausência de Guillermo del Toro no comando. Não que o original Círculo de Fogo tenha sido muito bom, mas cumpria bem o seu papel que era o de divertir e destruir, com algum enredo de fundo. Desta vez, após o fim da ameaça dos kaiju, anos se passaram e em um mundo diferente, jaegers lutam entre si até que o problema dos monstros volta a ameaçar a terra. Uma nova estratégia de defesa vai precisar dos melhores talentos para salvar a humanidade. Daqui para frente podemos imaginar tudo, até mesmo o final e esse é o grande problema. Tudo muito fácil de ler e com situações sem sentido, mesmo se tratando do universo de monstros japoneses. O elenco conta com alguns nomes conhecido, John Boyega faz uma boa participação por conta do seu carisma, mas não consegue desenvolver bem um personagem e Cailee Spaeny, rouba as cenas e surpreende. O outro problema são as fontes e referências com filmes catástrofe ruins ou batidos como Transformers, por exemplo. Ao final, resta um espetáculo visual grandioso. Os efeitos digitais são impressionantes e a destruição que eles causam também. O grande problema aqui, é que o filme tenta ser maior do que pode e isso sempre acaba mal. Um monte de bobagens mas visualmente muito bem feito que mais uma vez comprova que sem um bom roteiro, não se pode fazer um bom filme. Vale o ingresso somente para quem viu o primeiro e gosta muito do gênero. As exibições são em 3D e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

A estreia para as crianças desta semana é Pedro Coelho. Adaptado do livro da escritora Beatrix Potter, o famoso coelho ganha mais uma versão para o audiovisual e chega aos cinemas com uma versão polêmica mas muito divertida. O enredo é sobre um coelho mimado e incorreto, que adora roubar os legumes do vizinho. Tudo ia bem, até que sua tutora se apaixona pelo mesmo vizinho e agora todos vão ter que conviver juntos. Pedro adota uma postura de guerra e tenta comandar a bicharada para se livrar daquela situação. Toda essa polêmica aconteceu pelo fato do coelho ser um tipo de pica-pau do mal, egocêntrico e possessivo. Distante da abordagem lúdica do coelho e das criaturas da floresta do livro. Essa abordagem foi corajosa e vista por muitos, inclusive eu, como acertada. Essa picardia de uma personagem possibilita, quando bem construído, uma trama menos previsível e mais realista. Afinal, temos esses defeitos também, seja a inveja, a vingança e tudo mais, isso cria uma identificação direta como o espectador e facilita o debate. Não fica aquela historinha do bem contra o mal chata e linear. Essa é uma animação com live action muito bem cuidada e razoavelmente convincente. O grande acerto está na dinâmica e ritmo acelerado na construção da narrativa. Engraçada e questionável essa animação é um ponto fora da curva e mostra que essa coisa toda de politicamente correto não precisa engessar nossas ações e consegue proporcionar uma experiência mais interessante e próxima com a realidade das crianças. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre.

SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a estreia de O Mecanismo na Netflix. José Padilha mais uma vez ataca as instituições brasileiras em uma série sobre os bastidores da operação Lava Jato. Como a estreia foi hoje, 23 de março, ainda não tive a oportunidade de assistir, mas não se fala em outra coisa no meio do audiovisual.

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