Estreia esta semana em Nova Friburgo O Rei do Show. Ame ou odeie, o musical tem uma linguagem própria e uma força narrativa diferenciada, que se apoia em elementos que exacerbam o lúdico e a ação dramática. A ideia de fazer um filme sobre a vida do P.T. Barnum, o criador desse tipo de espetáculo, como o circo, é perfeita para um musical. Aproveitando o bom momento de pois de La La Land que mereceu, mas não levou o Oscar, o estreante diretor Michael Gracey conseguiu reunir um time de primeira tanto na produção como no elenco. Hugh Jackman faz o Showman com desenvoltura e deixa sua atuação em Os Miseráveis, na lembrança. O elenco conta ainda com Zac Efron, Michelle Willians e Rebecca Ferguson. O roteiro de Bill Condon e Jenny Bicks é previsível e puxa exageradamente para o romance, mas não chega a ser um problema. A produção foi impecável, tanto na direção de arte e no figurino assim como nos cenários e na fotografia. O mais importante é que o ponto alto está no lugar certo. Denj Pasek e Justin Pasek, os mesmos de La La Land, são os compositores que junto com John Debney, criaram canções empolgantes e belas. Em algumas sequências, como a de Jackman e Efron com as canecas, ao final, o publico até aplaude. Porem, não é um musical inteiro cantado e, em alguns momentos, as sequências perdem o ritmo. Essa oscilação de ritmo é o grande problema do filme e determinante em um musical. Isso não compromete o belo filme, mas fragmenta a obra. Ainda um ponto positivo, é a mensagem de aceitação e respeito pelo diferente. São diversos bons diálogos que abraçam o discurso da aceitação e que eleva as qualidades de cada pessoa. Por fim, é importante dizer que esse é um filme sobre P.T. Barnum, mas com liberdade poética e que buscou uma linha romântica, sem se ater com fatos históricos. Digno dos grandes musicais, é uma grata supresa principalmente pela qualidade da direção de um estreante em um subgênero tão complexo e rico em detalhes. Vale muito o ingresso mesmo para quem torce o nariz para os musicais e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A outra estreia desta semana é As Aventuras de Tadeo 2: O Segredo do Rei Midas. Mais uma boa animação que não faz parte do clube de Hollywood. Essa é uma produção espanhola que impressiona pela qualidade visual, mas, ainda que melhor do que o primeiro, derrapa quanto ao desenvolvimento do roteiro. Tadeo é uma espécie de Indiana Jones que vai em busca de artefatos para formar um amuleto, supostamente usado pelo Rei Midas, e que tem o poder de transformar tudo em ouro. A premissa é boa, assim como a tomar que acompanha o explorador. Junto com sua amada Sara, uma múmia cheia de trejeitos, e claro, uns animais fofos, Tadeo viaja pela Europa para chegar ao cobiçado amuleto antes do vilão que vai fazer de tudo para por as mãos em tal relíquia. Infelizmente o roteiro não consegue desenvolver sequências interessantes que prendam a atenção do espectador. Apesar de alguns bons momentos, cômicos e de ação, é tudo muito previsível e até inocente. Referências bem construídas e personagens com carisma servem bem ao filme, assim como as tradicionais mensagens de amizade e confiança. Pode não ter sido desta vez, mas Las Aventuras de Tadeo Jones, como no original, mostra evolução e é, de fato, uma boa animação. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para A Felicidade Não se Compra. Um clássico dirigido por Frank Capra que conta uma bela fabula com anjos, vilões e redenção durante o Natal. Com James Stewart, Lionel Barrymore e Donna Reed, é uma ótima dica para assistir nesse período natalino.
