Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Mãe! Primeiramente precisamos falar sobre Darren Aronofsky. Diretor cultuado, com obras como Cisne Negro, Réquiem para um sonho e O Lutador, o cineasta que também escreve os roteiros, é conhecido pelo olhar surrealista e a forma imagética exagerada e de forte personalidade. Nesse novo filme, Aronofsky cria personas além das personagens, faz uma narrativa que impressiona pela ousadia e o descabimento. Jennifer Lawrence vive um uma casa orgânica, viva, e representa a mulher que vive para servir ao marido (Javier Bardem). A narrativa segue o nilismo do diretor em um olhar exclusivo da mulher que sofre as violências da submissão. Como dá para ver, é tudo muito subjetivo e pretensioso, principalmente pelas reais referências que foram usadas. Por traz, o tema é religioso e filosófico. Atenção, spoilers! Jennifer Lawrence é, na verdade, a Mãe Natureza e Javier Bardem é Deus. Michelle Pfeiffer e Ed Harris são Eva e Adão e por aí vai. Conforme tudo isso vai se desenrolando, a coisa se perde em delírios e megalomania. Não que o argumento seja ruim, mas esse seria um filme para poucos ou talvez, para ninguém e o passo de Aronofsky foi maior que ele consegue dar. A direção de arte e os efeitos digitais são muito bem construídos e é visualmente muito narrativo. Vale a coragem, mas isso não salva um filme com alguns momentos interessantes, outros sofríveis e, que não consegue entregar tudo o que queria simplesmente por não ser possível. É aquele momento de dizer “menos Aronofsky, pega leve” e vida que segue. Vale muito o ingresso pela personalidade narrativa e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Divórcio. Essa é uma grata surpresa que o cinema consegue nos proporcionar. Uma comédia nacional que vai além do formato pastelão social e romântico para se fazer valer de uma narrativa cinematográfica mais madura e elaborada. Isso foi possível devido ao esmero na elaboração do roteiro e na pré-produção. É visível o cuidado da produção e o ótimo trabalho de preparação do elenco. O enredo é sobre um casal do interior de São Paulo que está em pé de guerra em um divórcio. Apesar do assunto batido, ele é comum em nossas vidas e ainda rende muito. Todas as brechas são usadas fazendo uma crítica forte ao novo rico e a forma infantilizada dele encarar a vida. Os acertos estão na forma como aborda os temas, até mesmo a questão de gêneros, os diálogos que são bem construídos e as situações cômicas muito aproveitadas. O elenco está afinadíssimo com Camila Morgado, Murilo Benício, Luciana Paes, Thelmo Fernandes e André Mattos, todos incrivelmente bem. O diretor Pedro Amorim soube como construir sequências narrativamente autoexplicativas mesclando passado e presente sem abusar do recurso e aproveitando todo o penitencia do elenco. Este é sem dúvida o melhor trabalho do diretor que teve um momento ruim com o Superpai recentemente mas nada melhor do que um dia após o outro e é claro, cada produção tem uma construção própria. Divórcio é um exemplo a ser seguido, está um degrau acima das comédias atuais. É a prova da importância em caprichar sempre, desde o argumento até a pós-produção. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para Rock of Ages – O Filme. Com figurões como Tom Cruise, Alec Baldwin, Catherinne Zeta Jones, entre outros, esse musical descreve de forma despretensiosa e irônica o cenário do Hard Rock nos anos 80 nos Estados Unidos. Afinal, é semana do Rock “de verdade” in Rio.
