Filmes da semana 22/08 até 28/08

24/08/2019 13:01:06
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Estreia nos cinemas em Nova Friburgo Brinquedo Assassino. Em tempos de remakes e versões, Chucky, um personagem tão icônico do terror, não poderia ficar de fora. O diretor Lars Klevberg conseguiu modernizar o vilão disfarçado de brinquedo, fazendo boas críticas ao consumismo e a integração com a internet das coisas e a inteligência artificial. O boneco Buddi é a nova sensação para as crianças e um companheiro que se conecta com aparelhos e aprende com as pessoas. Chucky é diferente dos outros bonecos pois, por um erro, está sem freios e teve suas diretrizes de não ferir ou fazer mal aos humanos apagadas. Ele aprende e quer agradar o menino Andy (interpretado por Gabriel Bateman), mas não possui o freio moral e não entende as consequências dos seus atos. O filme acerta ao buscar os clássicos que é também sua própria essência. Os fãs de terror vão adorar as dicas de quem vai morrer ou não e a forma trash como as mortes se sucedem. Chucky é um tipo de Pinóquio do mal e nada vai ficar em seu caminho na tentativa de agradar Andy. O principal de tudo é que esse é um filme divertido e, apesar de não se aprofundar, consegue dar umas espetadas a costumes sociais duvidosos. Claro que é um filme que não deve ser levado a sério, assim como nenhum outro da franquia nunca foi. Mesmo não se mantendo linear ou mesmo consistente com a proposta de um Chuck mais para inteligente do que psicopata o tempo todo, o conjunto da obra merece alguns méritos e vai agradar abrindo uma porta para continuações. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A outra estreia desta semana é Brinquedos Mágicos. Essa é uma animação chinesa de 2017 que chega ao Brasil o que já demonstra se tratar de uma produção com qualidade e boa aceitação pelo público. É raro vermos qualquer material audiovisual do oriente em cartaz no circuito comercial nacional. O enredo trata da busca ao autoconhecimento e os limites do controle e da liberdade. Tudo começa em uma loja de chá com bonecos de porcelana, que são utilizados como infusores e mudam de cor sempre que são molhados, menos com um deles. Esse é o ponto de partida que leva o pequeno boneco a uma busca pela sua verdadeira cor. Junto com um pequeno robô que surge do nada, eles vão em busca de respostas e se deparam com todo tipo de animais urbanos, insetos e muito mais. Na verdade é uma salada de personagens que confunde e tiram o foco em muitos momentos, até mesmo pelas cores e movimentos múltiplos na tela. Fica uma sensação de que tem mais coisa acontecendo do que se consegue ver. Os pontos fortes da animação estão na qualidade visual e nos diálogos. Visualmente não deixa a desejar, muito pelo contrário, é belo e com um contraste de luz impressionante. A temática dos diálogos tem um viés mais filosófico e trata de questões profundas, mais adultas mesmo. Claro que tem sempre o final edificante da busca e a recompensa pelo esforço. São muitas as referências e é impossível não comparar com Toy Stoty os primeiros quinze minutos, afinal, brinquedos que falam e se ajudam em um mundo desconhecido pelos humanos. É muito bom ver uma produção da China em nossas telas e com boa qualidade técnica mesmo sendo genérica e visualmente um pouco confusa. De qualquer forma, vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.

Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Olhos que Condenam. Série disponível da Netflix que conta os acontecimentos e consequências após um ataque brutal a uma corredora no Central Park em Nova Iorque. Cinco meninos foram acusados e coagidos a confessar um crime que não cometeram. Era a coisa fácil a se fazer. Méritos para cineasta Ava DuVernay e a todo elenco por debater algo tão importante e atual. Vale ver também o especial da Oprah Winfrey, também na Netflix, que conversa com as vítimas desse drama da vida real que precisamos extinguir da nossa sociedade, afinal, esse é um tema que toca a todos nós.

 

 

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