Filmes da semana 21/09 até 27/09

22/09/2018 19:21:27
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Estreia em Nova Friburgo o filme 22 Milhas. Mais uma vez a parceria entre Mark Wahlberg e Peter Berg ganham as telas com muita ação, tiros e perseguições. O enredo é sobre uma força especial, coordenada pelo Wahlberg, que não mede esforços para atingir seus objetivos, depois que a diplomacia, força bruta, ou qualquer outro meio tenha falhado. Isso é engraçado de imaginar, mas não para o cowboy amargurado, coisa do pensamento curto da cultura norte-americana (sem generalizar). Eles precisam impedir uma tragédia depois que uma boa quantidade de césio foi roubada por russo, e que poderia ser usada para a fabricação de uma bomba atômica. Mais clichê do que isso impossível. Algumas sacadas do diretor funcionaram muito bem, é o caso dos créditos que aproveita para construir a vida pregressa do protagonista, entre outras, mas apostou em uma proposta ousada que não funcionou. As cenas de ação e de perseguições tem cortes rápidos, muito rápidos tentando aumentar o dinamismo e dramaticidade, mas isso tornou tudo muito confuso e as sequências perderam a perspectiva. Fica difícil construir o ambiente e a dinâmica dos acontecimentos. Claro que não esperamos uma mensagem ou debate em filmes como esse, mas não precisava andar para trás. Complicado ainda ver situações machistas e gatilhos toscos para demonstrar algo. A trama não é ruim e pode surpreender com a reviravolta no final. Mark Wahlberg interpreta no automático já faz algum tempo, Lauren Cohan aos pouco se firma com boas atuações e Ronda Rousey é carismática, forte e também está conquistando o seu espaço. Destaque para Iko Wwais que realiza as melhores cenas de luta e John Malkovich faz uma ponta e é mal aproveitado. Com um roteiro genérico, muita testosterona e boas cenas de ação, o filme fica no meio do caminho e não agrada, mas entrega o que vende. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A outra estreia desta semana nos cinemas é O Mistério do Relógio na Parede. Adaptado do livro de John Báellairs, o filme é mais uma tentativa de criar um universo mágico envolvendo um jovem aprendiz que precisa resolver um grande mistério e derrotar as forças do mal. Sim, isso nos parece muito familiar, e para ter sucesso nesse tabuleiro, precisa de ousadia, muita qualidade técnica e narrativa. Apesar da pegada voltada para o terror ser uma boa proposta, o filme se perde com o acesso de ações descabidas. Mesmo que uma criança não perceba a incoerência, isso não cabe mais nos cinemas e deixa o roteiro atrapalhar o resultado final de um filme bem produzido e que poderia render uma franquia de sucesso. O enredo é sobre um menino que, após o luto, vai viver com o tio e logo percebe que algo mágico está acontecendo. Aos poucos o menino começa a entrar no mundo da magia e, entre erros e acertos, surge o relógio, que pode trazer grandes perigos e que havia sido deixado por um antigo morador, escondido na casa. A produção de arte é o ponto alto do filme. Todos os ambientes são bem construídos com muita riqueza de detalhes e com grande força narrativa. Isso engrandece o filme e encanta. Outro ponto que merece destaque é a boa química entre o tio e a sua vizinha. Vividos por Jack Black, sempre caricata e Cate Blanchett com sua elegância hipnotizante, os dois formam uma dupla que funciona muito bem e tem os melhores e mais ácidos diálogos do filme. Blanchett sempre impressiona pelo seu magnetismo e versatilidade. Dirigido por Eli Roth, acostumado com comédias e terror, o filme tem problemas no roteiro que poderiam ter sido resolvidos no set de filmagem mas, que talvez por falta de sensibilidade, atrapalham o ritmo e estrutura da trama. O didatismo demonstra a fragilidade do texto para mover a ação e isso torna essa, uma produção bela, mas mediana. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a nova aposta da Netflix, Maniac. Protagonizada por ninguém menos que Emma Stone e Jonh Hill, a minissérie em uma estética própria, como um mundo paralelo misturando futuro com o passado, estimulando uma leitura atemporal. É um mergulho nas neuroses e na psique humana de forma crítica, ousada e reveladora. Certamente vai ser o assunto frequente por um bom tempo e promete elevar o nível do portfólio da Netflix.

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