Filmes da semana 21/07 até 27/07

21/07/2017 18:50:51
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Estreia esta semana nos cinemas o aguardado Transformers: O Último Cavaleiro. Sabemos que Michael Bay é um diretor que prima pelo visual grandioso e a novidade, neste sentido, são as câmeras IMAX que conseguiram muito mais qualidade. Como não temos IMAX em Friburgo, vamos de mais do mesmo. Tudo muito bonito, muita música, cenas confusas e o “coração humano” vencendo as adversidades. O filme tem um bom começo com o Rei Arthur, Merlin e a Excalibur fazendo uma reinvenção das origens dos Transformers. Até um dragão de 3 cabeças aparece para se juntar a gangue que, além dos carros e caminhões, já tinham dinossauros entre outras criaturas. A produção fez uma salada com referência a diversos filmes de ficção. Tem até as versões de R2-D2 que salva a pátria, e do C3PO que desta vez é um mordomo “faz tudo”. O problema deste filme é a pouca criatividade, tanto quanto ao roteiro, como com o conceito. O enredo é cheio de buracos e situações sem sentido. A resistência é uma piada, as soluções se desencadeiam quase que por sorte, o romance tosco e as ações são na base do “vamos lá moçada”. Para piorar, tem o discurso americanista por trás em um filme que se arrasta por longos 160 minutos. Tirando tudo isso, o filme cumpre o que promete. Um monte de robôs brigando, humanos sapateando em volta, a luta do bem contra o mal e belas imagens, isto é, o bobo bonitinho. Anthony Hopkins pouco consegue fazer e Mark Wahlberg mantém a cara de paisagem tradicional. Vale a provocação ao Trump em relação a Cuba, as perseguições em Londres e a cena com Stanley Tucci (Merlin) na caverna com um Transformer. Vale o ingresso só mesmo para quem gosta do show. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é D.P.A. Detetives do Prédio Azul – O Filme. Quem convive com alguma criança e tem o canal Gloob, certamente já conhece essa série infantil de fantasia e suspense que conta as aventuras de um clube de detetives mirins que desvendam mistérios no prédio azul. Claro que adaptar programas para o cinema requer muito tato e cuidados e nem sempre alcançam bons resultados, mas esse não foi o caso desse filme que conseguiu preservar a essência da série, adicionar novos elementos e ser fiel ao público. Apesar de ter muito de televisão, D.P.A. consegue fazer cinema de boa qualidade. A produção é bem cuidada, o figurino acerta o tom adicionando ação narrativa para as personagens e os efeitos especiais são convincentes. O elenco é outro ponto forte com destaque para Tamara Taxman que interpreta D. Leocádia exagerando nos pontos certos e mantendo a dualidade do momento, com charme e competência. O enredo é sobre um mistério que pode levar o prédio azul à demolição. Segue-se um jogo de descobertas, reviravoltas e desafios que bebeu muito na fonte do Harry Potter e usa isso como uma forma de facilitar as ações. Claro que é um filme para crianças e tem tudo mastigadinho ao extremo. É uma boa produção infantil, como já se vê a algum tempo no cinema nacional, bem roteirizado, fiel a sua origem e com bom equilíbrio entre o elenco infantil e adulto. Ainda tem muito da narrativa de televisão e algumas questões no enredo são “socialmente incorretas”, mas o resultado final é admirável e certamente reforça as produções que estão migrando para o cinema. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre.

A última estreia desta semana em Nova Friburgo é Em Ritmo de Fuga. Com apenas uma sessão por dia e com o áudio dublado, Baby Driver (título original) é um filme empolgante, forte e todo costurado por canções dos anos 80 e 90. Essa foi a proposta narrativa do diretor Edgard Wright e que funcionou brilhantemente, principalmente por conta da coerência audiovisual e por se tratar de um protagonista com um aparente autismo e problemas auditivos. Ansar Elgort interpreta um jovem “desajustado” com um impressionante talento para guiar carros em fuga e que participa de um grupo criminoso. O elenco se apoia no competente Kevin Spacey e ainda conta com Jammie Foxx, Jon Bernthal, Jon Hamm e Eiza Gonzalez, todos com boas e convincentes atuações. Claro que boas atuações são frutos da construção de boas personas. As referências são como um bônus para quem curte cinema. Tem um pouco de Bonnie e Clyde, Thelma e Louise e outras produções. Anos 80 total com Letreiros antigos, televisão de tubo e um duelo final com direito a luz vermelha no rosto do vilão e azul na do bom moço. A grande estrela do filme é a construção narrativa entre as canções e as imagens. Ainda tem um pouco de romance, drama e reviravoltas coerentes, como a vida deve ser. Vai virar Cult rápido e referência para filmes de crimes com perseguições. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana só poderia ser a nova temporada de Game Of Thrones. A série de maior sucesso do mundo estreou a sétima temporada e promete muito. É difícil comparar um descrever o tamanho de tudo que envolve o inverso de GOT, desde a qualidade da produção, o roteiro e seus diversos núcleos dramáticos e o elenco afiado. Para quem gosta é imperdível e quem ainda não conhece, esse pode ser um bom momento.

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