Estreia esta semana nos cinemas Sai de Baixo – O Filme. Sucesso nos anos noventa na televisão, essa série se utilizava de um formato batido ao concentrar as ações dramáticas em um único local, um palco de teatro. Os pontos altos, e não poderia ser diferente, estavam nas personagens que conseguiam criar bordões e improvisar, enquanto satirizavam a sociedade. Traduzir isso para um longa metragem não é possível, e a diretora Cris D´Amato, precisava tentar encontrar uma solução. Infelizmente, a opção por planos claustrofóbicos e a edição exagerada não funcionou e criou uma disruptura que não favoreceu a fluidez nas cenas. Outro problema é o roteiro que cria arcos e reviravoltas com situações descabidas apenas para impulsionar a trama. Claro que o filme tem uma visão tendenciosa para o lúdico e isso é bom, afinal, nada nessa família é simples ou discreto. O ponto alto está no elenco conhecido e talentoso com Tom Cavalcante, Miguel Falabella, Luis Gustavo, Marisa Orth, Aracy Balabanian, assim como as novidades como Lúcio Mauro Filho e Katiuscia Canoro. A pergunta que fica é: a que público esse filme realmente se direciona? A resposta provavelmente seja a de que o mais importante, foi reunir esse elenco dezessete anos depois que, mais do que fazer rir, soube zombar de si mesmos. A impressão era de que quem mais se divertia com a série eram eles mesmos e talvez eles precisassem de mais uma dose. Quem não acompanhava ou as gerações mais novas, não vão entender ou comprar as piadas e alguma situações, como o “Cala boca Magda”, que agora é contestado. Quem gostava da série, vai sentir falta da espontaneidade e pode se decepcionar com os exageros e as caricaturas. Com um início promissor, o filme não demora para perder a graça e derrapa com um roteiro que se perde ao sair do palco e tentar bater asas. Mais uma vez fica a sensação de que eles foram quem mais se divertiram. Vale ingresso somente para os fãs, e são muitos, e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A outra estreia desta semana é A Morte Te Dá Parabéns 2. Sucesso estrondoso lançado em 2017, o primeiro filme que teve um orçamento de menos de 5 milhões, faturou mais de 120 milhões de dólares. Ele agradou pelo enredo mais elaborado e por conseguir segurar o suspense de forma crescente até o final, tornando uma continuação certa e necessária. O diretor Christopher Landon, que também assina o roteiro, sabe bem como compor um bom filme de terror, assim como suas continuações, mas o grande mérito nesse longa, foi introduzir uma nova visão sem buscar as saídas fáceis promovendo uma mudança de gênero, deixando o terror e migrando para a ficção-científica. O enredo ainda é sobre a moça que fica presa no mesmo dia e vai ser assassinada sucessivamente em um loop eterno. A comparação com o clássico Feitiço do Tempo é inevitável, mas desta vez, ao invés da filosofia buscar o caminho da redenção, as soluções se encontram pelas mãos da física e matemática. Outro ponto que ganhou força nesta continuação foram as piadas, principalmente sobre as maneiras inusitadas de morrer. O elenco é bem trabalhado e Jessica Roth segue em boa evolução. Na verdade, todo o elenco está afiado e isso é resultado de uma boa preparação de direção de elenco. A Morte Te Dá Parabéns 2 é um bom exemplo de uma continuação bem planejada, produzida e que busca elementos novos respeitando e fazendo bom proveito dos acontecimentos anteriores. Vai certamente repetir o sucesso do primeiro filme e podem aguardar continuações. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
É neste final de semana a cerimônia de entrega do Oscar 2019. Com vários indicados em cartaz em Nova Friburgo, aproveite para ver um bom filme e torcer pelo seu filme ou atuação preferida no domingo.
Vamos aos palpites dos vencedores nas principais categorias:
Melhor Filme – Roma é o melhor candidato, mas por não ser da panelinha e concorrer na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, pode ficar de fora. Neste caso a melhor aposta pode ser Green Book – O Guia.
Melhor Direção – Alfonso Cuarón é franco favorito e deve levar com Roma.
Melhor Ator – Apostaria em Rami Malek, não por ser o melhor trabalho, Willem Dafoe e Christian Bale estão melhores, mas tem a importância do Queen e Freddie na cultura pop e, se vencer, vai ser merecido pelo conjunto da obra.
Melhor Atriz – Glenn Close provavelmente vai vencer. Não é seu melhor trabalho, mas a academia está em dívida com ela. Lady Gaga tem chance, mas é improvável.
Melhor Ator Coadjuvante – Mahershala Ali vencerá por Green Book – O Guia. Essa é uma das barbadas.
Melhor Atriz Coadjuvante – Regina King por Se a Rua Beale Falasse é a favorita. Emma Stone e Rachel Weisz não devem surpreender.
A Preferida vai vencer nas categorias relacionadas a direção de arte com exceção o de Melhor Maquiagem que vai para Vice.
Homem-Aranha no Aranhaverso para Melhor animação e Roma para Melhor Filme Estrangeiro também são barbadas.
A Melhor Canção Original vai para Nasce Uma Estrela e por fim, Pantera Negra provavelmente vai vencer em algumas categorias técnicas como Mixagem e edição de Som.
Vamos aguardar e e torcer para nossos preferidos e é claro que surpresas são bem-vindas.
