Estreia esta semana nos cinemas Toy Story 4. Difícil imaginar algo mais simbólico para a animação feita por computadores do que a franquia Toy Story e a trupe de brinquedos que encaram os mais diversos desafios e fazem tudo pela amizade e para agradar seus donos. Essa nova aventura tem um sabor nostálgico e nitidamente de reforço, para manter a franquia viva e criar um trampolim para outras sequências que certamente virão. Apesar do extremo cuidado e capricho da produção, o roteiro se desenvolve de forma previsível se baseando em pequenas esquetes de ação, uma após a outra até o desfecho final. Desta vez Woody e sua turma precisam salvar um brinquedo feito de um garfo que fica confuso e foge iniciando uma verdadeira operação de resgate. O que mais impressiona é a direção de arte com a fotografia e a qualidade dos objetos, principalmente os reflexivos. As cenas de ação também se destacam e a chuva, por exemplo, mais uma vez mostra uma evolução nos efeitos visuais. Novas personagens são introduzidas, o que se faz necessário e são bem-vindas e, infelizmente, não tem espaço para todos os brinquedos, mas não acho que vai decepcionar aos fãs. Esse é o filme mais infantil da franquia e vai agradar em cheio as crianças. Importante dizer que existe, assim como em quase todas as produções atuais, uma preocupação com a diversidade e a inclusão. Toy Story faz parte do imaginário das últimas gerações e mesmo se apresentando como um produto mais genérico, vai agradar. É sempre bom ver Woody, Buzz e muitos outros nas telas novamente. Prepare-se para rir e se emocionar, principalmente com os dez minutos finais. Vale muito o ingresso e indicação etária e livre para todos os públicos.
A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Casal Improvável. O grande desafio de se produzir uma comédia romântica atualmente, é não cair na mesmice ou em caminhos fáceis com o casal que desenvolve ou reascende uma paixão, e precisa superar um grande obstáculo para ficar junto. Não tem muito além disso, e as diferenças estão nas sutilezas. Long Shot (titulo original), consegue entregar o que toda comédia romântica tenta fazer em um filme divertido e que consegue brincar com a sociedade, a política e a própria indústria cinematográfica de forma inteligente e eficiente. O enredo é sobre um jornalista de trincheira que se reencontra com uma antiga paixão que está prestes a se tornar a próxima presidente dos Estados Unidos. O roteiro passeia entre o pastelão, que apesar de muito criticado, serve como uma luva para o humor gestual do protagonista, assim como o sutil e o escrachado. Seth Rogen e Charlize Theron são os protagonistas e a escolha foi perfeita para as personas que eles interpretam. Temos ainda os ótimos Andy Serkis, June Diana Raphael e Bob Obenkirk, só para citar alguns. Boas comédias são resultado de um bom elenco e roteiro e isso, este filme tem de sobra. As críticas estão em todos os momentos e miram no comportamento padrão estabelecido. Estou falando da idolatria de atores ou esportistas, as redes sociais e as fake news, a submissão das corporações mediante aos gigantes e principalmente a moral e ética que facilmente se desfaz para agradar e conquistar o público. Existem alguns problemas no roteiro ao criar situações malucas para um fim específico, isso não é bom narrativamente, situações são originadas de ações e não o contrário, mas isso não afeta significativamente o resultado final. Até que enfim chega aos cinemas uma ótima comédia romântica que consegue romper com o ciclo pouco criativo e pensar fora da caixa. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para Sombras e Nevoeiros. Totalmente rodado em preto e branco, essa é uma homenagem ao expressionismo alemão e ao cineasta Fritz Lang e o escritor Franz Kafka. Esse filme é para os iniciados e amantes de arte em geral.
