Filmes da semana 20/02 até 26/02

22/02/2020 13:30:30
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Dolittle. Mais uma aposta do Universal Studios que resulta e um filme quase tão bizarro como em Cats. Difícil saber o tamanho do problema que ocorreu, mas o resultado final é muito ruim, fragmentado e bobo. Certamente os primeiros testes com público foi um desastre o que necessitou de novas abordagens e refilmagens. Isso sempre acaba mal. O que realmente impressiona são as assinaturas do projeto que conta com nomes como Staphen Gaghan na direção e roteiro, Danny Elfman na trilha sonora, o protagonismo de Robert Downey Jr. e as dublagens com Emma Thompson, Marion Cotillard, Ralph Fiennes, Rami Malek, Octavia Spencer, só para citar alguns. O enredo é sobre um homem excêntrico que vive recluso com diversos animais e vai precisar encontrar uma cura para a jovem e doente rainha Victoria em uma ilha misteriosa. O processo que vai levar Dolittle a embarcar na aventura é forçado, as reviravoltas são injustificadas e o resultado é muito infantil. Só mesmo uma criança para acreditar nas ações e nos diálogos. Esta pode ser uma das piores atuações de Robert Downey Jr. para o cinema. Caricata, com truques baratos e fazendo cara de bobo o filme inteiro, esperava-se mais depois de Tony Stark. Outro que está irreconhecível é o Antônio Banderas. O CGI tem momentos bons e outros ruins, o que enfatiza problemas na montagem e finalização. Por fim, vários crítico já se indignaram mas não falaram de uma cena constrangedora. Eu também não vou dizer mas vai uma dica: é a cena da caverna quase no final. Seria difícil de comentar, mesmo com Spoiler. Finalizando, mais uma aposta em algo conhecido mas que nunca funcionou, afinal Dolittle sempre foi fracasso nas bilheterias, com muita gente boa que não conseguiu trabalhar e ficou com cara de filme de estúdio sem personalidade. Como já citei anteriormente, essa é a época de descarte do cinema do Tio Sam, e só nos resta esperar algo melhor. Vale o ingresso somente para as crianças e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

Outra estreia desta semana é O Chamado da Floresta. Mais uma vez o Clássico The Call of the Wild de 1903, escrito por Jack London, tem uma adaptação para o audiovisual. A diferença das outras versões é que o simpático Buck foi criado por Terry Notary, um ator e coreógrafo que, através da sua interpretação, deu vida ao cachorro digital. Essa é uma proposta ousada e certamente a 20th Century Fox jogou alto até pelo fato de ser o seu primeiro filme lançado pela Disney. Na verdade essa produção é o típico filme belo, com valores edificantes e direcionado para a família, isto é, 100% Disney. O enredo sofreu algumas adaptações e são bem-vindas, e conta a aventura do um cachorro que foi roubado e enviado para o Alanka em plena corrida do ouro. Ele conhece John Thornton e desenvolvem uma bela amizade, mas não vai ser fácil para o cachorro que precisa resgatar seus instintos mais selvagens para sobreviver aos desafios. O maior problema do filme é o CGI que não convence, principalmente no início. Depois, parece que acabamos relevando, mas é nítido que a tecnologia ainda não consegue reproduzir um animal que conhecemos tanto, com realismo. Digo isso, pois não tenho dúvidas que os produtores tiveram ótimos recursos para trabalhar, mas ainda não é possível criar personagens complexos digitalmente de forma convincente. Harrison Ford se esforça e tem uma boa atuação, assim como Omar Sy, o Driss de Intocáveis. O diretor Chris Sanders dirige seu primeiro filme fora da animação e tem muitos méritos, principalmente com a comunicação de Buck que precisa se expressar através de gestos e do olhar. Ótima opção para ver com toda a família e a maior adaptação, até o momento, do livro de Jack London. Para os fãs de Star Wars, a comparação com Han Solo e Chewbacca é fofa e tem sim fundamento, mesmo que em outro contexto. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

A última estreia desta semana é Maria e João – O Conto das Bruxas. De cara uma questão já deixa uma dica clara, qual o motivo da inversão dos nomes no título? Nessa versão Maria é a protagonista e João funciona como um adereço, uma referência para a irmã. Importante ressaltar logo no início, que trata-se de um filme com uma proposta que busca o naturalismo, o silêncio e tons pasteis. A ação narrativa segue por um caminho mais lento e de descobertas, o que pode causar estranheza em boa parte do público. O problema é que, mesmo para quem gosta deste tipo de abordagem, vai estranhar a segunda parte que não faz muito sentido e tem até momentos de terror barato, um caminho que este filme jamais deveria ter trilhado. Na verdade, a produção claramente não se decidiu quanto ao gênero e isso também não ajudou com o resultado final. O pior mesmo é o voice over que tenta explicar deixando a sensação de que foi mais necessário que que desejado. Certamente esse filme passou por testes de opiniões com o público, comum no mercado Norte-americano, e a narração, assim como outras questões foram adicionadas e alteradas. Isso para um projeto de baixo orçamento que não pode rodar novas cenas ou fazer maiores ajustes é complicado e ficam nítidos os gatilhos na tela. Sophia Lillis mais uma vez mostra talento e amadurecimento como atriz e contracena com a experiente Alice Krige. O enredo todos conhecem e a ideia é boa, os contos dos Irmãos Grimm são peças de terror e com um tratamento estético correto, podem render filmes interessantes. O fato é que esta adaptação não vai agradar, mas ainda assim, tem méritos e pode abrir caminhos para outras produções. Vale o ingresso a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para See. Série estrelada por Jason Momoa, ela é ambientada em um futuro caótico onde as pessoas perderam o sentido da visão e buscam novas formas para se organizar. Vale pela qualidade da produção, e pelo roteiro bem amarrado.

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