Estreia esta semana em Nova Friburgo O Primeiro Homem. Damien Chazelle, esse é sem dúvida o nome do momento em Hollywood. Com apenas 33 anos, Chazelle é o cineasta mais jovem da história a receber um Oscar de Melhor Diretor, e o que impressiona, é o olhar maduro, criativo e narrativamente bem direcionado, capaz de montar uma experiência sensorial única. Essa é a marca do cinema autoral e Chazelle, faz isso com maestria sem ficar out, aliando arte e bilheteria. O filme é uma adaptação do livro de James R. Hansen que escreveu a biografia do astronauta Neil Armstrong que, como todos sabem, foi o primeiro homem a pisar na lua e faleceu em 2012 aos 82 anos. O filme é uma obra-prima e existem alguns motivos contribuem para esse resultado. O roteiro focado no humano e nos desafios que vão muito além das missões espaciais. A fotografia de Linus Sandgren e a música de Justin Hurwitz, que são essenciais na criação das sensações tanto pelo exagero, como pela ausência e repetição. Por fim, tem ainda a primorosa direção que constrói um narrativa inteligente, com múltiplas referências e pinceladas de movimentos puristas como o naturalismo. Tem até a valsa 3/4 no espaço, referência a Stanley Kubrick. Ryan Gosling e Claire Foy fazem o casal Neil e Janet Armstrong, vivendo entre a apreensão e a confiança para o show midiático. Jason Clarke, Kyle Chandler e Core Stoll são mais alguns nomes entre muitos outros que compõe um elenco coeso e bem explorado. Essa é uma história que todos nós já conhecemos, sabemos e final e mesmo assim, vamos nos surpreender e nos emocionar. Assim como La La Land Cantando Estações, Damien Chazelle com apenas 7 anos de carreira nos presenteia com uma obra-prima e se candidata mais uma vez, a ser novamente o grande vencedor do Oscar na edição de 2019. É um filme imperdível e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A outra estreia desta semana é A Casa do Medo: Incidente em Ghostland. O cineasta francês Pascal Laugier possui apenas 3 filmes como diretor no seu currículo mas, quem conhece seu trabalho sabe bem o impacto que suas obras causam. É impossível ficar indiferente a um filme como Mártires de 2009 assim como esse seu novo trabalho. O terror real, que nasce de sociopatas e todo tipo de distúrbios é muito mais poderoso que fantasmas e jogos de descobertas que tantos representantes do gênero por pura preguiça insistem em revisitar. O enredo é sobre uma família que, após sofrer uma violência brutal, vive atormentada e buscando forças para seguir em frente mas que, inevitavelmente, vai enfrentar novamente o pesadelo para tentar pôr um fim a tudo isso. A premissa é simples e batida, mas a abordagem e o roteiro que vai além da violência, deixa tudo muito mais assustador e envolvente. Crystal Reed é a protagonista que retorna a casa no interior para ajudar a irmã interpretada por Anastasia Phillips, ambas muito bem no papel de mulheres fortes e incansáveis. Destaque para a maquiagem, Laugier sabe o efeito que uma boa maquiagem pode produzir e usou isso muito bem. É impressionante o trabalho nos rostos das meninas nos minutos finais. Esse é um bom filme de terror que consegue ir além da brutalidade ou de jogos de descobertas, e entrega uma obra forte e relevante. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Terra em Transe. Clássico do cinema nacional, uma das obras-primas do cinema mundial dirigido por Glauber Rocha e que se mostra atual até hoje. Vale pelo tema, pela narrativa e para rever atores queridos pelo público.
