Filmes da semana 19/01 até 25/01

20/01/2018 10:57:20
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Correndo Atrás de Um Pai. Impossível não lembrar do ótimo Flores Partidas de 2005 com Bill Murray. Não pela qualidade dramática, mas pelo enredo. Pena que a comparação para por aí. Apesar do roteiro bem amarrado, é tudo muito previsível e cheio de piadinhas prontas. Parece que o roteiro foi feito seguindo um manual. Tudo começa em um casamento, só para apresentar as personagens, e em uma discussão entre irmãos, eles decidem pegar a estrada em busca do pai. A premissa é boa. Já imaginou conhecer todos os homens que transaram com a sua mãe? Pena que o roteiro é burocrático, pouco criativo e apelativo. Coisas acontecem sem qualquer sentido mudando muito o fio condutor só para fazer graça ou criar um drama familiar. Owen Wilson e Ed Helms fazem os irmãos, e o elenco ainda conta com o apoio de estrelas como J.K. Simmons, Glenn Close, Christopher Walken, Terry Bradshaw e Ving Rhames. O filme é essencialmente um drama familiar que usa a comédia como ponte para amplificar os conflitos. Vai criar grande identificação com o público pelo contexto e pela mensagem fraternal que aos poucos é construída. Vale sim o ingresso e é uma boa diversão para toda a família. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é Sobrenatural: A Última Chave. Quarto filme de mais uma franquia de terror da Blumhouse, ele se passa em um momento anterior aos outros três. O enredo conta a origem da Elise, uma médium atormentada desde criança por forças do mal e pelo seu pai, que agia violentamente por não compreender os dons da menina. Elise, interpretada por Lin Shaye, recebe a ajuda de dois rapazes com pinta de ghostbusters formando um trio interessante e divertido. Apesar da violência gratuita no inicio ao trancar a menina, por exemplo, o filme é mais leve do que aparenta. Infelizmente o roteiro é preguiçoso, assim como a direção de Adam Robitel que parece estar trabalhando no automático. Claro que os apreciadores do subgênero de terror vão apreciar, mas o filme se arrasta tendo seus melhores momentos no drama familiar e no trio com piadinhas descoladas.  Isso pode ser reflexo do sucesso da franquia que ao todo gastou pouco mais de 27 milhões de dólares e tiveram um retorno de 466 milhões. Time que esté ganhando não se mexe, não arrisca e toca a bola de lado. Ainda assim, vale o Ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Felizmente veio para Nova Friburgo O Destino de Uma Nação. Esse é um filme biográfico sobre o Winston Churchill no período em que ele assumiu como primeiro-ministro, até o inicio do combate com a Alemanha. Os pontos fortes do filme estão na produção, principalmente os cenários, figurinos e maquiagem, e na atuação de Gary Oldman. Na verdade o filme é todo dele. Vencedor do Globo de Ouro com sua atuação, Oldman fez um trabalho de imersão impressionante. Claro que interpretar Churchill com todos os seus maneirismos é um prato feito, mas o talento do ator mais uma vez surpreende. Lembra a Meryl Streep em A Dama de Ferro. Infelizmente o filme tropeça ao jogar confete para humanizar o carrancudo ministro e torná-lo agradável ao público. A cena no metrô que antecede o famoso discurso é romantizarão pura e forçada. Compreensível as escolhas que foram feitas, mas não acho que foi o melhor caminho. Incomoda também essa necessidade em criar vilões e heróis, principalmente pelo fato de conhecermos o final da história. Independente de qualquer coisa, o que importa é ver Gary Oldman fazendo uma atuação de gala. Dá até vontade de aplaudir no final. Para quem curte rock, mais especificamente Iron Maiden, vai certamente se lembrar da canção Aces High no final. Vale muito o Ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Por fim estreia Gaby Estrella – O Filme. Essa é mais uma transição da televisão para o cinema, que se aproveita do bom momento para os filmes infantojuvenis. A dificuldade desse tipo de migração, sempre está na forma para conduzir a ação dramática. Seguir o modelo usado na televisão que já construiu um público cativo, ou fazer uma adaptação dramaticamente mais elaborada para o cinema. Essa balança sempre apavora os produtores e roteiristas. O caminho escolhido foi o mais conservador possível, uma repetição pouco elaborada e com situações descabidas do que passa no canal por assinatura Gloob. O enredo remonta a primeira temporada quando a Gaby vai morar com sua avó no interior do estado do Rio de Janeiro. Para quem já curte os romances, as músicas e as confusões que marcam a série, certamente vai gostar. Na verdade o filme é direcionado para esse público. Foi uma aposta que pode se mostrar acertada mas que deixou tudo meio bobo. Os problemas se resolvem rapidamente e o roteiro apostou muito nas subtramas deixando de lado o todo, perdendo consistência dramática. Além disso, o diretor Cláudio Boeckel não consegue dar ritmo em algumas cenas causando certa estranheza e tirando a força que seria necessária. Os fãs vão gostar, mas o roteiro inconstante e sem uma trama elaborada fica batendo cabeça em ações bobas para fazer o filme andar. Ainda assim, vale sim o ingresso e a indicação etária é livre.

Sugestão:A dica para assistir em casa nesta semana vai para A Louva-a-Deus. Série dramática francesa, com apenas 6 episódios, sobre uma serial killer que é chamada para ajudar a polícia a capturar um imitador dos seus crimes. Apesar do início arrastado e da dublagem sofrível, melhor ver com legendas, a partir de terceiro episódio a série ganha muito em dramaticidade e vai em um crescente até o final.

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