Estreia esta semana em Nova Friburgo o aguardado Animais Fantásticos e Onde Habitam. Se tem uma coisa que J.K. Rowling fez com maestria, foi evoluir a linguagem e o enredo dos seus livros a medida que o público juvenil adicionava anos em suas bagagens. Agora, J.K. Rowling assina o roteiro do primeiro de cinco produções sobre os animais mágicos que habitam o “universo” Harry Potter em uma abordagem mais adulta. Na verdade, além de derivada das aventuras de Potter, o livro foi um elemento narrativo na escola de Hogwarts em Harry Potter e a Pedra Filosofal. Bons autores escrevem muito além do que publicam e desenvolvem materiais extensos sobre a vida pregressa das personagens, parentes, dramas e muito mais. Esse foi o caso e o livro ainda foi publicado. O enredo deste primeiro filme se passa muito antes de Harry nascer na Nova Iorque de 1926. Eddie Redmayne é o menino com cara de assustado que estuda e defende as criaturas mágicas e que vai enfrentar Geraldo Grindelwald, uma espécie de encarnação anterior do Voldemort. Afinal, é sempre o discurso de superioridade dos bruxos que inflamam o peito dos vilões. O elenco foi escolhido a dedo e conta com nomes como Dan Fogler, Colin Farrell, Ezra Miller, Johnny Depp, Samantha Morton, só para citar alguns. A produção é aquele show que já estamos acostumados a ver nos filmes do Harry Potter, isto é, o figurino, os objetos, a fotografia e os efeitos especiais são muito bem tratados e impressionam. Outro ponto forte a o Score de James Newton Howard que capricha no tema heroico. O ponto forte mesmo é a magia que J.K. Rowling consegue criar adicionando humor, aventura, mistério e romance. Uma curiosidade que o filme insinua é a relação entre Newt Scamander e Alvo Dumbledore que deve ter uns 40 anos no filme. Sim, relação além da amizade. Vale muito o ingresso e é imperdível para os fãs de Harry Potter, isto é, praticamente todo mundo. A indicação etária é para maiores de 12 anos.
A outra estreia desta semana é Sob Pressão. Andrucha Waddington, experiente diretor que transita nos mais variados gêneros, encarou um verdadeiro desafio ao tentar retratar um pouco da violência e a rotina nos hospitais públicos do Brasil, em uma adaptação livre do livro do Marcio Maranhão “Sobe Pressão – A Rotina de Guerra de um Médico Brasileiro”. Digo livre, afinal toda adaptação também é, mas o livro e o filme só tem em comum a temática, não o enredo. É aí que está o problema, pois o roteiro exagera e fica inverossímil mais com cara de série de TV. O enredo é sobre um hospital, os médicos, as falhas do sistema de saúde e as diversas pressões que os profissionais recebem. Para dar uma ideia, além da escassez geral, até de energia que o hospital sofre, chegam ao mesmo tempo um traficante, um policial e uma criança baleados. E um detalhe, só estão disponíveis 2 centros cirúrgicos e aí começa o problema. Na verdade, se tem um mérito no roteiro é ter conseguido segurar a tensão, muito também graças a boas sequências e a riqueza nos detalhes da produção. Júlio Andrada leva bem o filme que também conta com boas atuações de Ícaro Silva, Andréa Beltrão e Stepan Nercessian. É um bom filme, com cara de cinema, mas o exagero e o excesso de reviravoltas deixam tudo parecendo linguagem de série para televisão. A importância do tema abordado é maior do que o filme consegue lidar. Histórias devem ser sobre pessoas e, mesmo com méritos, as personagens não se descolam do furacão de problemas e se resumem a um sentimentalismo superficial. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos. *Importante a informação que assim como ocorreu com “Pequeno Segredo”, os cinemas em Nova Friburgo não cumpriram os horários programados anunciados alegando que “o filme não chegou”. A dica aqui é sempre confirmar antes de sair de casa.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para O Conto dos Contos. Uma bela obra do género fantástico de 2015 de Matteo Garrone que agrada tanto pelas imagens, como também pela bela trilha sonora de Alexandre Desplat. São três histórias que valorizam o lúdico baseadas em contos de fadas.
