Estreia esta semana nos cinemas Zootopia: Essa Cidade é o Bicho. Da Walt Disney Animation Studios, mais uma vez temos a representação, em uma animação, da nossa sociedade contemporânea contada por animais falantes. O bom é que dessa vez os bichinhos além de fofos e engraçados, vivem realidades próximas as que conhecemos. Temas como preconceito, bullying, sexismo e consumo de drogas, são abordados de forma inteligente e sem qualquer apelação. No enredo a Judy é uma coelhinha empenhada a ser um policial em um ambiente dominado por machos grandalhões. Claro que é o mesmo de sempre. Sonhos, superações e uma lição a ser aprendida mas, desta vez, a balança está mais bem equilibrada, sem atalhos no roteiro para situações bobas como o romance fácil ou algo do tipo. É certamente uma animação que vai agradar as crianças e adultos e pode até levar alguns ao pensamento sobre a igualdade entre todos nós, humanos e não humanos. Destaque para os folionas ou bichos-preguiça em uma repartição pública e, para quem curte o Breaking Bad, certamente irá identificar o laboratório de “metanfetamina” e os carneiros que se chamam Walter e Jesse. É um ótimo passeio para toda a família e vale muito o ingresso. A exibição é em 3D e a indicação etária é livre.
A outra estreia desta semana é Ressurreição. Interessante que a maioria dos filmes sobre a história de Jesus Cristo quase sempre se concentra na paixão dando pouco ênfase para a outros momentos. Claro que a paixão, assim como os confrontos, ensinamentos e milagres sempre chamam muito a atenção, mas passagens como a ressurreição e a ascensão aos céus são também de grande importância e podem render bons momentos para o cinema. Joseph Fiennes estrela esta produção com características medianas, mas que se faz honesta ao não tentar ser mais do que pode. Nada de cenários enormes, centenas de figurantes ou qualquer coisa grandiosa. É tudo mais simples, em alguns momentos fica estranho, mas nota-se esforço e competência em muitos aspectos. O figurino é bem cuidado, as cenas privilegiam as paisagens e os atores. A direção não descamba para o brega ou busca saídas fáceis. Destaque para os atores, Joseph Fiennes que segura bem o bastão de levar o filme nas costas, lembrando que é um filme mediano, e que conta com a ajuda de Tom Felton (o Draco Malfoy de Harry Potter) e Cliff Curtis (Fear The Walking Dead) que interpreta Yeshua (Jesus). O enredo é basicamente adaptado do Novo Testamento e acrescenta um elemento novo com o personagem Clavius, um soldado romano que descobre algo muito além de sangue e espadas e que de certa forma guia e é guiado. Se não é um grande filme sobre a Bíblia, é honesto e vale sim o ingresso principalmente para quem gosta dessa abordagem religiosa. A indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão: Para ver em casa é dica desta semana é para O Homem Que Não Estava Lá. Um filme do gênero Noir dos irmãos Coen que usa a irreverência, a excentricidade e principalmente o suspense como os pilares principais em uma produção que vai certamente te surpreender.
