Filmes da semana 17/08 até 23/08

18/08/2018 15:24:05
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Estreia esta semana nos cinemas Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível. Esse é um daqueles filmes em que tudo deu certo. É a Disney reeditando seu conceito mais forte e apreciado, misturando drama e fantasia em um filme que vai certamente emocionar e encantar a todos. O enredo é sobre o confronto do sonho e da realidade dura. Christopher Robin está adulto e confuso, mesmo com uma família adorável, se aprisiona em suas desilusões e se fecha para tudo a sua volta. É quando o Ursinho Pooh aparece e aos poucos resgata seu amigo. Claro que ele não está sozinho e toda a turma do Bosque dos Cem Acres também vão ajudar. São muitos os acertos que vão bem além da conhecida excelência da Disney na produção. O figurino é impecável, a trilha sonora é grandiosa, mas o destaque mesmo está na produção de arte, nas cores e na fotografia. É como se estivéssemos vendo pelo olhar do protagonista. As cores desbotadas criam ambientes e personagens entristecidos, além da confusão visual devido a lugares com muitos elementos e pouca expressividade. Acerto também no roteiro com ótimos diálogos e situações cômicas que vão muito além do riso fácil, acrescentando força narrativa para a trama. Todo o elenco está ótimo e Ewan McGregor parece ser sempre a melhor opção para papeis lúdicos, provavelmente pela cara de perdido e de bom moço. Apesar de ter o Pooh, Leitão, Tigrão e toda a turma, esse não é um filme para os pequeninos. Na verdade, é mais para os adultos, principalmente aqueles que cresceram assistindo aos desenhos, ou que acompanhara seus filhos a dez ou a quinze anos atrás nas salas de cinema. Por isso mesmo, o filme não necessita e não faz maiores explicações. A Disney acerta ao fazer bem o que sabe fazer de melhor. Lindo, cativante e emocionante. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre.

Outra estreia desta semana é O Protetor 2. Quatro anos após o primeiro filme, Denzel Washington volta a viver o vingador implacável que não mede esforços para fazer justiça com as próprias mãos. Desta vez não existe dúvidas ou questionamentos. e a personagem assume a postura olho por olho, dente por dente. O diretor Antoine Fuqua sabe bem como mesclar elementos clássicos e fazer boas sequências de ação. A brincadeira com o relógio, o domínio nos embates e a postura diante dos vilões, dão peso e até um upgrade ao McCall de super-herói da vida real. O roteiro é simplório e não existe uma história a ser contada. São pequenos dramas que o justiceiro costura através de pessoas que cruzam o seu caminho. É um filme violento e o roteiro utiliza vilões comumente conhecidos e odiados socialmente, para retirar um pouco o peso e os questionamentos. São muitas as referências, mas talvez a mais significativa, seja toda a sequência final com um western em uma tempestade de vento em plena cidade. Bom ver Bill Pullman, Melissa Leo e Pedro Pascal sem o bigodinho. Denzel Washington é um caso à parte. Premiado, cultuado e sempre carismático, ele consegue transitar entre dramas e filmes de ação com maestria. Apesar de alguns momentos arrastados, até mesmo para dar espaço para os encontros e lições, o filme desenvolve bem uma atmosfera dura que justifica toda a violência vista na tela. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A última estreia desta semana em Nova Friburgo é Mentes Sombrias. Mesmo após a derrocada das produções voltadas para adolescentes com futuro sombrios e luta de minorias, sempre sobra espaço para novas tentativas. Resumindo, é mais do mesmo, só que muito mal feito. É até difícil dizer algo de positivo. O roteiro não faz qualquer sentido, a ações que impulsionam a narrativa, são descabidas e muitas desnecessárias, na verdade, daria para mostrar tudo em uns cinco minutos. O romance forçado também joga contra, e mais uma infinidade de clichês baratos que deixa tudo previsível, chato e desinteressante. Outro problema é o elenco fraco, perdido e incapaz de demonstrar emoções. O vilão, na figura de um militar é tão caricata que parece que é uma paródia ou algo assim. Em alguns momentos até parece novela mexicana. Duro mesmo foi ver Gwendoline Christie aparecendo do nada e saindo dois minutos depois para não voltar mais. Em momento algum o filme consegue criar alguma identificação com o público e ainda tenta ser politicamente moderninho ao ter uma heroína negra, mas passa longe disso. Onde isso vai parar eu não sei, mas não acho que cabe uma continuação como sugerido ao final. Só mesmo para os desavisados, a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para A Menina Santa. A cineasta Lucrecia Martel se notorizou pela forma e fluidez narrativa raramente encontrada mas muito apreciada. Esse é um filme necessário, que mostra a força de um cinema de quem sabe o que dizer e como dizer.

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