Filmes da semana 17/01 até 23/01

19/01/2019 18:41:02
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Vidro. Dezenove anos depois do lançamento do primeiro filme, chega aos cinemas o fechamento da trilogia criada pelo badalado M. Night Shyamalan e que fecha com louvor uma trilogia sobre pessoas extraordinárias que são apresentadas e desvendadas muito além de feitos ou habilidades, mas principalmente buscando o humano e suas camadas. Você pode assistir ao filme sem ter visto Corpo Fechado ou Fragmentado, mas será uma experiência reduzida, principalmente sobre a construção narrativa de Shyamalan. É possível também que você não entenda bem o final ou mesmo a terceira parte quando a linguagem de comic books fica mais evidente. O filme se passa praticamente em uma instituição onde ou trio é avaliado por uma Doutora interpretada por Sarah Paulson que tenta provar que eles não possuem poderes em sessões que aos poucos vão ganhando peso e trazendo revelações. Bruce Willis faz o mesmo personagem do primeiro filme, Samuel L. Jackson consegue ir além e trazer um pouco mais, mas o destaque ficou com James McAvoy e suas diversas personas que tem uma nítida liberdade criativa e ainda é ajudado pela direção ao transitar entre suas múltiplas faces. O ponto forte desta obra está na autenticidade de Shyamalan ao construir uma visão autoral seguindo suas virtudes narrativas e dramáticas. Quem conhece o cineasta, ao ver o filme, independente de ser uma trilogia, sabe que essa é uma representação da construção narrativa de Shyamalan e quem não conhece, sente que trata-se de algo diferenciado, interessante e estimulante. Destaque também para a fotografia e o trabalho que as cores constroem para cada personagem e é claro para os enquadramentos e os diversos recursos de movimentação de câmera que são utilizados. Esse filme, assim como os outros dois primeiros, principalmente quando vistos em conjunto, são um presente e um exemplo de como a ousadia e a autoria podem, quando agraciadas com um bom roteiro, surpreender e marcar a história do cinema. O superpoder de Shyamalan é fazer suas obras ganharem força ao longo do tempo e foi isso que ele fez mais uma vez. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A outra estreia desta semana é Como Treinar seu Dragão 3. Essa é uma trilogia que conseguiu se manter forte e fiel a sua essência sem ficar repetindo ou buscando as mesmas soluções. Na verdade o diretor Dean DeBlois sabe aproveitar os pontos altos que esse enredo pode produzir, caprichando no visual, nas batalhas, no fortalecimento da amizade e na evolução das relações. Desta vez, não vai bastar a tradicional tolerância entre os diferentes, mas uma luta ainda maior vai ser necessária contra um vilão implacável que escraviza os dragões e quer matar o Furia da Noite e outros que possam se posicionar como líderes dos dragões. Outro foco desta terceira animação é o romance que os protagonistas desenvolvem e seus posicionamentos como lideranças. DeBlois que também escreveu o roteiro, explora o humor de forma inteligente com piadas simples para as crianças, mas que também agradam aos adultos. As personagens visualmente multicoloridas e com personalidades marcantes fecham uma boa produção que ainda conta com uma trilha sonora certinha de John Powell e Klaus Badelt. Existe ainda uma mensagem sobre como a indústria e outros setores da economia escravizam e mata os animais e como a maioria das pessoas faz vista grossa e não percebem que existe um caminho melhor de convivência mútua e respeitosa. Essa é uma animação que vai agradar pelo enredo, pelo ritmo e vai emocionar pela evolução dos laços afetivos. Bom programa para levar as crianças, principalmente para quem viu os anteriores. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Jogo Subterrâneo. Felipe Camargo e Maria Luisa Mendonça fazem um perigoso e estimulante jogo de encontros e desencontros. Vale pela forma lúdica e misteriosa das personagens, assim como o desenvolvimento das ações que se confundem com o labirinto que nos aprisiona e nos estimula.

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