Filmes da semana 16/03 até 22/03

17/03/2018 11:48:50
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Maria Madalena. Esse é um daqueles filmes que necessita de uma ponderação por se tratar de uma obra que busca algo maior e necessário. Corrigir um erro, recentemente reconhecido pela igreja, de ter descrito Madalena como uma prostituta a ser perdoada. Na abordagem desse longa, roteirizado por duas mulheres, Maria Madalena não se submete ao machismo social e se recusa a casar por obrigação.  Ao conhecer Jesus e seus seguidores ela se encanta com o profeta e suas visões e segue com ele por um walking movie que os vai levar ao desfecho tão conhecido. O amor entre Jesus e Madalena é explorado mas tudo fica em olhares e gestos, como um amor acima da carne. Judas e Pedro também são destaques com abordagens diferentes das convencionais. O diretor australiano Garth Davis pegou todo esse contexto e aplicou uma estética visual intimista, mas com momentos clichês com planos aberto e pontos de fulga ao infinito e como a tradicional musica exagerada (ultimo trabalho de Jóhann Jóhannsson falecido mês passado). O elenco reúne um time de estrelas que impressiona. Rooney Mara faz Madalena, Joaquin Phoenix é Jesus, Chiwetel Ejiofor interpreta um Pedro inconformado com a presença de Madalena no grupo e Tahar Rahim faz Judas. Este é um filme maior por abraçar uma questão importante e em um momento de transformações profundas nas sociedades. Infelizmente regimes tirânicos ainda existem e submetem as mulheres a destinos revoltantes, mas a luta é longa e será vencida. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

A outra estreia desta semana é Tomb Raider: A Origem. Sucesso nos videogames por décadas, chega aos cinemas mais uma versão da heroína com jeitão de Indiana Jones. Por duas vezes Angelina Jolie interpretou a personagem dos games com desenvoltura, mas nessa versão, principalmente pelos tempos atuais, não cabe mais uma supergirl imbatível e siliconada. Esse foi um dos grandes acertos dessa produção ao escalar Alicia Vikander, uma mulher com uma presença forte, mas com sensibilidade e fraquezas. Lara Croft é uma menina orgulhosa que deixa de lado a riqueza da família e faz questão de pagar suas próprias contas. Durante boa parte, o filme trabalha para humanizar e dar contornos para a protagonista em um crescente que nos faz acreditar estar diante de uma obra diferenciada para o gênero. Mas da segunda metade para frente, quando a ação realmente começa é que, ao contrario do que deveria, o filme se arrasta em uma sequencia de cenas desnecessárias e diálogos sem sentido. Essa necessidade de ação pela ação, tira força narrativa e só agrada mesmo aos amantes dos efeitos especiais. O problema mesmo é que boa parte das sequências poderiam não estar ali e o vilão, é fraco, caricata que pouco acrescenta. De qualquer forma é muito bom ver Lara Croft fazendo as poses dos games e com um frescor atualizado. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para A vila. Famílias se isolam em uma comunidade para fugir dos seus passados e fazem de tudo para manter um segredo bem escondido. Direção inspirada de M. Night Shyamalan e trilha sonora marcante de James Newton Howard. Mesmo para quem já viu, vale a dica para rever.

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