Filmes da semana 15/5 até 21/05

15/05/2015 15:30:08
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A grande estreia desta semana é Mad Max: Estrada da Fúria. Quando o trailer do filme foi lançado, vi que algo diferente estava para vir mas não imaginava que o diretor australiano George Miller, que fez a trilogia a Mad Max nos anos 80, tinha uma proposta tão impactante. Podemos estar diante do nascimento de uma nova forma narrativa para os filmes de ação. Frenético e belo. Essas são as duas melhores palavras para descrever o trabalho de Miller. Tom Hardy emprega toda sua testosterona à Max e Charlize Theron interpreta uma dissidente com coragem para romper com seus opressores. Importante dizer que tudo está em seu lugar e foi feito com muito talento e competência. O diretor usa poucos efeitos especiais e a maioria das cenas são reais, feitas com dublês. A ação é contínua e descabidamente coerente. A fotografia de John Seale é bela, forte e com grande peso narrativo. O figurino, a maquiagem e os objetos de cena trafegam entre o clássico e o brega de forma segura e harmoniosa. E a música? Até parei um pouco para pensar. É certamente o melhor trabalho conjunto entre a produção e o compositor dos últimos anos. Tudo foi bem pensado. Instrumentos estão frequentemente em cena e a trilha sonora de Tom Holkenborg é poderosa. Quem for ver o filme vai ter a sensação de estar diante de algo novo, diferente e muito bem feito. Vale cada centavo do ingresso. A indicação etária é para 16 anos. 

Estreia também em Nova Friburgo Divã a 2. Uma produção nacional com Vanessa Giácomo, Rafael Infante e Marcelo Serrado. Só para situar, este filme é completamente diferente do Divã com Lília Cabral de 2009 e não passa nem perto do livro Divã da Martha Medeiros de 2002. O tema é semelhante por se tratar de relacionamentos mas a abordagem é bem diferente. O enredo é sobre um casamento em crise que caminha para a separação. O que segue a partir daí é o caminho básico dos roteiros brasileiros. Nada de novo acontece, nenhuma questão realmente é apresentada e o elenco cômico de apoio acaba sendo a única atração. Nesse caso, George Sauna e Fernanda Paes Leme fazer os exagerados e estereotipados amigos do casal recém separado. O problema do filme é ser conservador, não teve a coragem nem a capacidade para ir além. Não que tenhamos que sair do cinema com dilemas e reflexões mas, querer agradar a todos, tornou o filme vazio e enfraqueceu o conflito que é o motor a impulsionar a narrativa. Quando citei a escritora Martha Medeiros foi para fazer uma referência aos seus textos que tratam de temas semelhantes e abordam questões interessantes para o debate. Diferente, o filme até tem alguns bons momentos no roteiro, mas no geral nada traz de novo. Resumindo, é um filme com jeito de refrigerante light nacional. Previsível, parece água com gás e açúcar mas, em um domingo com chuva, sem nada para fazer, até engana bem. Alguns momentos fazem valer o ingresso e a indicação etária é para 12 anos.    

 

Para ver em casa a dica vai para Holy Motors de Leos Carax. É um questionamento sobre nossa identidade de forma visceral e com toques do surrealismo. Somente para os já iniciados! Destaque para a cena na igreja. 

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