Filmes da semana 15/09 até 21/09

15/09/2017 19:35:51
Compartilhar

Estreia esta semana em Nova Friburgo Amityville: O Despertar. Terror em Amityville, lançado em 1979, virou cult e ganhou inúmeras sequencias, não por ter sido muito bom, mas pela trama que se apoiava no suspense psicológico e pelas referências comuns ao subgênero terror. O problema é que o pessoal esqueceu que precisa ter um enredo bem desenvolvido e as continuações, se apoiam apenas nas referências. Esse é mais um exemplar que seguiu essa cartilha. Tem a casa, a família tentando recomeçar, os eventos paranormais explicadinhos e muito susto. Na família temos a mãe perdida, a adolescente rebelde, a criança inocente e o menino acidentado em uma cama. Dava para ser mais óbvio? Para piorar existem incoerência dentro do roteiro. A tentativa de usar os filmes anteriores como referência dentro do próprio filme para trazer algo de novo, até chama a atenção, mas o tiro foi no pé e acaba proporcionando momentos de risos nas salas de cinema. Jennifer Jason Leigh, Bella Thorne, Cameron Monaghan e até a pequena Mckenna Grace se esforçaram e construíram boas personas, assim como o diretor Franck Khalfoun, conseguiu desenvolver boas sequencias com ângulos abertos e planos subjetivos, mas isso não salva um filme desenvolvido a partir  de um roteiro ruim. Esse é mais um capítulo de uma franquia que parece eterna e inabalável, mesmo com filmes tão fracos e que muitos, nem chegam a passar nos cinemas. Vale o ingresso só mesmo para quem gosta de levar sustos gratuitos e não liga para a trama. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outra estreia desta semana é Feito na América. Aos 55 anos Tom Cruise continua apostando em uma fórmula eficaz que mistura ação e comédia protagonizado pelo herói incorreto mas cheio de boas intenções. O filme é baseado em uma história real de um piloto comercial que acaba fazendo transporte de armas e drogas após ser iludido por um suposto agente da CIA. Isso ocorreu durante a expansão dos carteis colombianos nos anos 80, e tudo vai acontecendo sem que o piloto soubesse realmente no que estava se metendo. O grande acerto do filme é a crítica ao american way e aí nada fica de fora, principalmente as agências de espionagem e até o próprio presidente. Outro ponto interessante é como o diretor Doug Liman se utiliza da linguagem narrativa e se aproveita dos maneirismos da época, com edição rápida e câmera na mão, sem Steadycam ou outro aparato moderno do cinema atual. Tom Cruise sempre carismático e Domhnall Gleeson formam uma boa dupla, mas Sarah Wright e Jayma Mays são quase adereços, o que era comum nos anos 80, mas as meninas poderiam ser melhor aproveitadas. O resultado final do filme é muito bom e mesmo que seja difícil de acreditar em tamanha ingenuidade, o desenvolvimento narrativo é como uma crítica ao jeito norte americano que sabe aproveitar as oportunidades mas nada cria ou controla. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

Por fim, entre em cartaz e em clima de pré-estreia O Sequestro. Halle Berry mais uma vez vem para as telas como a mulher forte e incansável, o interessante é que desta vez, ela atua praticamente sozinha. Ao final, fica a sensação que até o filme é coadjuvante e tudo que importa é a Halle Berry. Mais de 80% das imagens (fora as panorâmicas) temos a heroína sozinha correndo atrás do filho sequestrado. É basicamente isso. Partindo dessa premissa, o diretor Luis Prieto Yanguas faz de tudo para criar empatia do público com o menino e mostrar o dia a dia sofrido da mãe que trabalha como atendente em uma lanchonete. Depois disso, vem o segundo desafio que é ampliar espaços e a distância, através das imagens. Para isso o diretor usa planos abertos e panorâmicos. Por fim, longas cenas de perseguição necessitam de ritmo e tensão. Tudo isso é feito quase como se estivesse sendo seguido um manual. Apesar de algumas poucas boas ideias, como o início, o filme todo se apoia na Berry que sabe bem como carregar essas produções nas costas, mas fica tudo muito cansativo e em muitos momentos sem sentido. O lançamento está previsto para o dia 21 mas está passando em dois horários já esta semana. Vale o ingresso por pouco e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a terceira temporada de Narcos. Já conhecida dos brasileiros, é a série de maior audiência da Netflix em 2017. Agora a luta do Javier Pena é para desbaratar o Cartel de Cáli que, após a morte de Pablo Escobar, assumiu a posição de maior fornecedor de drogas para os Estados Unidos.

Compartilhar