Estreia esta semana em Nova Friburgo o aguardado Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, O Filme. Todo mundo gosta do cachorro descolado e de toda a turma e, poder ver um clássico atemporal da cultura ocidental das tirinhas e televisão, é sempre muito bom. Mas aí vem a apreensão. Como fazer algo tão marcante e que carrega uma assinatura tão pessoal depois da morte de Charles M. Schulz? A solução foi dada pela própria família Schulz de forma nobre e respeitosa, mas escrever um bom roteiro requer conhecimento e experiência e, por melhores que tenha sido as intenções, deixou bastante a desejar. O enredo e cheio de romance, aventura e algumas lições de vida. A identificação do público com as personagens é impressionante e essa é certamente a grande marca que Schulz conseguiu imprimir. A animação é muito bem feita e tudo, desde as músicas até os traços que marcam o estilo, estão presentes, mas com uma narrativa sem ritmo e um enredo meramente mediano. As cenas em que o Snoopy trava batalhas aéreas são longas e prejudicam o andamento narrativo e o Charlie Brown parece uma caricatura exagerados de si mesmo. É como uma boa canção de Jazz tocada por músicos medianos. Independente disso, ver essa turma no cinema é um prazer indiscutível. São amados e certamente vão agradar aos pequenos e aos marmanjos. Vamos torcer para que venham outros filmes do Snoopy e que esse tenha sido um bom aprendizado, afinal, todos nós adoramos a obra do Charles M. Schulz e sempre queremos mais. Importante dizer que tem uma cena depois dos créditos iniciais e um micro cena após os créditos finais. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre.
A outra estreia data semana é Creed: Nascido Para Lutar. É incrível como Rocky Balboa consegue sempre tirar mais um coelho da cartola. É um daqueles personagens que marcam a carreira de um ator, mas no caso do Sylvester Stallone, isso vai muito além. Já mais velho, Rocky continua tocando seu restaurante e sem grandes aspirações até que aparece o filho bastardo do Apollo Creed e pede para ser treinado. O que se desencadeia daí é uma sequencia bem conduzida usando todo tipo de referencias e se aproveitando bem do estilo narrativo que a franquia desenvolveu. Tem tudo, absolutamente tudo que os fãs de Rocky Balboa esperam ver no filme. Tem as famosas frases sobre lições de vida, os desafios, as superações e muito boxe. Mas o que realmente sempre fez a diferença e cria tamanha identificação com o público é o coração. Rocky não quer nada além de fazer o bem e cuidar das pessoas e é desse coração que surge a fera que mesmo em desvantagem, consegue vencer. Não porque ele derrubou seus oponentes. Rocky nem precisa vencer a luta. É essa mistura entre o ringue e a vida, seja apanhando ou batendo, sempre com o coração inundado de vontade de vencer e se superar é que define e marca esse personagem. Isso, todo mundo gosta. E quando bem feito é melhor ainda. Ousado, surpreendente e inteligente são as três palavras para descrever o filme. Para os fãs de Rocky é obrigatório. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica da semana é para Abril Despedaçado. Com Rodrigo Santoro e dirigido por Walter Salles, o filme retrata a dura vida no sertão brasileiro em 1910 numa produção que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002. É certamente um dos melhores filmes nacionais dos últimos tempos.
