Filmes da semana 14/11 até 20/11

16/11/2019 13:56:30
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Semana com feriado prolongado e muitas estreias nos cinemas, vamos começar com a mais aguardada, Ford Vs Ferrari. Essa é uma daquelas produções que não tem como dar errado, mesmo que muitos problemas apareçam e persistam, o resultado final vai agradar. É uma boa história, um elenco estrelar e um orçamento de quase cem milhões de dólares para um filme pé no chão, que não depende de CGI e outras tecnologias. O enredo é conhecido e já rendeu um documentário em 2016 (The 24 Hours War). Ele conta a jornada da Ford após um desentendimento com uma negociação com a Ferrari, e que resolve dar o troco nas pistas de corrida. Existem aqui todos os ingredientes para um desenvolvimento narrativo que remete ao Herói de Mil Faces. O diretor James Mangold utiliza bem diversos recursos para causar tensão, principalmente nas tomadas na corrida, mas agarra por conta de um roteiro esquemático e repleto de frases prontas. Por conta disso o filme é previsível e apelativo. Não estou me referindo ao desfecho, mas sim as sequências e construção dos arcos dramáticos. A necessidade de vilanizar a ferrari também incomoda e proporciona momentos que não fazem qualquer sentido. O elenco conta com nomes como Jon Bernthal (O Justiceiro) e Josh Lucas que fazem boas participações, mas os olhares são para Christian Bale e Matt Damon. É bom ver dois atores carismáticos e competentes contracenando. Não são os melhores trabalhos deles, mas o conjunto da obra agrada bastante. Um dos destaques mais significativos do filme é a mixagem de som em que são utilizados os barulhos dos carros para dramatizar alguns cenas. Independente de carros e corridas, o filme é sobre pessoas e como elas lidam com os desafios. O resultado final, depois de duas horas e meia, é a sensação de que poderia ter sido muito melhor, mas vai agradar por conta do elenco e da boa história. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Estreia também nesta semana Dora e a Cidade Perdida. Série de animação da Nickelodeon conhecida e apreciada pelas crianças, ganha uma versão para os cinemas que apostou em um tom leve e no carisma da protagonista. O filme inicia com a Dora pequena ainda na floresta peruana, como um flash back e chega aos dias atuais em que a menina já é uma adolescente. O roteiro aborda diversos temas e busca humanizar as personagens e suas relações antes da grande aventura. São muitos os clichês e piadas infantis, mas isso é inevitável. Dora vai para uma escola norte americana e enfrentará os mesmos desafios já tão batidos nos filmes High School. É na floresta que a menina está em casa e mostra suas habilidades e seus artefatos que saem da sua mochila, como o cinto de utilidades do Batman. O filme é bem produzido e tem nas personas o seu ponto forte. Isabela Merced é um cativante e domina as cenas. Ela nos convence que é a Dora dos desenhos. O elenco ainda conta com os ótimos Michael Peña e Adriana Barraza, como apoio ao elenco juvenil. Dora e a Cidade Perdida entrega o que promete e, apesar de não conseguir se comunicar com o público adulto, vai agradar e reafirma a tendência live action que tomou conta dos cinemas. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

As Panteras é mais uma estreia que chegou a Nova Friburgo. Passa o tempo, e continuam aparecendo os anjos do tio Chalie, que ganharam uma nova roupagem e parece que vieram para ficar. Criado nos anos 70, quando séries eram chamadas de seriados, As Panteras estão novamente lindas, descoladas e engraçadas. A ótima Elizabeth Banks, que dirige a atua, apesar da pouca experiência na direção, não busca atalhos ou disfarça os problemas, o que é muito bom. Mesmo com pouca habilidade nas cenas de ação, ela não apela para edição e tenta no braço fazer o possível para tudo funcionar bem. O enredo é batido e depende de reviravoltas para ficar interessante, mas isso pouco importa e a produção sabe bem disso. O ponto alto do filme são as mulheres e suas habilidades para enfrentar as situações, mesmo que as coisa saíam do controle. O glamour e o figurino é bem explorado, principalmente porque, são usados para enfatizar a personalidade das meninas. Outro recurso esperado e bem utilizado foi a nostalgia, com direito a tradicional música de abertura do seriado. Kristen Stewart encabeça o elenco e consegue imprimir força e humor e Ella Baliska convence no papel da durona. Para completar o trio Naomi Scott não se destaca tanto, mas consegue compor sem atrapalhar. O filme ainda conta com nomes de peso como a própria Elizabeth Banks, assim como Djimon Hounsou, Sam Claflin e Patrick Stewart. As Panteras agrada por ter bons pontos fortes, apesar de não ser um filme marcante ou mesmo interessante. Novamente parece se tratar de um teste de aceitação para uma continuação que certamente está por vir. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outro filme que chega aos cinemas esta semana é Invasão ao Serviço Secreto. Mais uma vez o ator Gerard Butler interpreta um agente bom de briga que vai enfrentar uma ameaça de conspiração que pretende matar o presidente dos Estados Unidos. Sei que não tem qualquer novidade nisso e muitos críticos batem nessa tecla, mas o filme faz o que se propõe e entrega entretenimento simples sem tentar ser mais do que pode. Apesar de algumas poucas surpresas, o enredo segue o manual até a cena final no telhado de forma esquemática mas pertinente para esse tipo de filme. Ninguém que vai assistir essas produções espera um debate filosófico ou um drama shakespeariano. O principal é que mesmo sabendo quem vai vencer e quem vai perder, o ritmo é frenético e vai prender a atenção até o final. O jogo é como o agente, que parece ter sido treinado pelo Rambo, vai conseguir lidar com cada situação que aparece. Bruce Willis fez fama com filmes assim. O elenco tem peso com nomes como Nick Nolte, Morgan Freeman, Jada Pinkett Smith e Danny Huston, só para citar alguns. Todos no automático e fazendo algo que já fizeram antes. Invasão ao Serviço Secreto cumpre o objetivo de entreter e ser esquecido sem almejar nada além disso e insiste em uma fórmula batida mas que funciona dentro da proposta. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A última estreia desta semana em Nova Friburgo é Os Parças 2. Diferente do primeiro filme que tinha alguma estrutura narrativa e coerência no enredo, resolveram fazer uma continuação sem a necessidade de um sentido entre as ações e o resultado é um filme descabido que tenta extrair momentos engraçados óbvios. O longa se apoia basicamente no talento de Tom Cavalcante e na boa química entre Whindersson Nunes e Tirulipa que conseguem, aos seus modos, fazerem algumas piadas e tirar sarro de quase tudo, mesmo que de forma ofensiva. Claro que não é um filme que se leve a sério e eles mesmo são alvos de suas próprias piadas. Não tem muito mais o que dizer. O enredo é descabido e as situações são encaixadas para fazerem esquetes e não por conta de uma necessidade do roteiro. Vale citar as boas aparições de atores e conhecidos, como a do jogador Amaral e da Fabiana Karla. Para que gosta desse tipo de humor ou é fã de Whindersson vale sim o ingresso, mesmo que venha a esquecer do filme no dia seguinte. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

Vale ressaltar que nesse final de semana está rolando a oitava edição do Festival Internacional de Cinema Socioambiental em Nova Friburgo e ainda é possível conferir. Essa é uma iniciativa corajosa e feita por pessoas que batalham pela cultura e a arte em nossa cidade. Movimentos como esse devem ser apoiados e celebrados. São sessões gratuitas e conta com a participação de escolas e outras diversas formas de fomentar a arte audiovisual. Parabéns aos realizadores e você pode conferir a programação em http://www.fricine.com.br/

Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para a nona temporada de Homens de Terno. Série norte americana sobre advogados corporativos que nada teria a mais para acrescentar mas que encerra com dignidade e piadinhas sobre Meghan Markle.

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