Estreia esta semana o aguardado Caça-Fantasmas. Vamos esclarecer uma coisa logo de cara. O filme é sim muito bom mas, como não poderia ser diferente, passa longe do original. Existem alguns filmes que marcam, são raros e serão sempre apreciados e lembrados. Os Caça-Fantasmas é um deles. Por isso a comparação é desigual e injusta. Claro que ao pensar na originalidade, no roteiro e na qualidade do elenco fica evidente a diferença, mas a nova versão conduzida pelas meninas não faz feio apesar do enredo bobo e dessa coisa de heroínas com cacoete de seriado do Warner Channel. Foi um grande acerto optar por uma versão comandada por mulheres. As quatro moças estão ótimas, funcionam bem juntas e conseguem se destacar individualmente. Melissa McCarthy é a empolgada e agregadora, Kristen Wiig é a ovelha desgarrada, Kate McKinnon é a descolada, engraçada e genial e Leslie Jones faz o contra peso, é engraçada e carismática. Não posso deixar de fora os meninos. Chris Hemsworth faz a Janine, basicamente fica sorrindo e fazendo tipo, afinal ele pode e tem ainda presenças como Matt Walsh, Andy Garcia e Charles Dance entre outros, mas todos com papeis propositalmente secundários. Ainda sobre o elenco, é muito bom ver todos os Caça-Fantasmas originais no filme. Até Sigourney Weaver dá o ar da sua presença. Claro que Harold Ramis que interpretou o Egon no original não poderia estar presente em virtude do seu falecimento em 2014, mas uma justa homenagem em forma de busto é feita logo no início. O enredo é simples, até meio bobo, mas funciona bem. As meninas se unem para combater uma ameaça fantasma, um vilão tosco que sofre de um tipo de “mega bulling auto induzido” e que quer convocar os monstrengos espectrais para um tipo de “vingança dos injustiçados”. Pura bobeira. O interessante é que as meninas não são reconhecidas como as salvadoras da pátria, um tipo de “anonimal heroes”, sinal dos novos tempos. É um filme divertido, nostálgico e que não se leva muito a sério. Não posso deixar de ressaltar a música do primeiro filme em diversas versões. Nos anos 80, todo grande lançamento vinha acompanhado de uma canção de sucesso, coisa rara atualmente. Por fim, não posso deixar de dizer que só pela aparição do lendário Ozzy Osbourne já vale o ingresso. É imperdível para quem é fã do original e muito indicado para quem gosta da boa e exagerada comédia com direito até de alguns sustos. Por último, não saia correndo quando terminar, são várias cenas durante os créditos, é em 3D e só está no Friburgo Shopping. A indicação etária é para maiores de 10 anos.
SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para O Homem Duplicado. Adaptado do livro de José Saramago, é um filme que usa as imagens, as cores e a complexidade das personagens como elementos narrativos. É para refletir. Tenho várias teorias, mas nunca cheguei a uma conclusão sobre as aranhas. Saramago é sempre Saramago.
