Estreia esta semana nos cinemas Desejo de Matar. Esse é um clássico eternizado por Charles Bronson Na década de 70 sobre o justiceiro implacável que após um trauma, persegue criminosos fazendo “justiça” com as próprias mãos. Esse ainda é um debate atual e difícil, uma vez que os poderes, incluindo o judiciário, não funcionam a contento. O conhecido enredo é sobre um pai e marido amoroso que sofre uma violência irreparável e tem sua família destruída após um assalto. Todos os elementos são favoráveis para que as ações sejam justificadas e aos poucos o justiceiro ganha força até o clímax final. O diretor Eli Roth de Bata Antes de Entrar e Clown, sabe como compor cenas fortes e com muito sangue, e não perde a oportunidade. O roteirista Joe Carnahan acerta no tom da proposta de atingir o espectador médio, e constróii uma narrativa simples com foco nas lacunas sociais e psicológicas. Apesar do debate tendencioso, ele existe e é sempre bem vindo. O trunfo do filme está no elenco experiente e bem conduzido. Bruce Willis tem na bagagem uma longa lista de tiroteios e atos heroicos associados a sua imagem, assim como muita experiência cênica para fazer o médico pacato, quase canastrão, que se transforma em um justiceiro cruel. Vincent D´Onofrio e Elisabeth Shue dispensam comentários e fazem um contraponto por sempre representarem figuras fortes nas telas. Além de ser um ótimo remake, o filme alfineta a sociedade ocidental ao debater o comércio e armas e o chamado cidadão de bem, um mito urbano do cumpridor da lei e dos costumes estabelecidos e impostos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
A outra estreia desta semana é A Noite do Jogo. Já fazia algum tempo que não pintava nas telas, uma comédia realmente engraçada, com ritmo e interessante. Bem escrito e dirigido, o filme é engraçado e ainda entrega ótimas cenas de ação. O enredo é sobre um grupo de pessoas que fazem um jogo que tem como objetivo, encontrar um membro do grupo que foi levado a força bem na frente deles. Divididos em duplas, ganham os primeiros que encontrarem o sequestrado. Tudo é muito bem amarrado e o roteiro, escrito por Mark Perez, experiente em comédias, cria uma narrativa coerente e linear. Os protagonistas são fanáticos por jogos e possuem questões pessoais com o sequestrado, criando personas mais interessantes e conduzindo melhor as ações. São diversas referências com filmes de terror, policiais que são bem vindas e relevantes. O grande destaque é o elenco, como deve ser em se tratando de comédia. Jason Bateman e Rachel McAdams lideram o grupo que que vai se meter em situações inusitadas para achar Brooks, interpretado por Kyle Chandler. O jogo, na verdade é descobrir o que está acontecendo, se é mesmo um jogo ou trata-se de algo mais. São diversas situações absurdas e ridículas que os jogadores precisam passar e tudo vai dando errado. Enfim uma ótima comédia e uma diversão garantida para ver com toda família. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para O Insulto. Produção libanesa, escrita e dirigida por Ziad Doueiri, o filme é forte e provocativo, sem apelar para estéticas ou narrativas mirabolantes. Foi a primeira vez que um filme do Líbano é indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
