Filmes da semana 09/12 até 15/12

09/12/2016 19:59:35
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Estreia esta semana nos cinemas A Última Ressaca do Ano. Por mais clichê que possa ser dizer isso, chegou o natal! Esse é o primeiro filme natalino que entrou em cartaz este ano com alguns dos melhores comediantes norteamericanos. É a tradicional comédia do redemoinho que vai piorando até tudo sair do controle. O enredo é sobre uma empresa de tecnologia que tem uma filial que não está indo bem correndo o risco de fechar as portas. Para salvar a pátria, uns funcionários decidem fazer uma festa de natal, que não iria acontecer em virtude dos cortes, para fechar um acordo que pode resolver a coisa toda. É claro que a ideia não funciona como deveria e tudo fica muito louco. É a típica comédia politicamente incorreta que tem como força narrativa as personagens que, por mais estereotipadas que possam ser, criam empatia e identificação. Jennifer Aniston, Jason Bateman, Olivia Munn, T.J. Miller, Kate McKinnon, Matt Walsh são só alguns dos nomes de peso no elenco. De um jeito ou de outro, todos os atores estão fazendo mais do mesmo. O importante de uma comédia é ser engraçada e, mesmo sendo apelativa e previsível, tem lá seus momentos. Principalmente pela qualidade das atuações. São várias subtramas, alguns momentos de drama pouco convincente e soluções fáceis para os problemas, mas o importante é que o público vai gostar. Todo mundo conhece alguém ali retratado ou já passou por alguma experiência parecida. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos. 

Outra estreia desta semana é Fallen. Para quem não conhece, esta é uma saga escrita por Lauren Kate, lançada em 2009, que virou bestseller com algo em torno de 15% das vendas mundiais feitas aqui, no Brasil. São quatro livros que contam a já tradicional história sobre romance juvenil piegas com misticismo e personagens sobrenaturais. É uma substituição do príncipe clássico, por um homem celestial, poderoso e apaixonado. O enredo é sobre Lucinda, interpretada por Addison Timlin, que após ser acusada pela morte do namorado, vai para um reformatório onde encontra o belo rapaz misterioso que a intriga e desperta várias das suas emoções. Daí para frente nada pode ser dito para não ter spoiler, mas é claro que a coisa é enorme, tudo é complicado e parece impossível. Mas como não é Shakespeare, quem sabe o amor vença ao final. O problema é que tudo parece ter sido feito displicentemente, sem o cuidado necessário. A adaptação não é boa, os atores não convencem e a edição faz o filme se arrastar até o final. Claro que como é uma saga, eu me refiro ao final do filme, não da história. Apesar de já ter sido anunciado uma continuação, só mesmo um milagre nas bilheterias para que “Tormenta”, segundo livro da série realmente entre em produção. O filme tem cara de segunda linha, tipo B ou feita para televisão, mas sabe-se lá, nunca subestime o poder de sedução junto ao público de anjos apaixonados. Vale o ingresso para quem gosta do tema ou é fãs da saga. A indicação etária é para maiores de 12 anos.   

Uma das estreias nacionais desta semana é O Vendedor de sonhos. Adaptado da trilogia de Augusto Cury com milhões de livros vendidos em todo mundo, o filme tem até alguns momentos bons mas não se sustenta na linearidade descabida, situações inverossímeis e uma baba eterna do “ser ou não ser” rasa, sem realmente dialogar. A direção do experiente Jayme Monjardim tem qualidade técnica mas cai na armadilha do sentimentalismo da auto ajuda e faz tudo parecer um dramalhão bobo. Ainda sobre a parte técnica, a fotografia é bela, os efeitos digitais nem tanto e a trilha sonora exagera muito buscando invocar a emoção do público a todo custo. O elenco conta com Dan Stulbach que faz um feijão com arroz básico e César Troncoso que faz um bom trabalho no papel do guru. O enredo é sobre um psicólogo que, quando vai se jogar de um prédio para cometer suicídio, é interrompido por um homem com jeito descuidado que aos poucos o “convence” a não cometer um ato tão radical. Esse ato, assim como todo o resto, incluindo o presente e o passado, é pouco convincente com momentos meio “Além da imaginação”. As questões abordadas são importantes como: suicídio, descaso e bem estar ao próximo, felicidade, o ego e muitos outros. O problema são as soluções clichês e impraticáveis. Até tem uma boa frase ou outra, mas na maioria e tudo obvio e raso. Fica entre o insensato e o pretensioso, fazendo de tudo para tentar ser mais do que é possível. Vale o ingresso, mas o público mais exigente vai ter que se contentar com a pipoca. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

Por fim temos outra a estreia nacional, Tamo Junto. Importante dizer logo de cara que é um filme que tenta ser descolado e com pretensões modestas. Como se fosse um monte de amigos fazendo piadas e se divertindo. Ainda que isso seja verdade e que a pretensão seja apenas divertir fazendo o obvio, cinema é cinema e por mais que atualmente as mídias se comuniquem, cada espaço tem sua narrativa própria e pequenas ambições não exime de ter ou não qualidade. O bom aqui é que o filme é engraçado, muito atual e essa turma tem do bom timing do brasileiro que sabe alfinetar no lugar certo. O enredo é sobre um recém solteiro que cai na noite e encontra uma paquera do passado que está para se casar. Todo tipo de clichês imagináveis estão presentes e o desenvolvimento é previsível e aguardado. Destaque para os atores que funcionam quimicamente bem juntos e para as referências que funcionam como um alívio em uma proposta tão simples. Resumindo, é o clássico filme do “bonzinho” tímido que após uma desilusão tenta na superficialidade das drogas e no sexo fácil, encontrar algum caminho para a felicidade. É o mesmo de sempre um pouco descolado e atual, mas sem qualquer mensagem construtiva ou inteligência dramática narrativa. Bons atores com boas piadas mas, com um enredo bobo e irrelevante. Vale o ingresso para quem gosta dessa turma ou para relaxar o cérebro. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana vai para Jules e Jim – Uma Mulher para Dois. De 1962, Truffaut apresenta um filme sutil e forte para a época sobre o amor, o tempo e a amizade. Cinema francês da melhor qualidade.

 

 

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