Filmes da semana 09/11 até 15/11

10/11/2018 13:39:37
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Chacrinha – O Velho Guerreiro. Mais uma cinebiografia chega as telas dos cinemas. Agora é a vez de um ícone da televisão que virou referência de entretenimento brega mas divertido. Essas adaptações sempre são difíceis, principalmente por cair em lugares comuns e esse é mais um exemplo que nada faz além de entretenimento saudosista, sem conseguir desvendar a persona de José Abelardo Barbosa. O filme se divide em dois momentos com o inicio após a chegada de Abelardo ao Rio e sua meteórica ascensão no rádio e depois, a televisão com Chacrinha fazendo suas estripulias com mulheres rebolando, abacaxis e a famosa cornetada. Tudo acontece muito fragmentado e não existe um aprofundamento nas personagens, fazendo do filme algo divertido mas inconclusivo. Quem foi o Chacrinha? Essa pergunta não foi respondida. Destaque para o bom trabalho da direção de arte e as montagens que conseguiram muita riqueza ao retratar os extravagantes programas de televisão nas tardes de sábado. Eduardo Sterblitch até surpreende na fase do Abelardo mais jovem, mas Stepan Nercessian faz uma caricatura, o personagem do personagem. É interessante a guinada que a carreira do diretor  Andrucha Waddington vem dando depois de bons filmes como “Casa de Areia” e “Eu Tu Eles”. Infelizmente o esperado filme do Chacrinha é mais um palco sem alma que não consegue traduzir toda a riqueza de uma figura com vasto material, se limitando ao básico e a fórmulas batidas e pouco inspiradas. Vale o ingresso pela nostalgia e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é Millennium: A Garota na Teia de Aranha. O filme é uma forma digna, porém não muito honrosa, de dar sequencia a personagem criada por Stieg Larsson que desafia o patriarcado machista e que fez muito sucesso interpretado pela bela Rooney Mara e Noemi Rapace em “Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”. Apesar do ótimo trabalho de direção de Fede Alvarez o roteiro optou por um tom menos intimista para buscar múltiplas possibilidades em uma trama abrangente com cenas grandiosas, remetendo a heroína a um patamar semelhante a franquias como a de James Bond. Isso já deixa claro que o objetivo aqui é bem diferente do filme de 2011. O enredo é sobre uma hacker que precisa recuperar um programa chamado Firefall que dá acesso a armas perigosas e acaba se envolvendo com um grupo que busca se apoderar do programa. Claire Foy interpreta a heroína Lisbeth Salander com muito vigor e competência, conseguindo mesclar força e ternura e não vai decepcionar os puristas e fãs da trilogia. Na verdade, David Lagercrantz deu sequência depois da morte de Larsson e os novos livros focaram no passado de Lisbeth. O melhor deste filme está na competência de Fede Alvarez que optou pelo visual semelhante ao utilizado por David Fischer, assim como sua habilidade de conduzir cenas de tensão. Destaque também para a fotografia com cores quentes e frias fazendo contrapontos com uma palheta que busca extremos. Esse é um trabalho voltado para o lado mais comercial e certamente vai ganhar muitas continuações. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A estreia desta semana para as crianças é O Grinch. Adaptado do livro “Como o Grinch Roubou o Natal” de Dr. Seuss, chega aos cinemas uma versão em animação que faz bem o dever de entreter, mas que em nada acrescenta a uma história simples, que carece de elementos para sustentar uma narrativa cinematográfica. Essa nova produção da Illumination mostra o ótimo timing que eles possuem para personagens carismáticos, assim como confirma um problema de criatividade que os acompanha faz algum tempo. O roteiro segue a mesma linha do filme estrelado por Jim Carrey, assim como o próprio livro, se utilizando de pouca licença para algum elemento novo. O Grinch é uma criatura verde e peluda mal-humorada e implicante que não suporta os moradores de Quemlândia e decide acabar com o natal. É um enredo simples e previsível até mesmo para quem não conhece e o roteiro preferiu apostar nas personagens e suas relações do que na própria história. O ponto forte que vai agradar as crianças é a forma lúdica que explora cores e curvas na cidade, nos objetos e nas pessoas. É um trabalho minucioso de design e composição de cores que constroem um ambiente fantasioso e rico visualmente. Destaque também para as relações como a do cachorro e da Cindy Lou que aos poucos desmontam as rabugices do protagonista. Com um enredo simplista e sem nada de novo, a solução foi preencher a narrativa com piadas e situações inusitadas, mas isso não consegue resolver o problema da dinâmica e fica tudo bem arrastado. Época uma animação leve, engraçada e dublagem brasileira conta com o ótimo trabalho de Lazaro Ramos. Vai agradar em cheio as crianças e até os adultos e é sempre bom rever os clássicos natalinos, principalmente em momentos como o que vivemos de polarização e intolerância. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.

Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para Fear The Walking Dead. Série que habita o mesmo universo de The Walking Dead, ela retrata o início do apocalipse zumbi. Já na quarta temporada, a série vem ganhando a aprovação e mostra força pela boa trama e personagens bem desenvolvidos. Para quem gosta do original, essa é uma dica imperdível.

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