Estreia nessa semana nos cinemas O Franco-Atirador. Que Sean Penn é um dos melhores atores da atualidade todo mundo sabe, mas, se isso é certeza de um bom filme, mais uma vez se comprova que não. O filme conta a história tradicional do matador que é perseguido por seu passado. Todos os clichês imagináveis são usados sem pudor e a trama é boba, não empolga. É duro ficar quase 2 horas em um cinema vendo Penn fazendo cara de dor, meio cachorrinho triste e desfilando seu belo físico em cenas com pouca roupa. É um daqueles filmes desnecessários na carreira de qualquer um, mas Penn tem todos os méritos por serviços prestados e pode sim cometer deslizes. Javier Bardem e Jasmine Trinca também estrelam o filme mas estão igualmente com cara de perdidos, tipo: o que estou fazendo aqui? Belas imagens de Londres e Barcelona dão algum refresco mas estão perdidas e fora de contesto com a narrativa. Para quem gosta de ação pode até ver alguma graça, mas de fato o filme não acrescenta nada. É longo, chato e óbvio do início ao fim. Nem o elenco salva por ser tão mal aproveitado. Vamos aguardar as próximas aparições de Sean Penn e torcer para que ele tenha mais sorte nas suas escolhas. Recomendado mesmo só para quem não tem nada para fazer e já viu os outros filmes. A indicação etária é para 16 anos.
Estreia também esta semana nos cinemas o filme Sorria, Você Está Sendo Filmado. Produção nacional dirigida por Daniel Filho, que nem de longe lembra as comédias água com açúcar com cara de novela das sete. Escrito por Fernando Ceylão o filme tem uma proposta inusitada de ser filmado em um único plano. Não tem como não lembrarmos de Alfred Hitchcock que fez um filme inteiro de um único plano, apesar de pequenos cortes por conta da limitação no tamanho dos rolos de 35mm. Inovadora ou não, a questão é a dificuldade de ter somente um ponto de vista, um cenário e nenhum movimento de câmera. A chance de errar é enorme, mas dessa vez, Daniel Filho acertou. Assim como no teatro, o importante é a valorização dos diálogos no roteiro, a qualidade e química do elenco, assim como as questões contemporâneas abordadas que criam afinidade com o público. Tudo isso está presente e com muito bom humor. Destaque para Lázaro Ramos, Susana Vieira, Otávio Augusto e Marcos Caruso, este último, na figura de um corretor de imóveis impagável. Exageros são comuns e, nesse caso, bem vindos, num filme com rítmico bom e olhar crítico. A reflexão gira em torno da necessidade que as pessoas tem em se celebrizar, oferecendo um bom debate sobre o tema. Resumindo, mesmo com orçamento pequeno, Daniel Filho conseguiu fazer um filme interessante, engraçado e relevante, provavelmente um dos seus melhores trabalhos. Vale muito o ingresso e as risadas são garantidas. Indicação etária para 14 anos.
A última estreia dessa semana é Super Velozes, Mega Furiosos. Que o filme é uma paródia da franquia Velozes e Furiosos nós já sabemos, é essa a intenção, mas o que esperar de uma paródia de um mega sucesso que em si já é uma paródia. O resultado foi catastrófico. Piadas bobas, as vezes de mal gosto e que buscam o ridículo para tentar fazer rir. Diferente de sucessos que usaram a mesma linha cômico narrativa como Corra Que a Polícia Vem Ai ou Aperte os Cintos… O Piloto Sumiu, esse filme atira para todo lado e não acerta em nada. Engraçado mesmo só quando o filme termina. Os erros nas gravações rendem boas risadas. Para dar uma idéia, nos Estados Unidos e outros grandes mercados esse filme nem passou nos cinemas, indo direto para o DVD. Difícil dizer algo a mais e confesso que foi grande o esforço que fiz para assisti-lo. Só mesmo se você ganhar o ingresso e não tiver nada para fazer. Indicação etária é para 12 anos.
Para quem vai preferir ficar em casa a dica vai para Um Sonho de Liberdade. Com Tim Robbins e Morgan Freeman, o filme é um belo relato sobre a esperança e a alma humana. Para quem não viu é obrigatório!
