Filmes da semana 07/04 até 13/04

07/04/2017 16:30:24
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Estreia esta semana em Nova Friburgo A Cabana. Adaptado de um dos livros mais vendidos nos últimos anos escrito por William P. Young com mais de 18 milhões de cópias, o filme tem como plot principal a luta interna que travamos diante dos diversos eventos que passamos. É um tipo de autoajuda conduzido por uma narrativa linear que se baseia nas lições e fundamentos comuns ao cristianismo, incluindo o espiritismo. O enredo é sobre traumas vividos por Mack Phillips até um trágico evento que vai marcar tão forte a sua vida que o deixa em xeque, tornando-o uma casca vazia e melancólica. Anos após o traumático evento, quando está limpando a neve em seu quintal, chega na caixa de correio um bilhete misterioso que vai levá-lo a uma jornada muito além do plano físico para tentar reestabelecer sua paz e serenidade. Apesar do ritmo arrastado, do exagero e de algumas lições meio toscas, temos que entender que existe um público ao qual o filme se direciona. É uma produção voltada para um público “religioso” e aí ficam claras as escolhas, a direção e a narrativa. Vendo por esse ângulo o filme é ótimo, provavelmente um dos melhores dos últimos tempos sobre essa temática. O público geral vai até gostar, mas vai perceber como tudo é muito forçado, arrumadinho, exagerado e arrastado. São cenas belas visualmente de contemplação, mas tem a música subindo, o climão e tudo mais para exaltar as virtudes e o perdão. Octavia Spencer assumiu de vez o papel antes atribuído ao Morgan Freeman, Radha Mitchell faz o mesmo de sempre, Alice Braga está ótima como a Sabedoria, mas a cena na caverna toda não ajuda e Sam Worthington, tradicional em filmes de ação, foi certamente uma péssima escolha para o protagonista dadas as limitações dramatúrgicas do rapaz. Resumindo, é um bom filme sobre sofrimento e perdão que vai agradar em cheio o pessoal que pratica os dogmas e ensinamentos religiosos ocidentais. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

A outra estreia desta semana é Os Smurfs e a Vila Perdida. Les Schtroumpfs, nome original em francês dos quadrinhos criado pelo belga Pierre Culliford em 1958, ganha mais uma versão para os cinemas e desta vez, totalmente em animação. Digo isso pelo fato de as últimas 2 aparições dos pequenos seres azuis terem sido em live-action que mistura animação com atores reais e que quase sempre dá errado. Esse é o grande acerto desta produção. Ela é toda em animação computadorizada e não tenta trazer os Smurfs para o nosso “mundo”, mas sim, explora um universo próprio e multicolorido. Isso não só normalmente tem um resultado melhor, como foca narrativamente em um só formato estético e nas personagens. O enredo é focado na Smurfette que é a única menina e que, ao se sentir deslocada sai para caminhar na floresta e se depara com outra fêmea como ela, isso leva os Smurfs a encontrar uma vila só de meninas Smurfs. Claro que o Gargamel e o gato Cruel vão tentar tirar algum proveito para tentar capturar alguns Smurfs para fazer a tal da poção mágica que ele tanto deseja. A coisa toda é muito infantil e vai agradar mesmo as crianças. Confesso que nunca vi graça nessa turma e acho parecido com várias outras histórias e fábulas, mas esta é uma boa animação que soube explorar e valorizar os pontos fortes existentes no contexto. Nomes como Julia Roberts e Rainn Wilson estão nas vozes no original e na versão dublada Ivete Sangalo, Rodrigo Lombardi e Maisa Silva encabeçam o elenco no Brasil. Vale sim o ingresso mas é só mesmo para levar as crianças e comer pipoca. A indicação etária é livre.

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana vai para A Bela Intrigante de Jacques Rivette. Esse é um daqueles momentos que a arte fala mais alto e diz adeus aos padrões narrativos tradicionais. Adaptado de um conto de Balzac, Le chef d’oeuvre inconnu, o filme conta a história de um pintor e suas obras em uma afiada relação entre sons e imagens. Esse é para os iniciados!

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